domingo, 27 de dezembro de 2009

“Deus, um delírio” e outras mentiras de Dawkins

No artigo anterior, falamos a respeito da crítica que o estudioso ateísta-darwinista Richard Dawkins (autor de “Deus, um delírio”) faz ao cristianismo em sua obra mais conhecida. Rebatemos seu discurso justamente na sua base – a Teoria da Evolução – a qual ele estudou muitos anos e escreveu várias obras a respeito, e da qual tirou a inspiração para seu fundamentalismo ateísta. Mostramos inclusive que essa mesma teoria já se encontra corroída até pela própria ciência moderna. Agora, nesse artigo, continuaremos a analisar outras críticas não menos infelizes que Dawkins fez em seu livro.

O autor pauta suas críticas quase que exclusivamente nas condutas humanas em nome de Deus, mas em momento algum consegue provar aquilo a que se propôs: a verdade da afirmação de que Deus não existe. É claro que houveram homens que perverteram a religião e usaram-na como ferramenta para promover a injustiça, baseada em motivos egoísticos. Mas nenhum ato humano pode invalidar a existência de Deus, mesmo porque os homens são falhos e plenamente passíveis de cometer erros.

Em outra crítica, o autor rebate a validade das experiências pessoais como prova da verdade da fé. Mas é preciso entender que a própria fé é um ato pessoal e a pessoa dificilmente terá experiências de fé, sem que antes ela mesma tenha escolhido crer, já que a fé é fundamentada em uma certeza de algo abstrato (Hebreus 11:1). E homens tão contaminados de egoísmo, injustiça e iniqüidade como os de nosso tempo, definitivamente não costumam estar dispostos a crer, amar e aceitar uma verdade que poderá implicar em renúncia de seus prazeres (2 Tessalonicenses 2:10).

O autor defende ainda que muitos seguem a Deus numa fé covarde (do tipo “vou seguir Ele ainda sem saber se ele existe, porque se eu não crer e se Ele existir, terei problemas na eternidade; já se eu crer e ele não existir nada acontecerá”). E segundo o autor, esses não podem ser salvos, porque não tem mais méritos do que os que não crêem porque não tem provas. Só que o autor erra ao afirmar que estes que assim o fazem serão salvos, mesmo porque Deus não recompensa os que negociam com Ele, sem ter uma fé sincera (Hebreus 11:6). Pelo contrário, Deus se relaciona somente com os que O seguem por amor, e desejo de negar a si mesmos, não por simples conveniência. A salvação só é obtida mediante a fé, e aquele que diz que crê mas ainda duvida da existência do que diz crer, está apenas enganando a si mesmo, pois não tem fé e sequer nasceu de novo, o que é um pré-requisito para a salvação.

O autor usa ainda uma outra fórmula mais do que batida: a crítica do ideal de justiça do Velho Testamento, considerado duro demais por um Deus que afirma amar os seus filhos e pesado demais se comparados com o nosso ideal de justiça. Mas, o autor ignora a existência da palavra “dispensação”, que é a maneira como Deus trata com o homem durante um determinado período de tempo. E no tempo do Velho Testamento, a aplicação da justiça de Deus não era mais dura do que a justiça dos homens daquela época. Em todos os tempos, Deus sempre usou de medidas de justiça compatíveis com a justiça aceitável pelos homens de cada época. Comparar a justiça do passado com a atual e querer que ambas sejam semelhantes, é ignorar a própria intertemporalidade dos conceitos de justiça, direito e moral.

Dawkins rebate ainda a religião sob a ótica científica, afirmando que a ciência não suporta existências imateriais. Para ele, é impossível provar a existência de algo que não pode ser empiricamente demonstrado, como é a fé. Mas a própria Bíblia afirma que a fé não é algo humano, que possa ser demonstrado cientificamente. Muito pelo contrário, é diferente de mera certeza natural e é algo que vem de Deus (Efésios 2:8), e que por isso é imaterial. Mas essa imaterialidade não a faz ser falsa ou deixar de existir. Faz sim com que o homem natural, sem discernimento espiritual, não a compreenda claramente.

Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (1 Coríntios 2:14)

Além disso, jamais a ciência provará a existência de algo contra qual se propôs e se baseou desde suas origens, que é a existência de Deus. Reconhecer a existência de Deus implicaria em revogar grande parte da ciência e do conhecimento humano, o que seria inaceitável para os que vivem na dependência da ciência ou que gastaram vários anos de suas vidas em estudos científicos.

Dawkins também afirma que a religião surge como resposta a uma lacuna que há em nós que achamos que tem que ser preenchida por Deus. O autor compara essa lacuna à necessidade que uma criança tem de ter um “amigo imaginário”. O mais interessante é que o autor reconhece que há mesmo uma lacuna em nós e que a existência humana depende de algo imaterial. Apesar de reconhecer que as pessoas que crêem em Deus têm esse espaço preenchido, ele teima em afirmar que essa lacuna pode ser preenchida pela ciência. Só que faltou a ele explicar como a ciência resolve a questão de se saber pra onde se vai depois da morte. Pois ao contrário dos que crêem na completude da ciência, os que acreditam em Deus têm certeza do lugar que irão quando morrerem.

Nas últimas páginas, o próprio autor escreve que “o que vemos do mundo real não é o mundo real intocado, mas um modelo do mundo real, regulado e ajustado por dados sensoriais”. Assim, o que ele mesmo vê não passa de uma impressão da realidade, e que por isso ele poderá estar enganado. O autor se atenta só ao que vê, e desconhece algo muito maior, que não é visível aos olhos (2 Coríntios 4:18), mas que é perfeitamente demonstrável naquilo que é visível até mesmo por ele em seus estudos (Romanos 1:20).

Como eu já esperava antes mesmo de abrir o livro, a obra passa longe de qualquer sombra de imparcialidade ou de qualquer análise séria e fundamentada sobre valores religiosos. Dawkins desfere golpes na religião citando apenas exemplos doentios, de pessoas que perverteram a fé, mas sequer cita o que a prática religiosa faz de bom e o que traz de retorno para a sociedade. O autor se aperfeiçoa em citar números de pesquisas que lhe servem para combater a religião, mas em momento algum o cita nenhuma pesquisa sobre a quantidade de casas de recuperação de drogados mantidas por igrejas evangélicas, a quantidade de famílias no mundo que são mantidas por arrecadações sociais dentro das igrejas, tampouco o número de pessoas que deixam seus lares para pregar o evangelho e prestar apoio e lugares inóspitos do mundo.

Como não poderia deixar de fazer, o autor considera a religião como dispensável. Para ele, os “ateístas podem ser felizes, ponderados, morais, e intelectualmente realizados”. Com isso, é possível concordar. A própria Bíblia diz que esse seria o “estado de espírito” dos homens que negam a Deus e que as coisas aconteceriam assim no mundo em nosso tempo:

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios. Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência”. (1 Timóteo 4:2)

Qualquer um que ignore a existência de Deus e que viva de acordo com sua vontade, pode encontrar efêmeras alegrias no mundo e levar uma vida baseada em mentiras. Aleister Crowley, um dos maiores satanistas (ou filósofo ocultista, como é chamado pelos livros) que já passaram pela terra, dizia, em posição totalmente contrária à Bíblia (Romanos 13:8) que os homens poderia fazer o que quiserem, pois tudo seria permitido e seria toda a Lei. E é nessa errada concepção de moralidade que a nossa geração vive (Hebreus 3:10) - uma prova de que estamos na apostasia dos últimos dias.

O livro em si é fraco, de argumentos repetitivos e por isso, de leitura cansativa. Mas vende. Vende porque, como disse, o tema agrada todos aqueles que querem viver suas vidas sem religião, sem culpa. Todo homem que nega a Deus, que se agrada da mentira e que quer fugir da sua própria consciência, pode encontrar alento num livro como esse, e usá-lo como ferramenta para seguir enganando a si mesmo.

Todos nós podemos viver como quisermos, mas existem conseqüências eternas para tudo que fizermos aqui na Terra. Uma vida sem limites, regalada, prazerosa e longe de Deus pode parecer a melhor escolha, mas na sua essência, leva à perdição eterna. Queira você acreditar nisso ou não. Queira você ter fé ou aceitar o atrativo e comodista ateísmo de homens como Dawkins.

Darwin, Dawkins, Crowley e tantos outros homens que negaram a Deus e a obra de Sua Criação, um dia reconhecerão algo que é totalmente contrário ao que disseram em vida, e por isso, esse dia certamente será para eles de profundo arrependimento e lamentação. Mas para nós, que cremos em Deus e que vivemos segundo o Seu Propósito, esse será um dia de grande alegria. Dia pelo qual nós, que cremos, pacientemente aguardamos.

“Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus.” (Romanos 14:11)

domingo, 13 de dezembro de 2009

“Deus, um delírio” e as mentiras de Darwin

Dias atrás, um colega de faculdade, sabendo de minha orientação cristã, me ofereceu o livro “Deus, um delírio”, de Richard Dawkins, para que eu o lesse e “testasse” se minha fé resistia. Acabei aceitando a leitura, mas disse que ia rebater os argumentos do livro posteriormente.

Muitos cristãos evitariam uma leitura como essa ou pastores até a proibiriam. Mas eu acredito que em tudo que se vai fazer na vida, é preciso que sejamos inteligentes e saibamos analisar todos os argumentos, seja de onde eles vierem ou por mais contrários que eles sejam àquilo que nós cremos. Não é ser racional só no trabalho ou nos estudos, mas em pontos onde pouco se fala em pensar demais, como em nossos relacionamentos e até em nossa fé.

A própria Bíblia nos diz que nós devemos, em nossa fé, buscar ser racionais (1 Pedro 2:2), e que devemos examinar tudo, e de tudo tirar aquilo que for bom (1 Tessalonicenses 5:21). Quem não tem uma fé inteligente, dificilmente saberá defender o que acredita diante de circunstâncias adversas, praticar sua fé sabiamente, ou mesmo resistir de forma firme aos ataques do diabo em sua mente.

Há muitos cristãos que não têm conhecimento claro a respeito de sua fé. A meu ver, todos aqueles que se desviaram são parte desse grupo de pessoas, pois todo aquele que realmente nasce de novo, não só tem certeza de sua salvação, mas também tem certeza que está seguindo a verdade. E quem sabe que está seguindo a verdade não se desvia dela para seguir a mentira, a não ser que tenha dúvidas.

Uma fé inteligente passa pelo pleno conhecimento e convencimento próprio da verdade daquilo que está se seguindo. Quem não tem base para aquilo que acredita, não conhece o seu próprio Deus e é apenas parte da multidão.

Para esse grupo de cristãos que citei nos parágrafos anteriores, ler um livro como esse é sim um perigo. Mas não o será para os demais, e para estes eu recomendo a leitura crítica da obra.

Apresentando o tema, o autor faz uso de frases que se tornaram verdadeiros bordões para aqueles que criticam o cristianismo. Entre os citados, estão os de que “a religião só existe porque as pessoas precisam de consolo”, ou que “as pessoas se agarram à religião porque foram iludidas”, ou ainda, a de que “a fé religiosa não depende de justificativas racionais”.

O livro em si difunde uma visão profundamente darwinista. Darwin, autor de “A origem das espécies”, foi o mais notável defensor da Evolução, ou seja, para ele não existiu nenhuma obra de criação divina de seres vivos, como diz a Bíblia, mas sim, cada espécie e seus órgãos evoluíram de forma lenta e gradual ao longo de milhares de anos até chegar na forma que é hoje. Assim, fica claro o paradoxo entre a Bíblia e os darwinistas. Ou se acredita na Bíblia ou na teoria de Darwin.

Assim como o autor combate o fato de toda teoria religiosa partir do pressuposto que Deus existe, o pressuposto do qual ele mesmo baseia sua obra para combater a idéia da Criação é no ideal de que a teoria de Darwin está totalmente certa. Mas não está. Pesquisas mais atuais têm provado que a teoria de Darwin apresenta vários furos, e existem diversos seres cujo organismo simplesmente não pode ter sido formada a partir de evoluções lentas.

Nessa linha de argumentação, há um interessante documentário disponível no YouTube, intitulado “Criaturas incríveis: Criação ou Evolução?” O autor do documentário era um darwinista que, ao analisar a teoria com maior atenção, percebeu que haviam muitas "suposições" (exemplo: de que as rochas são muito antigas) que eram consideradas como verdade absoluta sem que fosse provado sê-lo. Mas algumas dessas suposições jamais poderiam ocorrer aleatoriamente, o que levou o autor a perceber que a teoria de Darwin poderia estar errada, pois partia de premissas falsas.

Prosseguindo em seus estudos, o estudioso encontrou criaturas específicas cuja própria sobrevivência depende de duas ou mais capacidades únicas que precisam combinar-se simultaneamente, não podendo evoluir uma antes da outra, pois isso implicaria na própria morte da criatura.

Ao longo do filme, o autor vai citando e explicando vários exemplos de animais que reuniam em si duas ou três dessas capacidades impossíveis de terem evoluído juntas. Dentre elas estão o complexo e exclusivo sistema circulatório da girafa, o mecanismo de defesa do besouro bombardeador, o modo de vida e reprodução do pássaro incubador australiano, a estrutura da cabeça do pica-pau e da língua do pica-pau verde europeu, as estruturas das patas da lagartixa, que são apenas mostras de características impossíveis de terem surgido ao acaso.

Em seu livro, Dawkins chega até a citar o besouro bombardeador, afirmando que sua existência não prova a teoria da criação. Mas a existência do besouro e de outros tantos animais impossíveis de terem “evoluído”, dá um tiro mortal em qualquer teoria evolucionária. Se tais animais têm características que não podem ter surgido lentamente, não resta a menor dúvida de que eles foram objeto de uma criação, ou seja, foram projetados e criados por uma inteligência superior. Diante de provas tão materiais, nenhum cientista que se preza pode negar que esses animais (e, portanto, os demais) foram criados, e não “evoluídos”. O próprio Darwin, que certamente desconhecia esses animais, já reconhecia que se eles existissem, sua teoria estava furada. Veja o que ele mesmo disse:

“Se fosse demonstrado que qualquer órgão complexo existisse e que ele não pudesse ter sido formado por numerosas, sucessivas e pequenas modificações, minha teoria absolutamente ruiria”. (Charles Darwin)

Já mostramos que existem vários “órgãos complexos” que derrubam de vez a teoria de Darwin ou qualquer arremedo de estudo que se baseia na idéia de que os animais surgiram de evoluções graduais. Por isso, nenhum cientista conseguiu provar até hoje, e nem conseguirá provar, que o mundo não foi obra de uma criação por uma inteligência superior. Pelo contrário, repito que essas criaturas incríveis, provam seguramente que foram fruto de uma obra de uma mente criadora e inteligente demais.

Mas ai você pode se perguntar: se isso é tão claro e lógico, por que os cientistas não vêm a público e reconhecem isso? Por que eles não aceitam o Criacionismo e encerram a discussão? A Bíblia responde:

“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos." (Romanos 1:18-22).

Os homens teimam em fazer exatamente o que está descrito nos versículos acima: eles sabem e entendem claramente a verdade da criação, mas recusam-se a glorificar a Deus reconhecendo a sua Criação, preferindo transformar essa mesma verdade em injustiça, enganando os demais (2 Timóteo 3:13).

Por serem injustos, os cientistas simplesmente suprimem a prova, ocultam uma verdade que implicaria na negação de teorias às quais eles dedicaram longos anos de seus estudos. Ao se depararem com essas criaturas, que provam o Criacionismo, eles se perguntam: “será que isso evoluiu mesmo ao longo do tempo de forma lenta e gradativa, ou será que isso surgiu de uma vez do jeito que é hoje?”. Quando descobrem que não há como descrever tais criaturas por meio da evolução, aí resta somente uma opção: a de aceitar que talvez haja mesmo um projetista, um criador. Então decidem: eu não quero ir por aí. Aí então, escondem as provas. Os livros simplesmente ignoram esses pontos que a teoria de Darwin não explica, mesmo porque se explicasse, não haveria motivos para que o livro fosse sequer escrito.

Em seu livro, Dawkins reconhece ainda que “a natureza é uma estrutura magnífica que só compreendemos de modo muito imperfeito”. De fato, fugindo da ótica bíblica, a compreensão que Ele mesmo tem também sobre o mundo e a existência de Deus está eivada de imperfeição.

Ver todos esses furos da evolução é enxergar a beleza da criação de Deus. Um Deus que de tão onisciente, sabendo que no futuro o homem duvidaria que o mundo foi obra de Suas Mãos, colocou tais criaturas na Terra para garantir que os homens soubessem o quão absolutamente impossível é para este mundo e todos os seus habitantes terem surgido pelo acaso evolucionário.

Dois grandes cientistas, Louis Pasteur e Einstein, são autores de frases que se tornaram conhecidas e que merecem ser citadas:

“Um pouco de ciência nos aproxima de Deus. Muito nos afasta.”

“Sem a religião, a ciência é capenga; sem a ciência, a religião é cega.”

Com as duas frases podemos concordar. Um estudo científico pobre, parcial mesquinho e limitado sempre tentará negar a existência de Deus, mas essa negação não subsistirá se a análise for baseada na verdadeira busca imparcial da verdade. Também a ciência jamais conseguirá explicar de forma autônoma, e independente e diferente, aquilo que a Bíblia já explicou. Assim também uma fé em Deus deixará de ser cega na medida em que buscar a prova de sua validade também nas coisas naturais, nas obras da Criação de Deus, que Ele mesmo deixou para evidenciar a Sua Glória aos homens.

Podemos estar certos de que todo conhecimento científico que tente combater a existência de Deus ou a maravilhosa obra de Sua Criação, não terá como fugir de dois destinos: ou chegará a um ponto onde não poderá avançar, de forma lógica, e provar o objetivo da pesquisa, ou simplesmente chegará a certezas baseadas em falsas suposições, como fazem até hoje os que insistem acreditar em Darwin.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo.” (2 Coríntios 10:4-5)

No próximo artigo, falaremos um pouco mais da obra “Deus, um delírio” e as suas falsas acusações ao Cristianismo.

domingo, 29 de novembro de 2009

O evangelho da vida através da morte

Não existe geração de vida sem que haja morte. Essa foi uma das mais importantes lições de Cristo, demonstrada através de sua morte na cruz. Nunca existiu e tampouco chegará a existir uma demonstração maior de amor do que o sacrifício de Jesus Cristo (João 15:13).

Em sua vida, sabemos que Jesus escolheu 12 homens para multiplicar o evangelho na terra. Esses homens não eram discípulos de Cristo somente porque andavam com Ele por todos os lugares que passava, mas porque foram homens nos quais Cristo olhou e viu disposição semelhante à que Ele tinha: a de entregar suas próprias vidas pela salvação de outras pessoas. E por estarem dispostos a não amarem suas vidas, se entregaram em favor da expansão do reino. Nenhum dos apóstolos morreu em camas quentes, de velhice ou morte natural, ao lado dos seus parentes. Morreram sim das formas mais tristes possíveis. Presos, exilados, crucificados em posições humilhantes. Esse foi o destino que recebeu os primeiros discípulos de Cristo.

Se a história da igreja primitiva foi banhada de sangue, no passar dos séculos a situação não mudou muito. Em Roma, cristãos eram mortos de formas bizarras, devorados por animais, queimados vivos. Na Idade Média, a religião se institucionalizou, perverteu-se, e voltou-se justamente contra os verdadeiros servos de Deus. E ainda nos dias de hoje, em dezenas de países do grupo da “igreja perseguida”, continua sendo derramado sangue de homens que amam a obra de Deus e que, como os apóstolos, se dispõem a dar seus próprios corpos pela salvação de outras pessoas.

Estes homens, que deram um verdadeiro testemunho de entrega, através de suas próprias vidas, são lembrados em Apocalipse:

“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.” (Apocalipse 6:9-11)

Repare que estes homens que morreram em favor do evangelho estão em posição de honra. Adquiriram o direito de repousarem tranquilos após a morte e receberem vestes brancas.

Mas a pergunta que surge é: e nós? Será que podemos bater no peito e declarar, a nós mesmos, que somos verdadeiros discípulos de Cristo? Aqui se requer uma análise mais detalhada.

Um primeiro ponto que merece ser destacado é o de que todo aquele que deseja ser discípulo de Cristo, tem que estar disposto ao sacrifício, diário e contínuo de suas próprias vontades. Veja o que o próprio Cristo disse:

“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me.” (Mateus 16:24)

Tomar a cruz é carregar um peso de algo que pode ser maior do que a sua própria vida. Quando Cristo literalmente carregou sua cruz ao Monte Calvário, Ele nada mais estava carregando o madeiro no qual Ele próprio seria pregado e morto. Qualquer um que quiser levar uma vida “carregando sua cruz”, deve saber que está levando uma vida que o levará para a morte física, na medida em que deverá deixar os projetos, desejos, sonhos da vida para trás. Isso não quer dizer que quem segue a Cristo não pode ter nenhum bem material e levar uma vida miserável, mas sim, que todo aquele que deseja ser discípulo de Cristo não pode ter o seu coração nestas coisas. Outrossim, tem que estar disposto a renunciar tudo o que tem se isso for necessário para a salvação de outras pessoas.

Paulo ensinou a Tito que o verdadeiro discípulo deveria renunciar à impiedade e a toda a concupiscência mundana (Tito 2:12). Jesus Cristo, antes dele, já havia sido ainda mais enfático: ninguém que não estiver disposto a renunciar tudo que tem não poderia ser discípulo d’Ele (Lucas 14:33).

Além do sacrifício, a Bíblia nos ensina também a lição do amor ao próximo. Veja o que Cristo dizia:

“E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele; E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.” (Marcos 12:29-33)

Repare que toda a lei do Velho Testamento pôde ser reduzida a apenas dois mandamentos: amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo. Quem leva uma vida de sacrifício na terra, negando aquilo que é do mundo, está demonstrando que ama a Deus. Mas demonstrar apenas o amor a Deus não é suficiente.

Cristo não ensinou o sacrifício puro e simples, mas um sacrifício motivado. Não se trata de fazer penitências ou violentar a si mesmo, mas de um sacrifício em benefício de outras pessoas. Quando amamos ao próximo como a nós mesmos, não nos ficamos tranqüilos com a idéia que nós estamos salvos e outras pessoas não. Se você ama duas pessoas de forma igual, você quer que ambas tenham benefícios semelhantes. Os que se negam a trabalhar pela salvação de outros, não é discípulo, porque ser discípulo é entender que a salvação da alma do seu próximo vale tanto, que se for preciso dar a sua própria vida por ela, você dará.

Entretanto, pouca gente está disposta a amar o evangelho de Cristo e a vida de outras pessoas a ponto de oferecer a sua própria vida para isso. Existem muitos “cristãos por conveniência”, que não demonstram uma fé verdadeira, como a de Paulo, que mesmo nunca tendo visto a Cristo, creu n’Ele e não se intimidava diante da morte (Filipenses 1:21). E essa é uma marca de uma fé genuína: ela resiste à morte.

Cristo não nos livrou do peso da lei simplesmente por ser bonzinhos conosco ou por amar mais a nós do que aos judeus, mas para nos dar uma tarefa não menos fácil do que seguir a lei: o encargo de amar a vida dos outros. Só experimenta uma vida cristã real e íntima aquele que entende que a maior prioridade de Deus não é abençoá-lo, mas usar a sua vida para abençoar outras pessoas.

Na Alemanha nazista, muitos judeus não estavam dispostos a morrer nos campos de concentração ou nas câmaras de gás de Hitler. Assim, muitos preferiram se esconder ou pior, se vestiam como nazistas para escapar da perseguição e restarem vivos após a guerra. Negavam de onde vieram e o que acreditavam para continuarem vivos. E assim faz hoje a maioria dos cristãos. Querem continuar sendo cristãos, mas não querem pagar o preço que o verdadeiro discípulo paga, de sacrifício contínuo e de amar a vida daquele que às vezes sequer conhece.

Deixar de pregar o evangelho, de levar uma vida de sacrifício e de amar o próximo, é uma negligência de graves conseqüências. Milhões de pessoas no mundo deixarão de ser salvas porque outros milhões de cristãos terão se prendido numa “vida cristã” egoísta, que não terá ido além da mera busca de atendimento de mesquinhas necessidades pessoais. A Bíblia diz que aqueles que não serão salvos, não o serão porque não receberam o amor da verdade para se salvarem (2 Tessalonicenses 2:10). Muitos não são salvos, porque simplesmente jamais puderam ver o que é esse amor, porque os cristãos que ele conheceu em vida não lhe mostraram isso. O amor de Deus só é expresso aos homens através de seus servos, e o número de salvos deixará de crescer na medida em que os filhos de Deus se esquecerem do seu principal papel: levar o amor de Deus para aqueles que não o conhecem.

Não é fácil viver uma vida de renúncias. Negar a si mesmo não é tarefa simples num mundo cheio de facilidades e ofertas sedutoras como o nosso. Mas asseguro que muito mais difícil e dolorosa do que qualquer transitória vida de sacrifício, será chegar na eternidade e não ter frutos dos quais se orgulhar, nem vestes brancas para receber.

“O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.” (Apocalipse 3:5)

Por fim, uma última pergunta: você ama mesmo a Cristo? Antes de responder a essa pergunta e mesmo antes de entoar cânticos prontos dizendo que ama a Deus, entenda o que isso significa, e que se isso realmente for verdade em seu coração, você certamente será cobrado e testado pelo que disse. O amor não se manifesta sendo falado, mas em ações práticas e eficazes. E a única forma de demonstrar o amor a Deus é através da disposição em seguir um evangelho que gera vida à custa da morte daquele que ama às verdades da palavra que segue..

“Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.” (Mateus 10:39)

domingo, 15 de novembro de 2009

A cultura do relativismo

Nas últimas décadas em nosso país, cresceu significativamente o número de igrejas evangélicas sob denominações diferentes. Nas grandes cidades, a cada bairro que freqüentamos, nos acostumamos a deparar com uma igreja de nome diferente, da qual muitas vezes nunca tínhamos ouvido falar.

Em parte isso é muito bom. Saber que existem igrejas por toda parte nos faz, em primeira análise, presumir que há também um número significativo de evangélicos nessas regiões, o que prova o crescimento do número de cristãos. Só que esse crescimento às vezes se dá de forma desordenada. Ao mesmo tempo em que cresce o número de igrejas, cresce também a quantidade de doutrinas divergentes entre essas denominações. Assim, essa “expansão doutrinária” tem feito com que muita gente se diga evangélica mas, sem o devido esclarecimento, estão freqüentando igrejas que pregam palavras que em nada contribuem para que elas se aproximem do verdadeiro conhecimento de Deus.

Mas, ao contrário desses contraditórios evangelhos pregados entre as igrejas, a Bíblia não se contradiz. Logo, interpretações diferentes aplicadas num livro que possui uma estruturação lógica única, não resultam em outra coisa senão num relativismo bíblico.

Relativismo, como sugere o próprio nome, é uma prática que repudia qualquer verdade ou valor absoluto. Nessa linha de pensamento, não existiria um conceito único do que seja “verdade”, mas sim, idéias que variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos. É como se nada fosse certo, tudo dependesse do ponto de vista analisado. E é assim que as igrejas têm se comportado nos últimos anos.

Há igrejas que decretam a forma que as pessoas devem se vestir, sendo que outras igrejas deixam isso à escolha do crente. Há igrejas que determinam onde as pessoas de cada sexo devem se sentar, outras não. E há igrejas que consideram determinados comportamentos como sendo pecado, e outras aceitam o mesmo tipo de conduta como comum, normal. E esse último é o ponto mais frágil da questão do relativismo: quando as pessoas perdem a noção real do que seja pecado e acabam aceitando determinados comportamentos pecaminosos em suas vidas como se esses comportamentos não o fossem.

Uma conseqüência direta disso é que a igreja tem se acostumado a “reciclar” valores do mundo e trazê-los para dentro da igreja. Muitos crentes querem ser parecidos demais com o mundo, querem ouvir o mesmo tipo de música, vestir as mesmas roupas, ir para os mesmos lugares, na crença de que isso não os farão estarem mais distantes de Deus. Quando chegam novos convertidos na igreja, eles não são incentivados a mudar de comportamento, apenas reformular suas velhas práticas sob um padrão “gospel”, num mundo onde tudo – bares, boates, músicas, festas – faz lembrar as mesmas coisas que eles já experimentaram antes de vir para a igreja.

Já entre o meio adulto, o relativismo se traduz em conformismo. Os crentes já não sentem o mesmo desejo de pregar o evangelho, de levar pessoas a conhecer a Deus. Outrossim, as pessoas só têm se agradado de palavras neutras. Daquelas que você escuta, vai embora, e volta para casa como se nada tivesse ouvido. Nós estamos tão acostumados com o mundo – trabalho, estudos, problemas pessoais – que deixamos de ter as coisas de Deus como prioridade. A Bíblia mesmo diz que nos últimos dias as pessoas amariam tanto as coisas do mundo e estariam tão cheias de iniqüidade, que elas se tornariam pessoas frias no amor (Mateus 24:12).

Além disso, o relativismo também nos faz perder referenciais. E tem muita gente perdendo o referencial daquilo que é ser santo, na medida que a santidade deixou de ser um valor a ser cultivado. Prega-se no meio das igrejas que Deus sempre está disposto a perdoar, como o pai que perdoou o filho pródigo mesmo depois de tantos erros. Assim, pecar e pedir perdão tem sido para muita gente uma prática tão comum quanto respirar, algo que as pessoas estão acostumadas a fazer. É claro que somos perdoados quando confessamos os pecados, mas não há uma confissão sincera sem arrependimento. E o arrependimento implica em mudança de postura, em abandono do pecado, que deixa de ser uma prática reiterada. Veja o que a Bíblia diz sobre o pecado:

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)

Nessa certeza do eterno perdão, sem mudança de comportamento, está um grande erro. O perdão de Deus não pode servir de justificativa para a prática pecaminosa contínua, desenfreada. Se a pessoa se diz cristã, mas mantém uma conduta permissiva ao pecado, não buscando a santidade como valor a ser seguido, certamente ela precisará analisar se realmente nasceu de novo e se tornou-se mesmo uma nova criatura (2 Coríntios 5:17; Gálatas 6:15).

Assim, quem tem que mudar de postura e se ajustar, somos nós, e não a Bíblia. Em nosso tempo, muita gente tem dito que a Bíblia é um livro antigo, que valeu para dois mil anos atrás, e que para ser adequadamente compreendido precisaria ser contemporizado, relativizado, adaptado ao nosso tempo. E assim, criam suas próprias interpretações para a Bíblia ao invés de moldar seu comportamento a partir dela, o que é um erro crasso.

A verdade é que o evangelho não precisa ser adaptado para uma sociedade que “mudou muito nos últimos dois mil anos”. É preciso que entendamos algo: por mais que possa parecer o contrário, a Bíblia não foi escrita para os homens dos tempos dos apóstolos. Até porque o Novo Testamento só foi adequadamente publicado e popularizado para vários idiomas apenas nos últimos séculos. E, definitivamente, não haveria motivo para Deus inspirar homens para escrever uma série de recomendações para que estas precisassem ser “reformadas” tão rapidamente. Muita gente tem rejeitado quase tudo que Paulo falou, sob o argumento que Paulo viveu em outros tempos, em outra cultura. Mas a verdade é que Deus não fala de cultura, mas de santidade, separação. Se nós estamos pautando nossa conduta a partir de uma “cristianização” dos comportamentos do mundo, isso não pode ser chamado de santo. Pelo contrário, estaríamos, nessa hipótese, caminhando rumo à mornidão espiritual, nos contentando com aquilo que parece bom, mas ao mesmo tempo está contaminado com a “aparência do mal”. Não precisamos reinterpretar a Bíblia, ela não está ultrapassada. Nós é que estamos a enxergando como uma jaula, de onde precisamos sair para termos “liberdade” para agir conforme nossos tolos princípios. Sobre o evangelho pregado na Bíblia, veja o que Paulo dizia:

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” (Gálatas 1:8 e 10)

Paulo não está dizendo outra coisa, senão que os padrões do evangelho bíblico não podem ser mudados no tempo! São palavras eternas. A Bíblia não permite “reinterpretação reformuladora”. Nem tampouco foi escrita para agradar nossas vontades, mas para nos mostrar um padrão, um modelo de conduta que precisa ser seguido por todos aqueles que querem se intitular servos de Deus.

Sobre a importância de se andar em santidade, J.C. Ryle (1816-1900) também falava algo que merece ser considerado:

“Os verdadeiros servos de Cristo sempre foram diferentes do mundo que os cercava — uma nação santa, um povo peculiar. E você tem de ser assim, se deseja ser salvo! Você pode argumentar que a este custo poucos serão salvos. Eu respondo: Eu sei disso. É exatamente sobre isso que nos fala o Sermão do Monte. O Senhor Jesus disse, há muitos séculos atrás: “E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” (Mateus 7:14) Poucos serão salvos, porque poucos se dedicarão ao trabalho de buscar a salvação. Os homens não renunciarão aos prazeres do pecado, nem aos seus próprios caminhos, por um momento sequer.”

Antes de servir-se das “bandejas reformadas”, aceitando tudo aquilo que se diz “pseudo-gospel-evangélico”, mas parecem ser padrões meramente adaptados do mundo, lembre-se de algo: sem uma vida de santidade, ninguém verá o Senhor. E se algo não promove em você uma aproximação a Deus, pode estar certo que terá o efeito contrário: fará com que você seja um cristão afastado de Deus e da Sua Palavra.

Por fim, afirmo com segurança que o maior termômetro para sabermos o quão próximos estamos de Deus precisa ser a Bíblia. Pegue as cartas de Paulo e compare ao que você tem vivido e ao que a sua igreja tem pregado. Se houverem poucas semelhanças, talvez esteja na hora de você realinhar suas motivações a respeito da obra de Deus e analisar se a igreja que você está freqüentando realmente tem pregado um evangelho genuinamente bíblico. Muita coisa precisa ser mudada quando percebemos que estamos indo na igreja por religião, passatempo ou para “encontrar amigos”. O verdadeiro evangelho de Deus nos confronta, nos exorta e nos leva a uma constante mudança de atitude. Não ao conformismo e a uma vida onde não se faz sacrifício algum para se seguir a Deus.

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4:8)

domingo, 1 de novembro de 2009

Não andeis ansiosos

Há pequenos trechos na Bíblia que nos trazem muitas lições. E uma das partes da Bíblia que mais nos ensina a respeito como lidar com a ansiedade e aprender a ter fé na provisão de Deus está no livro de Filipenses:

“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:6-7)

Desses dois versículos transcritos podemos então tirar no mínimo 4 importantes lições, que são características de uma fé madura em Cristo.

1. Não andeis ansiosos: A primeira parte do versículo 6 diz que não devemos andar inquietos, ansiosos por coisa alguma. Mas o que é exatamente a ansiedade?

Em sucintas palavras, ansiedade é um comportamento humano “que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis”.

É muito comum vermos nas igrejas muitas pessoas ansiosas, que se preocupam demais com aquilo que elas acham ser necessário para elas. Muitos dizem “preciso de oração porque eu sou muito ansioso”. Mas a ansiedade não se resolve com oração somente. Para que a pessoa deixe de ser ansiosa, é necessário que ela esteja disposta a mudar seu comportamento, sua forma de ver as situações que vive, e ter um coração ensinável por Cristo para aceitar que ter ansiedade é uma falha em si mesma que depende de sua vontade para ser resolvida. O mundo tenta nos impor a idéia de que a ansiedade é uma doença, mas para o cristão, a ansiedade não passa de uma postura que reflete falta de fé e de confiança na provisão de Cristo. É hipócrita o que diz que acredita e confia no cuidado e na provisão de Deus, mas apresenta traços de ansiedade em sua vida (1 Pedro 5:7). A ansiedade se opõe a uma fé madura e genuína em Cristo.

Uma outra característica comum em pessoas ansiosas é que elas também desejam coisas que elas ainda não estão preparadas para receber (Lucas 12:26). No nosso mundo, onde tudo tem que ser fácil e “para agora”, as pessoas aprenderam a valorizar muito mais o que elas ainda não conseguiram em detrimento do que elas já receberam. A ansiedade é fruto de um sentimento incompatível com outra necessidade muito mais importante que temos, que é a de crescermos de forma gradual, sem tentar queimar etapas necessárias ao nosso aprendizado em cada situação da vida. A ansiedade nos faz perder o prazer e a chance de aproveitarmos o tempo da oportunidade, o agora, para aprendermos o valor da espera e fazermos a Vontade de Deus sem se preocupar com aquilo que ainda não é para o nosso tempo ou para o qual ainda não estamos prontos. Afinal, a coisa certa no momento errado, é a coisa errada.

2. Ter nossas petições conhecidas diante de Deus pela oração e súplica: Além de evitar comportamentos ansiosos, Paulo nos ensina a apresentar TUDO aquilo que queremos diante de Deus.

O ato de pedir, seja a Deus ou aos homens, possui dois princípios implícitos: o primeiro é de que só faz pedidos aquele que reconhece que precisa de alguma coisa. Quando uma pessoa pede algo a outra, ela está reconhecendo que precisa daquilo, e que não tem condições de obter isso sozinha, por suas próprias forças; o segundo princípio é o de que nós só pedimos a quem entendemos que pode nos ajudar.

Por isso, sempre que colocamos nossos pedidos diante de Deus, estamos reconhecendo implicitamente que precisamos do Seu favor em cada uma das petições apresentadas e, mais do que isso, reconhecemos que Ele poderá nos atender.

Há pessoas que tentam “reduzir ao necessário” as suas orações. Uns só pedem bênçãos materiais, pois erradamente acreditam que a edificação de sua vida espiritual depende somente de atos voluntários de sua parte. Outros só fazem “pedidos espirituais”, pois acreditam que não se deve pedir nada material a Deus, pois “Deus sabe todas as coisas” ou “em tudo devemos dar graças”.

É claro que as pessoas são diferentes, mas a regra geral não é nenhuma das descritas no parágrafo anterior. Pelo contrário. A Bíblia nos ensina que tudo o que queremos deve ser colocado na presença de Deus. Não só porque Ele é quem tem o poder de abençoar e por isso nos atenderá, mas porque quando colocamos algo em oração, estamos submetendo a nossa vontade à de Deus, na medida em que nos dispomos a ouvir de Deus uma resposta d’Ele, ainda que não seja compatível com a nossa vontade. Muitas vezes o próprio Espírito fala ao nosso coração se a vontade de Deus é a mesma que estamos pedindo, ou se Ele tem para nós projetos diferentes, e maiores, do que aqueles que temos colocado diante d’Ele. Assim, apresentar todos os nossos desejos diante de Deus implica em afirmação de total dependência de Deus, em todas as áreas de nossas vidas.

Ao lado da paciência, que é oposta à ansiedade, está a perseverança na oração (Romanos 12:12). Só persevera na oração aquele que realmente espera pela resposta de Deus no tempo d’Ele. Não raro Deus usa o tempo para nos provar. Há situações em que para nos abençoar, Deus precisará saber se a nossa fé é limitada e facilmente sucumbe ao pequeno sinal de que se deve esperar mais do que pensa, ou se estamos realmente esperando pacientemente n’Ele.

3. Com ação de graças: Além de pedir e esperar sem ansiedade, existe uma outra característica daquele que confia: ele agradece antes mesmo de ver aquilo que ele pediu se concretizando.

Existem também determinadas situações em que a nossa confiança em Deus só será demonstrada quando apresentarmos um coração grato. Não um falso agradecimento, que vem só dos lábios. Mas um agradecimento genuíno, daquele que sabe que receberá de Deus.

Uma dos sinais da pessoa que tem um coração grato é que ela se compromete com o tempo de Deus. Quem realmente espera com gratidão não “exige” que a bênção seja imediata, mas está disposto a recebê-la com alegria no tempo que lhe for dada. E há provas suficientes para afirmarmos que Cristo valoriza um coração grato, assim como valorizou o único dentre 10 leprosos que foi curado e voltou para agradecer (Lucas 17:18).

O agradecimento é também um ato pelo qual nós glorificamos à Deus pelo que Ele nos dá. Deus terá prazer em abençoar aquele que agradece antes de receber, pois saberá que este reconhecerá que não conseguiu sozinho, mas sim que foi Deus quem lhe abençoou.

Não basta perseverarmos na oração. Precisamos também orar em ação de graças. Isso é um princípio bíblico (Colossenses 4:2)!

A fé verdadeira é baseada na certeza daquilo que se espera, sem que tenhamos visto antes (Hebreus 11:1). E é fato que o homem só agradece em duas situações: depois que já recebeu ou quando já tem certeza que receberá. E não há demonstração alguma de fé senão na segunda situação.

4. Ter nosso coração guardado na paz de Deus. O que evita ser ansioso, permanece em oração e com um coração grato, também espera, com paz no coração, a resposta para suas orações no tempo de Deus. Assim, ter um coração guardado na paz de Deus será uma conseqüência na vida daquele que aprendeu as três lições anteriores.

“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” (Hebreus 4:16)

O que espera em Deus tem certeza que será ajudado “no tempo oportuno”. E nós não tempos o poder de antever nosso futuro e por isso não sabemos quando é chegado o melhor tempo para sermos abençoados. Tendemos sempre a achar que estamos prontos para recebermos todas as bênçãos, mas Deus sabe que as coisas não são assim, pois Ele, além de conhecer o futuro, também conhece o coração humano melhor do que o próprio homem (Jeremias 12:3). E você pode estar certo de que Deus será fiel para com seus verdadeiros servos e saberá – muito melhor do que você - a hora certa para abençoá-lo se esperares pacientemente n’Ele.

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)

domingo, 18 de outubro de 2009

O valor de um bom conselho

O homem não dá o valor que merecem os conselhos. Popularmente se diz que “se conselho fosse bom não eram dados, mas vendidos”. Mas se o homem não valoriza muito os conselhos de outras pessoas, Deus recomenda que muitas vezes devíamos dar ouvidos ao que os outros tem a dizer.

Se Deus não desse tanto valor à importância dos conselhos, certamente não teria inspirado o homem para que escrevesse livros como Provérbios e Eclesiastes, formados quase que exclusivamente por conselhos e recomendações, nem tampouco teria feito com que o homem os colocasse na Sua Palavra.

Por isso que precisamos tanto da comunhão da igreja e do discipulado. Andando junto aos irmãos e compartilhando nossos problemas com eles, saberemos o que o outro pensa de nossos problemas, e o que ele vê de positivo ou negativo neles. Geralmente o outro, que está fora da nossa realidade, vê nos nossos problemas, aspectos que não percebemos, pois temos tendência de ser cegos quando nossos sentimentos e emoções são afetados.

Quem anda sozinho, erra mais fácil. Eu diria que quem anda só, é como o cavalo que anda com aquela viseira (ou “tapa”), que nele é colocada para puxar carroça. O cavalo, ao contrário do homem, não possui os olhos próximos entre si, mas um em cada lado da fronte. Portanto, apesar de ver de forma mais “desorganizada”, tem um campo de visão mais amplo. O dono coloca a viseira para que ele enxergue só o que lhe aparece na frente, o que dá ao animal mais foco na dianteira. Mas ao mesmo tempo que ele ganha em foco, ele perde em referência, pois com a viseira, o cavalo não terá mais a capacidade de ver as ameaças que vem dos lados. Assim é quem anda só, sem ouvir os conselhos. Tem a visão limitada e não consegue ver certos tipos de ameaças e problemas que o ser humano não vê sem ser alertado pelo outro. Como um cavalo com uma viseira colocada em seus olhos.

Não interessa qual o homem, sua posição social, idade ou religião. Todos precisam de conselhos. Jesus Cristo dizia que até mesmo um rei precisava tomar conselho antes de tomar decisões difíceis (Lucas 14:31).

A falta de um bom conselho faz muitos homens tropeçarem. E foi exatamente isso que aconteceu com Absalão. Através de parte de sua história, descrita em II Samuel 17, podemos tirar pelo menos 6 lições importantes a respeito do valor dos conselhos.

1. Devemos seguir o conselho correto. Absalão não seguiu o conselho correto. Apesar de Husai ser um homem sábio, ele não era um profeta de Deus. Por isso, por mais sábio que possa parecer um homem, não podemos sempre guiar nossa conduta pelo que ele fala se ele não for um profeta de Deus. O conselho correto geralmente vêm sempre das mesmas pessoas. Pessoas que tem autoridade sobre nossas vidas e nos conhece, geralmente são as mais qualificadas para nos dar conselhos. Nossos pastores e líderes na igreja e nossos pais (principalmente se forem cristãos) são bons exemplos. O problema é que muitas vezes ouvimos conselhos diferentes, cada um nos recomendando coisas opostas ao outro. Existem situações que são de difícil resolução, que dependem muitas vezes de oração, para se ter revelação da Vontade de Deus. Mas outras são resolvidas facilmente, bastando olhar a Bíblia. A Palavra de Deus nos recomenda, por exemplo, que não devemos andar sob o conselho de ímpios (Salmos 1:1; Provérbios 12:5). Se um ímpio nos diz para fazer algo, e as pessoas que nos acompanham na igreja recomendam algo diferente, quase sempre o melhor conselho vem da igreja.

Além dos que estão na igreja, pessoas próximas de nós podem ser usadas por Deus para nos dar um bom conselho. E geralmente essas pessoas são mais velhas, têm maior experiência de vida (às vezes até passaram por problemas semelhantes), e por isso podem nos aconselhar sabiamente. O próprio Moisés se deparou com uma situação de dúvida e acertou ao seguir o conselho de seu sogro (Êxodo 18:24).

2. Devemos pensar bem antes de seguir conselhos que nos agradam. Absalão se deparou com dois conselhos: o de Husai e o de Aitofel. Aitofel propôs uma ação imediata dos exércitos de Absalão contra Davi, enquanto Husai propôs que Absalão adiasse o combate, para que houvesse tempo de Absalão formar um exército mais numeroso, que lhe desse uma vitória mais expressiva, e promovesse sua imagem frente o povo. Como sabemos, Absalão, certamente por vaidade, seguiu o conselho de Husai.

Mas o erro de Absalão é cometido por muitos de nós. Muitas vezes seguimos o conselho que mais nos agrada ou que coloca nosso ego em evidência. A Bíblia nos diz que mesmo o caminho do insensato parece ser bom aos seus próprios olhos (Provérbios 12:15). Por isso, seguir o conselho que mais nos agrada nem sempre pode ser a melhor opção. É em situações como essas em que mais nos sentimos independentes para tomar decisões sozinhos. Contudo, mesmo que a boa escolha pareça lógica, precisamos de conselhos de pessoas usadas por Deus sempre que nos depararmos com escolhas que influenciarão significativamente o nosso futuro, para que não corramos o risco de sermos levados por nossas duvidosas impressões pessoais.

3. Precisamos de conselho em situações difíceis, por que há situações em que não sabemos tomar a melhor decisão. O desejo que Absalão tinha de abater o exército de Davi e alcançar o trono, o pôs em um dilema no qual ele não conseguiu pensar com sabedoria. Nós como seres humanos, somos constantemente movidos por emoções. Emoções que são aguçadas em situações de pressão, que fazem com que não consigamos pensar direito. Quando pressionado, o homem toma decisões que podem ir até mesmo contra os seus próprios valores morais. A ambição pelo poder, alimentada por Absalão, era tão grande que fez com que ele não se importasse sequer com a vida de seu próprio pai. Só importava a ele usurpar o poder, ainda que isso custasse a própria vida de Davi.

4. Os conselhos de Deus nos livram de problemas futuros. Enquanto Absalão tentava escolher qual era o sábio que tinha o melhor conselho, Davi buscou o bom conselho. Orou a Deus, e pediu que Ele interviesse na questão, e fizesse com que Absalão não seguisse o melhor conselho, pois isso implicaria na morte de Davi. E Deus o atendeu, como atende todos aqueles que dependem do conselho d’Ele para suas vidas. Em 1 Samuel 25:33, Davi agradeceu a Deus por ter enviado a ele Abigail, que o impediu de derramar sangue inocente, vingando com suas próprias mãos.

5. Quem discerne o bom conselho, não tem do que se preocupar. Davi confiava em Deus. Apesar de sua tristeza, ele submeteu-se à Vontade de Deus, ao dizer "faça de mim como melhor lhe parecer". Não buscou sábios, como fez Absalão, mas entendeu que o melhor para sua vida era o cumprimento do propósito de Deus naquele momento. E foi exatamente por ter passado por essa situação, em que teve que fugir de Absalão, que ele pôde escrever o 3º capítulo de Salmos, em que ressaltou a confiança que tinha em Deus.

6. Não há conselho melhor que o de Deus. O meio que Deus usou para livrar a vida de Davi foi permitindo que Absalão seguisse o conselho errado. Todos nós seguimos conselhos errados sempre que não damos ouvidos ao conselho de Deus, pois como somos homens, temos dificuldade de reconhecer os caminhos que são inadequados para nós (Provérbios 16:2). Não há ninguém que nos conheça tão bem, nem que saiba exatamente o que o futuro nos reserva quanto Deus. Por isso é que não encontraremos, em lugar algum, conselhos melhores que o d’Ele. Devemos entregar nossos caminhos a Deus, para sermos guiados pelo melhor conselho e Ele faça acontecer o melhor d’Ele em nossas vidas, como está escrito no livro de Salmos:

“Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.” (Salmos 37:5)

Dizem que Deus trata com as pessoas de duas formas: pelo “amor” ou pela “dor”. Eu vejo isso de uma forma um pouco diferente. Existem pessoas que seguem a Deus e estão dispostas aceitar os conselhos e a Vontade de Deus para suas vidas. Outros querem andar pelas próprias pernas, não aceitam aquilo que Deus deseja delas, e por isso acabam pagando caro no futuro. Submeter-se à Deus é uma escolha, mas é inegável que os frutos colhidos que uma pessoa que segue as ordenanças de Deus pra sua vida são muito melhores do que os que são colhidos por aqueles que querem seguir aquilo que acham que é certo. Com estes, Deus não trata senão pelo forma dolorosa, através de dores, perdas, vergonhas.

O meu conselho é que você, que lê este artigo, aprenda a conhecer a Vontade de Deus e aceitá-la, ainda que lhe seja exigido que tome decisões drásticas ou faça mudanças que você não planejava. A Bíblia nos ensina que é melhor obedecer do que sacrificar (1 Samuel 15:22) e, de fato, é melhor seguir os conselhos de Deus, do que acreditar na incerteza dos frutos de nossas próprias decisões.

“Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança.” (Provérbios 11:14)

“Ouve o conselho, e recebe a correção, para que no fim sejas sábio.” (Provérbios 19:20)