segunda-feira, 2 de abril de 2018

Desmontando as mentiras que relacionam legalização do aborto à redução dos índices de homicídio



Foi publicada na internet uma análise (disponível aqui: http://cartacampinas.com.br/2014/09/aborto-a-impressionante-semelhanca-entre-o-mapa-de-restricao-do-aborto-e-homicidios-no-mundo/), defendendo que haveria uma relação direta entre a legalização do aborto e a redução de homicídios. Mas será que há mesmo essa relação e legalizar o aborto reduz homicídios. Vamos ver se isso é verdade...

A análise citada acima tem diversos furos que derrubam a tese do autor. Dentre os vários exemplos, podem ser destacados alguns. A lei anti aborto argentina é rígida e mesmo assim as taxas de homicídio estão no menor nível. Os países do Oriente Médio também são rígidos contra o aborto e o índice de homicídios neles também são baixos. Assim, a afirmação do “pesquisador” é uma “forçação de barra” que não cola. O índice menor ou maior de homicídios possui outra explicação – essa sim comprovada facilmente na análise do gráfico: o índice de desenvolvimento humano (IDH), que leva em conta renda, acesso a serviços públicos de qualidade, como saudade e educação, PIB per capita, etc. É só olhar nosso continente:

Chile e Argentina, que são rígidos contra o aborto, são os únicos dois países da América do Sul com índices de homicídio no piso mínimo. Curiosamente (ou não), são os dois países com o maior IDH do continente! E sabe qual é o único país da América do Sul a ter legalizado o aborto? Guiana! Nada menos que o país com o pior IDH do continente e também possuidor de índices de homicídio altos!

Por falar em IDH, vamos falar dos 2 países do mundo com maior índice de desenvolvimento humano: Suíça e Noruega.

A Suíça – pais de melhor IDH do mundo e com baixas taxas de homicídio – deveria ser a maior abortista, né? Afinal, abortar reduz crimes... Errado! O país, mesmo tendo legalizado o aborto, possui um dos menores índices do mundo. Especialistas em saúde sexual apontam três principais fatores: educação, contracepção e nível socioeconômico. E não é em qualquer caso que o aborto é permitido. Somente até as 12 semanas e a mulher deve ser informada exaustivamente antes de se submeter à intervenção.

O segundo maior IDH é o da Noruega, conhecido como país da “criminalidade zero”. Se tem baixíssimos índices de homicídio é sinal de que o aborto lá é liberado, como é nos Estados Unidos, né? ERRADO! Lá o aborto só é permitido a pedido da mulher até as doze semanas. Após isso, só é permitida a interrupção da gravidez nos mesmos casos da lei brasileira: para proteger a saúde da mulher e nos casos de violação, conforme restrição feira em 2014.

Outros casos ainda merecem ser citados, que mostram o equivoco da análise.

Egito, Argélia e Líbia estão entre os mais ricos da África e apresentam o mesmo fenômeno: lei anti abortiva rígida e índices de homicídio no piso mínimo.

A Rússia é um dos piores IDH da Europa e, dentre os Brics, fica atrás em IDH apenas do Brasil. Resultado: mesmo com aborto legalizado, possui altos índices de homicídio.

Portanto, ligar baixos índices de criminalidade à legalização do aborto é partir de uma premissa falsa e reducionista (apesar de conveniente ao discurso “feminista”/abortista).

Mas os problemas da legalização do aborto vão muito além disso.

Na Espanha, o aborto cresce a cada ano incontrolavelmente desde que foi legalizado, e nos últimos anos, a Espanha abortou um número de bebês equivalente à população do Estado de Luxemburgo. Segundo o Ministério da Saúde da Espanha, nos últimos anos a Espanha passou de uma taxa de 60 mil em 2000, para 91 mil em 2005.

É uma mentira que a legalização do aborto provoca a diminuição da sua prática, e que os países onde o aborto é legalizado são os países onde a prática de abortos é menor.

O Instituto “Allan Guttmacher” – que pertence à maior clinica abortiva dos EUA – é um dos principais responsáveis pela propagação deste mito, apesar de estar sediado nos Estados Unidos onde o número de abortos provocados subiu 700% durante os 20 primeiros anos da vigência da lei. Em 1970, quando o aborto foi legalizado no Estado de Nova York até o quinto mês, e já metade dos estados americanos permitia o aborto até o terceiro mês, praticaram-se 200.000 abortos no país. Em 1971 este número dobrou para 400.000. Em 1972 subiu novamente para meio milhão de abortos. Em 1973, quando em janeiro daquele ano o aborto foi legalizado pela decisão Roe x Wade da Suprema Corte de Justiça, que passou a permitir o aborto em todo o território nacional até o nono mês da gestação, praticaram-se 600.000 abortos. No ano seguinte, em 1974, este número subiu para 800.000 abortos. Em 1975, subiu novamente para 900.000 abortos. Em 1976 praticaram-se um milhão de abortos nos Estados Unidos. Em 1977 praticaram-se o número subiu novamente para um milhão e cem mil abortos. Em 1978 este número subiu para um milhão e duzentos mil e em 1979 novamente para um milhão e trezentos mil, permanecendo mais ou menos estacionário neste valor até 1988, quando voltou a subir em 1989 para aproximadamente um milhão e quatrocentos mil abortos por ano, mantendo-se este valor estacionário até aproximadamente 1995, quando desceu para um milhão e trezentos mil abortos. A partir daí o número de abortos estacionou situando-se hoje por volta de 800 a 900 mil abortos por ano, principalmente por causa das leis complementares obtidas pelos grupos pró-vida que dificultam o acesso ao aborto ou a instalação de novas clínicas, como as leis que exigem que as clínicas contem com centro cirúrgico completo e em permanente funcionamento, e que seja mostrado um ultra som do bebê à gestante que irá abortar, que os pais dos menores sejam notificados do aborto dos filhos, etc…

Em Portugal, após a legalização, o aborto clandestino não só não desapareceu como registou  um aumento. O dado mais chocante é que atualmente, a 3ª maior causa de mortes neste país é o aborto!

Ademais, as clínicas de aborto só tem um único objetivo: lucro. Elas não querem fazer uma mulher feliz. Basta assistir o documentário “Blood Money”, revela esta trágica verdade: existe uma indústria milionária nos EUA que lucra com a morte de inocentes.

Importante destacar que no caso do Brasil, o sistema  precário de saúde não tem garantido nem partos seguros, imagine abortos! Não há números exatos sobre a quantidade de abortos clandestinos no país, mas é possível ter uma ideia da dimensão e do alcance do procedimento com base nos registros hospitalares. Só no Sistema Único de Saúde, há pelo menos 200 mil registros de internações decorrentes de abortos por ano no país, segundo o Ministério da Saúde. Segundo o IBGE, 55% das mulheres que se submetem à interrupção da gravidez são internadas com complicações relacionadas ao aborto - por isso, com base no número de internações, há estimativas que sugerem mais de 600 mil abortos anuais no país.

Um último dado, do Journal of Child Psychiatry and Psychology: foi feita uma pesquisa com 500 mulheres desde seu nascimento até a idade de 25 anos. As que haviam tido um aborto tinham como consequência elevados índices de problemas de saúde mental, incluindo a depressão (46% de aumento), a ansiedade, os comportamentos suicidas e abuso de substâncias. E isso tem uma razão lógica: o aborto é um crime como qualquer outro e gera remorso e outros danos psicológicos aos seus autores.

Em resumo: legalizar aborto, além de COMPROVADAMENTE causar danos irreparáveis à saúde da mulher, não reduz criminalidade! O que reduz crimes são serviços públicos de qualidade, como saúde, segurança, emprego e renda para a população, e não a prática de outros crimes.

domingo, 19 de setembro de 2010

Devo acreditar no Pr. Piragine e aceitar que a igreja deve ter predileções ou rejeições entre partidos políticos?

Tem circulado na internet um vídeo que trata do posicionamento político de um pastor, chamado Pascoal Piragine. Seu discurso, claramente político e com pouquíssima argumentação religiosa (como deveria ser a de um pastor), chama a atenção por se posicionar não contra a política ou contra a corrupção, mas apenas contra um único partido político em específico. Muitos pastores têm assistido a esse vídeo e, sem uma análise mais profunda ou pesquisa sobre o tema, tem reproduzido as mesmas críticas parciais de Piragine em suas igrejas, a exemplo do que fez o pastor de minha igreja local no último domingo. Por isso, pesquisei um pouco melhor sobre tais assuntos, assisti ao vídeo em questão, e mandei um e-mail a ele sobre as parcialidades desse vídeo, e-mail com o qual ele concordou quase que integralmente. Dada a importância do tema, publico aqui os trechos principais do e-mail, para que aqueles que lerem também possam ser melhor esclarecidos e terem base para formarem opinião, ao invés de aceitarem uma opinião previamente manipulada, como a de Piragine. Confiram abaixo o texto do e-mail:

“Em face de tudo o que o senhor falou no último domingo sobre política, gostaria de fazer algumas considerações, baseadas no que ouvi e do que tenho conhecimento, até para que o senhor tome nota de fatos talvez não conhecidos. Creio que ao terminar de ler, o senhor poderá formar uma opinião mais fundamentada sobre os temas abordados e Deus poderá falar com o senhor sobre a veracidade das coisas que lhe direi.

Em primeiro lugar, fiquei feliz de ver o senhor chamando a igreja a se posicionar nas eleições. A igreja não pode mesmo ser massa de manobra de ninguém, tem que saber votar, escolhendo homens de Deus, que vão defender aquilo que nós cremos, e não os interesses de uma geração corrompida.

Todavia, vi que as criticas do senhor foram contaminadas por certa parcialidade. A mesma que vi num vídeo que tem circulado pela internet, do Pr. Piragine, do Paraná. Por isso, acredito que o senhor tenha visto esse vídeo e baseado suas críticas, ao menos em parte, pelo que esse pastor disse. Portanto, quero falar de alguns equívocos que esse pastor paranaense cometeu, e que inclusive deverão levá-lo a responder por isso diante da Justiça.

Primeiramente, fiquei “com o pé atrás” ao ver que esse pastor disse estar fazendo parte de “um movimento de católicos e cristãos, contra a iniquidade”. Isso, pelo menos para mim, soou estranho. Não é bíblico que estejamos unidos a outras religiões. Os apóstolos não se associavam às religiões romanas, e deveríamos ser como eles. Para mim isso soou estranho por cheirar ao chamado “movimento ecumênico mundial”, que tem unido pessoas que deveriam ser tão diferentes, como o papa atual e seu predecessor e um dos nomes em evidência no cristianismo internacional, Rick Warren, que é apenas um dos lideres cristãos mundiais envolvidos. Movimento esse que parece estar levando muitos a uma direção de aceitação de uma “religião mundial” que a Bíblia menciona. Todavia, não estou aqui para falar disso. Maiores informações e com maior propriedade, sobre esse assunto, podem ser lidas em http://www.espada.eti.br/n1606.asp, http://www.espada.eti.br/n2311.asp e http://www.espada.eti.br/rc145.asp.

Em seu vídeo, Piragine comete um estranho erro. Ele erra ao conceituar erroneamente a palavra “iniquidade”. A própria Bíblia trata da iniquidade pelo seu sentido denotativo, de injustiça (ver Sl. 14:4, Hb. 1:9 e II Ts. 2:12), e não de “costume com o pecado”, como ele quer dizer. Isso tanto é verdade que ele não cita nenhum versículo sobre tal palavra. A iniquidade, como injustiça social, é que deveria ser tratada de forma mais delicada em nosso pais, o 3º em desigualdade social em todo o mundo.

Sem abrir a Bíblia, Piragine usa como principal artifício um vídeo que já circulava na internet, sobre as imposições do PNDH-3, e o direciona levianamente para atingir o PT. Digo levianamente porque ele usa de um vídeo para o fim que lhe apraz, sem informar o porquê do vídeo ter sido feito. Creio que o senhor sabe o que é esse PNDH-3, mas falarei algumas coisas que talvez o senhor não conheça a respeito.

O programa nacional de direitos humanos é uma carta de intenções, que foi formulada no primeiro mandato do governo FHC, e recebeu nova formulação agora, estando em discussão no Congresso Nacional. O que pouca gente sabe é que em 1993, uma senadora do PSDB, suplente de FHC (que saiu em 1992 para ser Ministro de Itamar Franco antes de suceder o mineiro na presidência), apresentou projeto tentando legalizar o aborto, desde 1993. A suplente, de nome Eva Blay, apresentou o Projeto de Lei no Senado n° 78/1993, revogando todos os artigos do Código Penal que criminalizavam e penalizavam a prática do aborto. Projeto esse que, graças a Deus, não foi aprovado.

O PNDH II (íntegra aqui), também assinado em 2002 por FHC (e não por Lula) previa ampliação dos casos de aborto legal, na página 16, defendendo a ampliação da legalização do aborto, da forma:

179. Apoiar a alteração dos dispositivos do Código Penal referentes ao estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude, atentado ao pudor mediante fraude e o alargamento dos permissivos para a prática do aborto legal, em conformidade com os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro no marco da Plataforma de Ação de Pequim.

Assim, culpar o PT por tentar legalizar o aborto é uma acusação infundada, imputando a esse partido algo que foi iniciado no governo de FHC, pelo seu partido, que também é o de José Serra. O mesmo José Serra que, enquanto ministro, editou atos normativos regulando a interrupção de gravidez nos órgãos de saúde pública (http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf). O PNDH-3 é apenas o desdobramento de uma política internacional (Plataforma de Ação de Pequim), com a qual FHC se comprometeu pelo país e Lula simplesmente, querendo ou não, em nome do bom senso, é obrigado a concordar, para que as relações internacionais e a confiança do país não sejam estremecidas no exterior.

O pastor paranaense diz ainda que 2 deputados foram expulsos do PT e que nenhum deputado do PT pode votar contra o aborto. Mente em ambos! Os deputados citados foram apenas suspensos e se desligaram do PT por opção própria, para se juntar ao PV. Além disso, o Estatuto do PT assegura ao filiado o direito de se desvincular de decisão coletiva por motivo de convicção religiosa. Isso está no inciso XV do artigo 13 do estatuto do partido, em que consta:

“Art. 13. São direitos do filiado:

XV – excepcionalmente, ser dispensado do cumprimento de decisão coletiva, diante de graves objeções de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo, por decisão da Comissão Executiva do Diretório correspondente, ou, no caso de parlamentar, por decisão conjunta com a respectiva bancada, precedida de debate amplo e público.”

Além disso, o pastor diz ainda que o PT se posiciona a favor do direito da mulher de ter garantida a interrupção da gravidez. Isso é verdade. A posição da PT é essa, mas não obriga os deputados a votarem assim, como mostrei anteriormente. Aí qualquer pessoa pode pensar que se o PT é assim e o próprio PSDB foi quem preparou o caminho na via nacional e na internacional rumo à legalização do aborto, o jeito é votar na Marina, do PV. Mas isso pode ser em um ledo engano, já que o programa de governo do PV (disponível em www.cdlimperatriz.com.br/pvimperatriz/programapv.doc) defende claramente:

- A liberdade sexual e o homossexualismo (quando cita “defender a liberdade sexual, no direito do cidadão dispor do seu próprio corpo e na noção de que qualquer maneira de amor é valida e respeitável”)

- O aborto (pois no tópico 7 de seu programa defende a “legalização da interrupção voluntária da gravidez”, assim como o PT)

- A legalização controlada das drogas (pois em sua plataforma o partido diz que “uma nova política internacional provavelmente passará pela legalização e fornecimento, controlado pelo Estado, como forma de solapar e inviabilizar economicamente os grandes cartéis da droga”)

O que se conclui é que os 3 candidatos a presidente estão, direta ou indiretamente, ligados a iniciativas e/ou a partidos pró-aborto e pró-homossexualismo. José Serra inclusive já se disse favorável a tal casamento, e inaugurou hospitais próprios para travestis em São Paulo como governador. É por isso que entendo que a igreja não deve se posicionar contra esse ou aquele partido, ou contra esse ou aquele candidato, pois todos os que alçam a presidência, mostraram, cedo ou tarde, que não têm compromisso com o evangelho.

Pegar o PT de Lula como bode expiatório para tentar ganhar eleição é um filme reprisado de sessão da tarde. Os mais adultos como o senhor, pastor, certamente se lembram de 1989, ano em que as igrejas do Brasil em massa apoiaram Collor, sob o boato de que, se vencesse, Lula ia fechar as igrejas, perseguir os cristãos, mudar a letra do hino nacional, dentre tantas outras acusações. Por isso, diversos pastores famosos rejeitaram de púlpito o PT e apoiaram Collor. O resultado disso não tardou. Todos nós vimos o que Collor fez em poucos anos no Brasil e como ele terminou seu mandato, sendo obrigado a sair pela porta dos fundos do Planalto após ter lesado milhões de brasileiros e a economia do país. Vimos também, mesmo em face dessas acusações, como Lula entrou em 2003 e pegou um país que, mesmo tendo privatizado suas principais estatais no governo anterior, estava com altos níveis de desemprego e influenciado pela crise da Argentina que abateu também o Brasil, fazendo com que FHC não conseguisse fazer a sucessão.

Lula pegou o Brasil estagnado em 2003 e deixa o país agora, em 2010, ao fim do seu mandato com os mais altos níveis de aprovação popular da história de um presidente, fruto de um crescimento econômico e social que melhorou a vida de muitos brasileiros. De um país sem esperança, para um país que está bem visto lá fora e sendo contado para ser o próximo país a entrar no grupo dos países desenvolvidos. Assim, os frutos de Collor, FHC e Lula, falam por eles.

Eu não voto em Lula, e sim em Marina. Mas reconheço que Lula fez uma boa gestão como presidente. O PT merece ser criticado, mas como mostrei aqui, naquilo que o PT é combatido, os demais partidos também carregam características comuns. Por isso, por esses partidos serem todos tão semelhantes entre si, entendo que a igreja não é melhor lugar para criticar esse ou aquele partido, pois criticar um, subentende-se ser favorável ou estimular o voto ao outro. E o apoio de uma igreja a políticos não pode ser nominal, como faz Piragine, que estabelece o terrorismo para impor suas convicções, usando a igreja como massa de manobra, através de mentiras. Piragine, que foi procurado pela imprensa no Paraná após a publicação de seu vídeo, recusou-se a dar entrevista ou sequer a emitir uma nota, sob a desculpa de que estaria saindo em viagem, o que prova não ter ele agido de forma prudente ao falar do PT pois, se tivesse razões para tanto, teria se pronunciado com provas do que diz.

Reitero, pastor, que não voto em Dilma em 1º turno e não sou petista ou partidário de qualquer partido político. Falo como um servo fala a um superior quando o vê em erro. Sou contra qualquer união entre religião e Estado, pois isso sempre fragiliza a confiabilidade da igreja a longo prazo. Parece-me que Deus sempre permite que as fraquezas de políticos que se dizem cristãos sejam expostas, para que as igrejas entendam que apenas Cristo, e não homens, merece nossa plena confiança. Que aprendamos isso, como igreja, antes da eleição.

Convido o pastor a refletir e verificar as fontes e inclusive assistir vídeos relacionados no YouTube. Estou na nossa igreja pois sempre a admirei como uma igreja que nunca se envolveu com política, mantendo-se sempre fiel a sua visão. Uma igreja que não é levada por ventos nem pela pregação da moda, como essa desse pastor paranaense. E espero que a nossa igreja assim permaneça. Deve-se incentivar o cristão a votar com prudência, mas sem manipulá-lo a ir contra um ou outro partido, pois todos fazem parte de um jogo, de idéias praticamente iguais, que quase nunca divergem em pontos essenciais. É engano pensar que existe um partido melhor do que outro. É preciso ter sabedoria de não se posicionar de púlpito, pois rejeitar o PT, é, na atual conjuntura, concordar com PSDB, de homens como FHC, Marconi Perillo e Aécio Neves (ambos conhecidos por sua truculência contra seus opositores, a exemplo de Jorge Kajuru). Por isso, entrar em política é pisar em terras movediças demais e compromete todos aqueles que o façam.

Que Deus fale com o senhor e que Ele te use para falar à igreja, no próximo domingo, algo realmente imparcial e de acordo com a soberana vontade d’Ele, e não apenas reproduzir suas impressões sobre um vídeo que o senhor tenha visto e achado que parece verdade, pois a verdade não estará sempre na boca de todos os pastores, mas sim na Palavra de Deus, que nos dá o exemplo de Daniel, que sequer comeu daquilo que vinha dos “políticos” da época.”

domingo, 20 de junho de 2010

Os quatro pecados que impedem o fluir de Deus

Sabemos que o pecado não perdoado nos impede de ter plena comunhão com Deus. Além disso, sabemos também que não existe “hierarquia entre pecados”, ou seja, não há uma classificação de pecados em mais leves e mais graves. Existem pecados diferentes e que, por isso, possuem conseqüências diferentes. Mas todos eles nos afastam de um relacionamento pleno com Deus.

Assim, precisamos ser purificados dos pecados da carne. Mesmo não havendo pecados mais graves que outros, existem pecados que, por suas conseqüências, fazem com que o nosso canal de comunicação com Deus fique “entupido”, de forma que Deus não terá a oportunidade de fluir através de nós. A maioria das pessoas luta com quatro pecados da carne, os quais devem ser vencidos antes que o cristão seja capaz de operar ativamente com Deus.

1. O pecado do ódio. Uma das ordenanças de Cristo à igreja é a de que ela permaneça em oração e que evite o sentimento de ódio (1 Timóteo 2:8). Por quê? Porque o ódio impede o fluir de Deus, já que esse sentimento sempre está associado a um pecado ou a ausência de perdão, que também não deixa de ser um pecado. Quando odiamos outra pessoa, estamos colocando nós mesmos e nossos próprios conceitos no centro. O ódio caminha em direção oposta ao amor. Se a Bíblia nos diz que temos que amar ao próximo como a nós mesmos, e que o nosso Deus é amor, se nutrimos tais sentimentos em nosso coração, estamos negando a própria natureza de homens nascidos de novo que somos. Por isso a nossa comunicação com o Pai fica impedida.

Um comportamento não perdoador é o inimigo número um da nossa fé. Mágoas e ressentimentos com relação a pessoas nos prendem a elas. Todavia, o ódio destrói muito mais a pessoa que alimenta em si tal sentimento do que aquele que é odiado, mesmo porque este às vezes sequer sabe que está sendo odiado por alguém. Assim como temos que sujar nossas mãos de barro antes de jogá-lo em alguém, o ódio machuca primeiro aquele que carrega tal sentimento.

Além disso, a Bíblia compara o sentimento de ódio ao homicídio. Aquele que odeia uma pessoa está “matando” ela dentro de si. Na verdade, os homicídios reais nada mais são do que sentimentos de ódio que são externados contra a vida de uma pessoa.

“Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.” (1 João 3:15)

Em nossa vida cristã, precisamos ser canal de benção na vida das pessoas. Contudo, nossas palavras e atitudes sempre irão refletir somente aquilo que está em nosso coração. Será impossível estar em contato com o Senhor e transmitir o amor dele a outras vidas se o nosso coração estiver contaminado com sentimentos de ódio. Apenas quando o ódio é substituído pelo perdão e pelo amor, podemos expressar o verdadeiro amor de Cristo para as pessoas.

2. O pecado do medo. O medo é outro grande inimigo do nosso crescimento espiritual. Se a pessoa carrega em si um temor específico, o poder da destruição começará a fluir a partir dele.

Existem diversos tipos de medos, que podem surgir dos mais diversos tipos de circunstâncias. Existem cristãos, por exemplo, que tem medo de manifestações demoníacas. Assim, se ele se deparar com alguém possesso, ele procurará meios de não orar sobre essa pessoa. Deixa, portanto, de reconhecer a autoridade que a nós é dada por Deus (Lucas 10:19)

Nós como seres humanos temos a infeliz tendência de olhar para as circunstâncias com nossos olhos e com nossos sentidos. Só que fazendo isso, Satanás nos destruirá com o medo. O medo sempre é fruto de uma olhar natural sobre as coisas. Se fechamos os olhos naturais e olhamos para Deus, a nossa fé é exercida e não há espaço para temores. Estando no amor d’Ele, não há motivos para ter medo.

“No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.” (1 João 4:18)

Logo, as pessoas devem ser instruídas a desistir do temor do seu ambiente e de suas circunstâncias. Se não o fizerem, não poderão desenvolver a fé nem Deus fluirá através delas.

A Bíblia diz que Deus não nos deu espírito de temor, mas de amor (2 Timóteo 1:7). O único temor que devemos ter é o de Deus (Provérbios 1:7).

Uma das recomendações que Deus sempre deu, desde os patriarcas até aos apóstolos, era a de que eles não temessem as dificuldades que haveriam de passar, pois Deus era com eles. Deus só age onde não há medo. Para que Ele venha a agir, o medo e a ansiedade devem ser substituídos pela paciência e pela fé (Salmos 40:1).

O temor nos liga a nossas dificuldades e limitações, e não àquilo que podemos ser em Cristo.

3. O pecado da inferioridade. Sempre que olhamos as circunstâncias, temos o hábito errado de nos sentir pequenos, impotentes. Também o sentimento de inferioridade é demonstração de falta de fé. É necessário que cada um entregue seu complexo de inferioridade a Deus e se permita ser reconstruído pelo amor d’Ele.

O complexo de inferioridade é muito destrutivo. Além de minar nosso potencial, nos torna vulneráveis e nos faz sujeitos a ameaças externas. Quem tem “complexo de inferioridade” sempre terá a tendência de se achar incapaz de tomar decisões e passos de fé, pois a inferioridade traz consigo o pessimismo. Não devemos nos sujeitar às circunstâncias, e sim ao nosso Deus.

“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7)

Existe uma verdade que sempre deve estar em nossa mente: a de que nada é impossível ao que crê. Essa é uma palavra que, declarada, nos faz sentir fortalecidos em Deus.

Mas muitos podem dizer que a Bíblia afirma que devemos procurar ser o menor, ou ainda, diminuir a nós mesmos. Mas ser o menor nos fala de adquirir para nós a posição de servo. E diminuir a nós mesmos diz respeito a termos uma postura de humildade, sempre preferindo em honra aos irmãos (Romanos 12:10), e não a nós mesmos. Nenhuma dessas idéias é compatível com a de nos achar inferiores a tudo e a todos.

Temos que, como Paulo, entender que não somos nada, que a nossa vida não tem valor, mas que também há em nós um Espírito que nos faz ser capazes para toda boa obra (2 Timóteo 2:21).

4. O pecado da culpa. Enquanto a pessoa estiver abatida por sentimentos de culpa, Deus jamais fluirá através dela. Precisamos fazer as pessoas compreender que, quando se sentem indignas e cheias de culpa, simplesmente podem ir ao Senhor, e Ele as limpará.

O pecado nos separa de Deus. Mas a culpa é exatamente o sentimento que tenta nos remeter à condição de quem ainda carrega o peso do pecado, ignorando o perdão que já nos foi concedido. É como aquele presidiário que, mesmo após ter cumprido toda a sua pena, continua recluso no presídio por achar que seu crime foi mais grave do que pensou o juiz, sem se lembrar do fato que a sua dívida já foi paga com a sociedade.

Ao livrar-se de seu sentimento de culpa, manifestando entendimento do perdão de Deus e da liberdade que temos para sujeitar todas as acusações do Diabo, o poder de Deus poderá fluir.

“Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o SENHOR.” (1 Coríntios 4:4)