domingo, 28 de fevereiro de 2010

Evangelismo como grande tarefa do crente

Não existe melhor estratégia de conquista dos ímpios pela igreja que a do evangelismo. Como tudo que é feito na igreja, o evangelismo tem um propósito, que é o de ser uma via pela qual a igreja proclama a transformação do mundo a partir da mudança operada na vida dos seres humanos (2 Coríntios 5:19). Assim, o evangelismo é também baseado no testemunho da vida daqueles que o fazem, a exemplo do testemunho que Cristo apresentava às pessoas antes de pregar a elas. Os relatos sobre Jesus nas Escrituras Sagradas constituem nosso melhor, único e inequívoco manual de evangelismo. Todavia, sendo o evangelismo um método de conquista e expansão do reino de Deus, pode ser dividido em etapas a serem seguidas.

Recrutamento: A premissa básica do método de Jesus era que ele se baseava em pessoas (Lucas 6:13), que pudessem testemunhar a respeito dele depois que tivesse partido. Não necessariamente os mais capazes intelectualmente, mas em geral pessoas comuns, sem instrução, e sobretudo dispostas a seguí-Lo. Não era um grupo grande, pois quanto mais concentrado e compacto for o grupo a ser orientado, maior o potencial para uma instrução eficaz. Tudo dependia da fidelidade daqueles poucos; o mundo conheceria a Ele através daquele pequeno grupo. Cristo nos ensina que um ministério evangelístico para alcançar as multidões exige uma concentração maior de tempo sobre um número reduzido de pessoas, para o surgimento de uma liderança treinada para a obra do ministério (Efésios 4:12). A vitória nunca é alcançada pelas multidões.

Associação (Mateus 28:20): Durante seu ministério, Jesus permaneceu entre os discípulos, trazendo-os para perto de si. É interessante notar que o tempo que Jesus investiu com seus discípulos era muito maior do que o que Ele passou com outras pessoas. Jesus até recebeu de bom grado a assistência das mulheres, mas evitou incluí-las no seu seleto rol de discípulos. Ele instilou nos discípulos a necessidade de cuidar pessoalmente dos novos convertidos. O ministério de Cristo nos mostra que as pessoas devem estar dispostas a se manter sempre junto daquelas que pretendem liderar. Agir de forma diferente é deixar os novos convertidos na mão do diabo. É altamente recomendável que o novo convertido tenha um amigo cristão como referência, até o ponto de poder liderar outros novos convertidos.

Consagração (Mateus 11:29): Com o tempo e com a convivência, seguidores obedientes assumem o caráter do seu líder. Essa é uma conseqüência direta do discipulado: a aquisição de características do líder por parte de seus liderados. Jesus Cristo mostrou que quem não renuncia a tudo o que possui não pode ser seu discípulo, pois ser discípulo d’Ele exige consagração completa. Além disso, ser discípulo é uma condição necessária para ser líder. Ninguém pode liderar enquanto não aprender a se submeter. O genuíno discipulado cristão é o requisito fundamental para que uma pessoa possa ser considerada membro da igreja, participante do crescimento e da edificação da mesma.

Transmissão: Somente o Espírito capacita as pessoas para cumprir a missão redentora do próprio Espírito. Antes de ascender aos céus, Jesus Cristo ressurreto fez com que os discípulos recebessem o Espírito Santo (João 20:22). Nisso vemos a importância fundamental do Espírito Santo no trabalho de evangelismo, que não pode ser interpretado como um empreendimento humano, mas como um projeto divino, como parte da obra do Espírito Santo.

Demonstração: Jesus providenciou para que seus discípulos aprendessem sua maneira de viver diante de Deus e diante dos homens, e vissem como eles deveriam se comportar. Antes de ensinar, Cristo foi o exemplo. Ele não pedia que ninguém fizesse nada antes que tivesse demonstrado com sua própria vida. Paulo também procurava ser um exemplo, e recomendava aos cristãos que o imitassem, como ele próprio era imitador de Cristo. (1 Coríntios 11:1). O que apresentamos aos outros através de nossa vida é extremamente importante, pois as pessoas farão o que ouvirem de nós e o que virem em nós (Filipenses 4:9).

Delegação: Jesus sempre desenvolveu seu ministério em função do momento a partir do qual seus discípulos teriam de substituí-lo em sua obra e sair pelo mundo, levando o Evangelho da redenção aos homens. Como a águia, que ensina os filhotes a voar empurrando-os do ninho, Jesus também empurrou os discípulos para o mundo a fim de que aprendessem a bater as asas. Para tanto, os discípulos precisaram também confiar em Deus para suprir suas necessidades. Dentro das nossas igrejas, a delegação assume importante papel e deve ser feita ao se estimular a iniciativa das pessoas, distribuindo atividades práticas e esperar que elas sejam cumpridas.

Supervisão: Jesus não permitia que seus discípulos descansassem no sucesso ou no fracasso. Sempre havia algo mais a fazer e aprender. Assim, é fundamental que aqueles que se engajam na obra do evangelismo recebam orientação e supervisão pessoal até que estejam suficientes maduros para seguir por conta própria. Discípulos precisam ser conduzidos à maturidade espiritual, auxiliados pelos cristãos mais maduros na fé.

Reprodução: Jesus tinha por intenção que os discípulos produzissem outros discípulos a eles mesmos. Por meio deles e de outros, a eles semelhantes, o reino continuaria a expandir-se (João 15:16). A estratégia evangelística de Jesus em sua inteireza dependia da fidelidade de seus discípulos escolhidos para essa gigantesca tarefa. Um crente estéril é uma contradição, já que uma árvore se faz reconhecida pelos seus frutos. A grande comissão, da qual os discípulos foram incumbidos por Cristo, pode ser sumariada no mandamento que diz: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...” (Mateus 28:19). O que realmente tem valor, na perpetuação final de nosso trabalho, é a fidelidade com que os convertidos sob nosso ministério estão saindo e preparando lideres dentre os seus convertidos, e não apenas mais seguidores. Nossa preocupação principal não é se conquistaremos ou não a nossa geração para Cristo, mas sim aquilo que estamos fazendo, em nossa atual geração, para atingir a próxima. “Homens são o método de Deus”. Enquanto não dispormos de homens imbuídos com o seu Espírito e dedicados ao seu plano, nenhum de nossos métodos funcionará.

Assim, cada um de nós deve procurar alguma maneira de incorporar a sabedoria da estratégia de Jesus em nosso próprio método preferido de evangelização. Abordagens novas e ousadas necessitam ser primeiramente experimentadas, à medida que as situações forem se modificando, pois nem todos os experimentos dão certo. A vida e o exemplo de Jesus nos ensinam que descobrir e treinar homens, para conquistarem outros homens para o Salvador, deve ter toda a prioridade. Se tivermos de treinar homens, precisamos de trabalhar em favor deles. Precisamos sair à procura deles. Precisamos conquistá-los. E, acima de tudo, precisamos orar por eles.

O trabalho mais excelente de treinamento sempre será feito com alguns apenas. A única maneira realista de conseguir isso é se mestre e aprendiz estiverem juntos. Deve haver uma comunhão fechada e disciplinada, dentro de cada grupo. É justamente esse princípio que faz o método ser tão favorável ao crescimento. Todos os crentes precisam receber algum trabalho especifico na tarefa do evangelismo pessoal.

O aspecto mais difícil de todo esse processo de treinamento é que precisamos antecipar os problemas que nossos seguidores terão de enfrentar, preparando-os para o embate. Teremos de aceitar o peso da imaturidade deles, até que possam suportar essa carga pessoalmente. Todas as coisas devem contribuir para conduzir esses homens seletos até o dia em que poderão assumir, por si mesmos, um ministério todo seu, em suas próprias esferas de influência. O aspecto mais crucial nisso é a própria experiência espiritual dos nossos seguidores.

Nossa satisfação consiste de saber que nas gerações vindouras o nosso testemunho em favor de Cristo continuará produzindo fruto através daqueles que tivermos conduzido aos pés do Senhor. Essa é a questão decisiva em nosso plano de vida. A relevância de tudo aquilo que fazemos aguarda o seu veredito; e, por sua vez, o destino das multidões depende do lado para onde pender a balança.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

2012: o início da Grande Tribulação?

Depois da exibição do filme “2012” nos cinemas de todo o mundo, passou-se a dar mais ênfase, inclusive no meio religioso, às possibilidades desse ano ter algum tipo de importância no cumprimento dos eventos preditos no livro de Apocalipse. Assim como muito se falou nos tempos que precederam o ano de 2000 - sobre as possibilidades do final do século passado poder ter sido coincidente com o fim do “tempo da graça” - muito tem se falado agora sobre o ano de 2012.

A origem do filme e da própria discussão sobre esse ano está numa profecia maia, segundo a qual o ano de 2012 seria marcado por uma mudança para uma Nova Era, em que uma série de eventos naturais se passariam e desencadeariam no aparecimento de um Messias, num novo tempo na Terra.

Como cristãos, sabemos que realmente aparecerá um Messias na Terra, em meio a promessas de paz e segurança (1 Tessalonicenses 5:3), que enganará a muitos, antes que seja estabelecido o governo eterno de Cristo (Apocalipse 21:24). Sabemos também que o exato momento da vinda do Filho do Homem não é conhecido por nenhum homem (Mateus 24:36), e isso inclui os povos maias. Todavia, a Bíblia mostra que haverão sinais naturais, nos céus e na terra, que darão ao menos uma noção aproximada desses tempos tenebrosos (Lucas 21:25 e Atos dos Apóstolos 2:19).

Diante disso, uma constatação pode ser feita: a de que é plenamente possível que o ano de 2012 pode ser o ano em que uma série de eventos biblicamente preditos poderão ocorrer. E, pela primeira vez na história, não são apenas os religiosos que têm dito isso, mas a própria ciência tem admitido essa hipótese. Vamos analisar então alguns dos possíveis acontecimentos para esse ano.

De acordo com alguns cientistas, o Yellowstone, maior supervulcão do mundo, está se preparando para entrar em erupção. De acordo com os cientistas, a ultima vez que esse vulcão, localizado nos Estados Unidos, entrou em erupção, há milhares de anos atrás, expeliu poeira capaz de cobrir toda a América do Norte com uma camada de vários metros de espessura. Os eventos que aconteceriam após sua erupção, caso ocorra novamente, seriam catastróficos. Cerca de três meses após a erupção uma nuvem de poeira cobriria o Hemisfério Norte, fazendo as temperaturas baixarem para -30°C. Imediatamente após a erupção um gás mortal e venenoso, chamado piroplastic, que atingiria a temperatura de 900°C, incineraria tudo em um raio de 1900 km. Além disso, o tremor de terra resultante da erupção atingiria grau 8.9 na Escala Richter, provocando uma onda subterrânea que iria se espalhar até o oceano, causando uma tsunami com ondas de 60 metros que iria devastar as áreas costeiras da Europa, América Central, América do Sul, e Ásia.

Agora, imaginemos essas regiões cobertas por uma intensa nuvem de poeira de ácido sulfúrico, como resultado da erupção vulcânica. Os resultados seriam semelhantes ao que está predito na seguinte passagem:

“E o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite.” (Apocalipse 8:12)

É o que poderia acontecer se os cientistas estiverem certos e esse vulcão entrasse novamente em erupção. A terça parte da Terra poderia ter os céus cobertos de poeira e não veria a luz do Sol por alguns meses (Marcos 13:24).

Junte-se a tudo isso, o fato de que a possibilidade de erupções vulcânicas é aumentada na razão direta do aquecimento global, que é um problema que tem se agravado também em nossos dias.

Outros estudos têm mostrado que o ano de 2012 será um ano de tribulações e catástrofes sem precedentes, em escala global. Isso porque além dos problemas da Terra, o próprio Sol tem mostrado um nível de atividade perigoso. De acordo com cientistas que investigam o Sol, o astro que ilumina a Terra nunca se mostrou tão turbulento como nos últimos 11.000 anos!

Para termos uma idéia melhor disso, basta sabermos que desde 1940 até os nossos dias o Sol produziu mais manchas, e também mais erupções e clarões que lançam nuvens de gás no espaço, do que no passado. Têm ocorrido também nos últimos tempos várias tempestades solares, que se relacionam diretamente com as tempestades na Terra. A título de exemplo, em 2005, a grande onda de furacões (Katrina, Rita e Wilma) coincidiu com uma das semanas mais tormentosas da história conhecida do Sol. E, de acordo com reportagem publicada na revista INFO no último dia 05, alguns cientistas constataram que tempestades magnéticas no sol podem danificar sistemas de comunicação e causar blecautes no mundo exatamente em 2012!

Some-se a tudo isso o fato de que o campo magnético da Terra, nossa primeira defesa contra a radiação solar prejudicial, começou a ser rompido com fraturas maiores, por exemplo, que o Estado de Goiás, que se abriram aleatoriamente. É possível que esteja a caminho também uma inversão polar, em conseqüência da qual a proteção cairá quase a zero, quando os pólos Norte e Sul mudarem de posição.

Além dos fatores naturais, não deve ser esquecido também o poder armamentista do mundo. Existem hoje armas nucleares e biológicas suficientes para destruir toda a terra, num conflito que assumisse proporções mundiais. E há vários lugares de tensão no mundo, que poderiam dar origem a uma guerra desse tipo – e o Estado de Israel talvez seja o principal e o mais propício desses lugares. O físico inglês Stephen Hawking dizia que “a humanidade será varrida da face da terra pelo mau uso que ela própria fará das armas biológicas”.

Bem menos cientificas são as previsões que alguns estudiosos retiraram do chamado “Código da Bíblia”. Os judeus antigos (do século XII em diante) Isaac Newton e outros estudiosos acreditavam que haveriam informações na Bíblia além do que estava escrito sequencialmente, na forma de mensagens encriptadas, escondidas. Tais informações poderiam ser localizadas através de um sistema chamado de seqüências alfabéticas eqüidistantes, que é popularmente conhecido como Código da Bíblia.

Os que acreditam nesse Código, dizem que essas mensagens não são fruto do acaso, mas colocadas na Bíblia por Deus ou por quem tenha escrito a Bíblia e que tenha conhecimento do futuro. Em meio à interpretação desses códigos, são encontradas combinações de palavras que descrevem acontecimentos significativos que mudaram o curso da história, como nomes de cientistas e suas descobertas, previsão de revoluções (russa, americana e francesa) e até mesmo do recente assassinato do 1º ministro israelense Itzhak Rabin, em 1995. Os estudiosos desse Código dizem que o fim dos dias já pode ter começado e que o mundo em breve chegará ao fim. Quanto ao futuro, há a previsão de dois eventos curiosos. Em um deles, o Código profetizou um terremoto devastador em Los Angeles em 1984 (que de fato ocorreu), e na mesma seqüência está previsto um novo terremoto na mesma cidade nesse ano de 2010. Além disso, outra mensagem aponta para um cometa que abalará a Terra em 2012. Se esse Código é verdadeiro ou mera coincidência não dá para saber ao certo. O que podemos afirmar seguramente é o que está na Bíblia, e essa mostra que algo como um meteoro atingirá a terra durante o tempo do Juízo de Deus sobre a Terra (Apocalipse 8:10), o que coincidiria com o Código caso a profecia se cumprisse em 2012.

Além dessas previsões, existe outra, econômica, que também parece coincidir em datas com os eventos citados. Recentemente, o chefe da multinacional Visa, disse que até 2012 o dinheiro, em papel-moeda, será extinto, e as compras serão todas feitas por processamento eletrônico, a exemplo dos cartões de crédito com chips, como já fazemos hoje. Um passo importante para o cumprimento de outra profecia dos tempos do fim, em que o dinheiro seria abolido e o comércio só será feito entre as pessoas que tiverem um sinal na pele ou, para muitos, um chip (Apocalipse 13:17). Mais uma vez o ano de 2012 aparece!

Em meio a tantas previsões e predições convergentes, o que pode ser tirado? O que nos reserva o ano de 2012? Seria o ano do arrebatamento? Do aparecimento do Anticristo? Do principio das dores?

Não temos respostas absolutas para nenhuma dessas perguntas. Mas o que sabemos é que existe todo um cenário físico, político e econômico preparado para 2012 e para o cumprimento das profecias bíblicas. Há uma conhecida frase que diz que não conhecemos o futuro a não ser depois que ele ocorra e tenha virado passado. E isso é a única coisa certa que podemos dizer sobre todas essas predições aqui mostradas em relação ao ano de 2012. Saberemos se essas predições estão corretas e o que nos reservou o ano de 2012 apenas quando entrarmos em 2013.

Mas entre tantos fatos e tão poucas certezas, uma não pode ser esquecida. A de que daqui até 2012, não temos motivo algum para deixarmos de vigiar em todo o tempo.

“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.” (Mateus 24:42-50)