domingo, 31 de agosto de 2008

A "polêmica" do Arrebatamento

Sem nenhuma dúvida, Apocalipse é o livro mais polêmico da Bíblia. Não pela veracidade das palavras que ali foram escritas, mas pelas divergências de interpretação que dali podem ser retiradas. Vários são os temas ali descritos nos quais há discordância entre os estudiosos bíblicos. Por exemplo, quem seria a mulher de Apocalipse (Apocalipse 12:13)? Há três correntes: a dos que defendem que se trata de Maria, mãe de Jesus; os que dizem se tratar de Israel (povo judeu) e ainda aqueles que defendem que a mulher descrita simboliza todos aqueles que são povo de Deus e que serão salvos.

Outra dúvida comum é quanto às duas testemunhas. Muitos estudiosos acreditam que se trata de Moisés e Elias, que já haviam aparecido na transfiguração (Mateus 17:3) e representam a lei e os profetas, que precederam a Cristo (João 1:45). Outros dirão se tratar de Elias e Enoque, que não experimentaram a morte (Gênesis 5:24 e 2 Reis 2:11) e assim morreriam uma vez como é reservado a todos os homens (Hebreus 9:27). E é possível também que essas testemunhas sejam apóstolos ou talvez até pessoas contemporâneas dos últimos dias. Ninguém sabe com certeza quem são elas.

Mas talvez a polêmica mais intrigante, e que por ora nos interessa analisar, é a da ocorrência do Arrebatamento. Palavra que sequer existe na Bíblia nessa concepção, mas tem sido usada pelos pregadores e estudiosos para descrever o momento em que o povo escolhido de Deus ascenderá aos céus, para encontrar com Cristo.

Que esse evento ocorrerá não há nenhuma dúvida. Essa foi uma promessa feita por Cristo, de que voltaria e que buscaria seu povo, sendo então salvos aqueles que n’Ele crêem (Hebreus 9:28). Mas o que se diverge é a respeito de quando ocorrerá esse acontecimento. Não há um consenso entre os estudiosos sobre a relação temporal entre o aparecimento do Anticristo e seu governo e a ocorrência do Arrebatamento. A verdade é que a maioria dos cristãos “interpretam” que o Arrebatamento ocorrerá antes das dores que serão promovidas no governo do Anticristo. Veja o que declara o site “A Espada do Espírito” (“http://www.espada.eti.br/declafe.asp”), um dos mais conceituados do mundo quando o assunto é os últimos dias:

No iminente retorno pessoal de Jesus Cristo para buscar sua igreja, antes da tribulação; que nesse momento os mortos em Jesus Cristo serão ressuscitados em corpos glorificados e os vivos receberão corpos glorificados sem passar pela morte e serão levados pelos ares antes do início da septuagésima semana de Daniel; cremos também que a tribulação, que começará após o arrebatamento da igreja culminará com a vinda de Jesus Cristo em poder e grande glória para sentar-se no trono de Davi e estabelecer o reino milenar.”

A mesma tendência, do Arrebatamento pré-tribulacionista, é também, seguida pelo Pr. Aluízio Silva, autor do livro “Apocalipse sem Mistério”. Para ele, o Arrebatamento possui dois aspectos: o arrebatamento dos vencedores e o dos demais crentes na volta do Senhor Jesus.

Uma das bases bíblicas mais fortes para tal interpretação está no livro de Mateus:

Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.” (Mateus 24:40-44)

Seguindo o caminho dessa interpretação, imaginemos como as coisas se darão. O mundo estará seguindo seu caminho normal, como hoje, por exemplo. As pessoas estarão em suas casas, seus trabalhos, escolas, envolvidas em seus afazeres e até mesmo dormindo. De repente, milhões de pessoas simplesmente sumirão repentinamente, sem explicação, em vários lugares do mundo. Se um justo e um ímpio estão conversando, este ficará falando sozinho. Carros ficarão sem seus motoristas, aviões sem pilotos, controversas explicações serão dadas pelos meios de comunicação de massa e o mundo entrará num verdadeiro colapso.

Nesse cenário, de provável violência e guerra instalada, aparecerá o Anticristo (evidentemente não com esse nome) que será muito bem recebido pelos principais governantes da Terra e pela população mundial como o governante perfeito (Apocalipse 17:12-13), apto a colocar ordem no mundo através de um inédito plano político-econômico unificador, trazendo um nível de paz jamais visto, mas que na metade de seu plano de governo de 7 anos transformará seu governo num regime repressor de todos os seus opositores (entenda-se os que seguem Jesus Cristo), e ferirá a todos estes com a morte.

Aqui temos então uma “dupla” salvação. A primeira será a dos crentes vencedores, que serão arrebatados e nem sequer conhecerão o governo do Anticristo. E a segunda daqueles já criam ou passarão a crer em Deus, mas não levaram uma vida diante d’Ele até aquele momento e por isso serão obrigados a dar a própria vida na perseguição daquele tempo para poderem ter o privilégio de se juntarem aos já salvos (Apocalipse 20:4).

Na verdade, essa interpretação é bastante alentadora aos que crêem em Deus. A certeza de que se levarmos a nossa vida diante de Deus resultará em sermos também salvos de forma tranqüila é bastante cômoda. E bem diferente da morte sofrida que levaram os apóstolos de Cristo. Mas será que os eventos finais se darão desse modo mesmo? Há uma corrente que diz que não.

Um dos que defendem essa opinião contrária à maioria é Paul C. Jong. Em seu livro “A Era do Anticristo, Martírio, Arrebatamento e do Reino Milenar está chegando? (I)”, ele afirma:

“O que nós devemos saber precisamente, portanto, é que Deus permitirá a Grande Tribulação para os Seus santos da fé. Este é o plano de Deus. A razão pela qual Ele permite que os santos atravessem a Grande Tribulação é para cumprir todos os Seus propósitos – para lançar, através da Tribulação, Satanás no fogo eterno, para mudar esta terra em um novo mundo, pelo estabelecimento de Cristo por mil anos, onde os santos reinarão com Ele, e para garantir o Novo Céu e a Nova Terra para os crentes em Jesus. Essa é a vontade de Deus, que permitiu a Grande Tribulação para nós”. (pg. 287)

Veja que aqui a visão é outra. Para Jong, os salvos e vencedores que viverem nos últimos dias não experimentarão as pragas reservadas àqueles que aceitarem a marca da besta (Apocalipse 16:1) na segunda parte do governo do Anticristo, mas viverão sim na primeira parte do governo dele. Estes então precisarão passar pela perseguição e serem martirizados e/ou mortos por amor ao evangelho de Cristo (Apocalipse 13:7).

Se alguém é para o cativeiro, para o cativeiro vai: se alguém matar à espada, é necessário que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e a fé dos santos. (Apocalipse 13:10)

Vejam que a Bíblia está aqui afirmando que santos terão que passar pelas prisões e pela espada. E como não há uma separação rígida no livro de Apocalipse entre “grupos” de santos vencedores e não-vencedores, não podemos afirmar categoricamente que os crentes vencedores não passarão pela perseguição.

Outras passagens da Bíblia reforçam a idéia de que não haverá Arrebatamento e 2ª vinda de Cristo em momentos separados. Pelo menos não deixam isso claro. Vejamos duas passagens da Bíblia:

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (1 Tessalonicenses 4:16)

“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade.” (1 Coríntios 15:51-53)

Veja que na primeira passagem há uma confirmação de que nos encontraremos com Cristo nos ares, e que Ele virá para esse encontro. Já na segunda passagem a Bíblia fala que nos encontraremos com Ele na última trombeta. Se Paulo está falando da última das sete trombetas de Apocalipse, o que é mais do que provável, trata-se exatamente de um tempo posterior à tribulação, o que nos dá a idéia de que passaremos (caso estejamos vivos na época) por esse duro período. Leia a partir de Apocalipse 8:6 até Apocalipse 11:15 e você vai ver que a terra passará por muito sofrimento em cada uma das sete trombetas até ver esse Grande Encontro.

Mas, qual dessas interpretações está correta? Qual é a resposta afinal? Passaremos, como vencedores, pela Grande Tribulação, ou Deus nos livrará dela? Qualquer resposta que eu der agora, seja sim ou não, poderá ser precipitada pois tanto em uma quanto em outra estarei discordando com alguns ou outros autores.

Entretanto, tal dúvida entre essas interpretações nos intriga. Quem está certo? Mas na essência, para nós, isso pouco importa. O que realmente importa é que todos nós estejamos prontos. Prontos para não ser surpreendidos no dia em que a verdadeira igreja dos vencedores de Deus ascender aos céus. Ou talvez prontos para provar a fé na palavra que defendemos e quem sabe, assim como os apóstolos e milhares de pessoas nos últimos 2.000 anos, demonstrar isso entregando nosso próprio pescoço (Apocalipse 20:4) por amor ao Deus e ao Seu evangelho, que tanto nós defendemos.

E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração. Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.” (1 Pedro 4:7-8)

domingo, 17 de agosto de 2008

É tempo de pregar o Apocalipse

“Está na hora de mudarmos um pouco nossas mensagens. Está na hora de nós irmos para o Apocalipse e dar uma olhadinha no mundo que nós estamos vivendo. É prenúncio do que vai acontecer. Por que não avisar nosso povo? (...) Deus está entregando para nós pastores multidões de gente para nós advertirmos. (...) Jesus está voltando! Preparamo-nos! Preparamo-nos! Porque Ele vem! (...) Não se esqueçam de vez em quando pregarem sobre Arrebatamento! Vão fundo na Bíblia e vocês vão descobrir que a hora de tocar a trombeta chegou! É hora de nós despertarmos do sono!” (Pr. Cesino Bernardino, Abril de 2008, retirado de http://video.google.com/videoplay?docid=-2179847753286922276&hl=en)

Essas foram algumas das palavras faladas esse ano pelo Pr. Cesino, presidente do maior Congresso missionário cristão do Brasil - os “Gideões Missionários da Última Hora”, que é realizado há 25 anos em Balneário Camboriú (SC), nos meses de Abril.

De forma semelhante, a palavra de Deus nos diz que não devemos desprezar as profecias (1 Tessalonicenses 5:20). E elas já são mais do que claras! No nosso tempo, os sinais que evidenciam a chegada do fim dos tempos são bastante nítidos e tudo leva a crer que não se passarão muitos anos para que o mundo conheça a maior tribulação de toda a história.

Contudo, é de se admirar a postura de muitas igrejas, onde esse tema sequer é pregado. O livro do Apocalipse deveria ser o mais pregado no nosso tempo ainda que não tivéssemos sinais claros que estamos nos tempos do fim, pelo simples fato de ser o único livro do Velho Testamento a se referir predominantemente a tempos futuros. Se a própria Bíblia nos alerta para vigiarmos (1 Coríntios 15:34), desprezar o livro de Apocalipse em tempos como os nossos é desprezar a palavra de Deus para nosso tempo pois, se Jesus Cristo disse que voltaria para buscar o Seu povo, esse deve ser o evento mais aguardado e ansiado por todos aquele que crêem n’Ele.

Ás vezes imagino como seria o cumprimento das profecias de Apocalipse no nosso tempo. Muitas igrejas pregam hoje uma palavra puramente de prosperidade, do amor de Deus, mas esquecem do juízo e da vingança de Deus que um dia há de vir (Hebreus 10:30). Imaginem quantos novos convertidos adentram nas portas das igrejas. Milhares! Mas muitos deles não estariam preparados para enfrentar o sofrimento predito na Bíblia porque não conhecem o mundo em que vivem. Conhecem talvez o amor de Deus, os benefícios que Ele tem para oferecer, mas por falta de orientação e leitura bíblica, acabam por desconhecer o fato de que há de vir um tempo que irá exigir um povo cristão preparado e calcado nas verdades da palavra de Deus.

Peguemos o exemplo do Arrebatamento, que é um dos temas mais polêmicos do estudo escatológico. Há um grupo de autores que defende que o Arrebatamento dos santos acontecerá exatamente antes da Tribulação (posição pré-Tribulacionista). Um outro grupo defende que o Arrebatamento acontecerá durante a metade da Tribulação, na “meio” do tempo previsto pelo profeta Daniel (Daniel 12:11-12), e que assim os santos de Deus presenciariam o governo do Anticristo. Mas há ainda um terceiro grupo de autores que têm uma posição pós-Tribulacionista, onde o Arrebatamento só acontecerá depois dos sete anos de Tribulação e assim, os salvos dos últimos dias, a exemplo dos apóstolos, deverão passar pelo martírio e pela morte (Apocalipse 20:4 e 2 Timóteo 3:12), enfrentado inclusive o governo do Anticristo em nome do evangelho de Cristo. Quando o assunto é Arrebatamento, não há “verdade absoluta”, pois a interpretação bíblica do assunto não é consensual.

Agora, imaginemos que esse terceiro grupo de autores esteja certo e que o Arrebatamento só ocorra depois da Tribulação. Quantos desses novos convertidos, dessas igrejas que não pregam a revelação dos últimos dias, estarão preparados para entender que o Deus de Israel não é só de misericórdia eterna e de bênçãos sem fim (Judas 1:15)? Muito poucos. Quantos cristãos hoje estariam aptos para entender o que se passa no mundo e a reconhecer o Anticristo quando ele aparecer e não serem enganados (2 Tessalonicenses 2:11)? Apenas aqueles que conhecerem a palavra de Deus e estiverem preparados para esse tempo.

Levados pelo conformismo, medo ou por puro desconhecimento, muitos cristãos ainda preferem não adentrar no livro de Apocalipse. A igreja do nosso tempo (pelo menos na maioria dos países do mundo) não está acostumada com o “sofrimento” e com a perseguição religiosa. Somos totalmente acomodados com a segurança da vida que levamos (Daniel 8:25) simplesmente porque ainda não fomos “obrigados” naturalmente a optar entre nossas vidas e seguir à Deus (Mateus 10:39). Às vezes lemos a Bíblia, vemos como foi o fim da vida dos apóstolos e achamos bonito, mas sequer imaginamos qual seria a nossa postura se tivéssemos que passar pelas mesmas situações. Assim, acabamos por preferir o estudo do passado em detrimento do futuro. Preferimos usar a Bíblia como elemento motivacional, tirando dela aquilo que nos agrada, do que tê-la como referência para o presente. Exemplo disso é o grande número de pregadores de hoje que são doutores em pregar sobre dízimos e ofertas nas igrejas e quão poucos são aqueles que pregam sobre a ira vindoura. Quão grande também é o número de pregadores que preferem falar sobre as bênçãos que Deus pode dar aos que o buscam e quão poucos são aqueles que “tocam na ferida do pecado”. Isso é trocar o incorruptível pelo corruptível (1 Coríntios 9:25).

A palavra de Apocalipse deveria ser a primeira a ser pregada, pois hoje ela é mais importante que qualquer outro tipo de recomendação doutrinária. O livro da revelação vai muito além das duras profecias, das dores e do futuro mundial, o livro de Apocalipse nos traz mensagens também de perseverança (Apocalipse 2:25), de vigilância (Apocalipse 3:11) e de que devemos ser disciplinados por Deus (Apocalipse 3:19). E essas são as posturas mais indicadas à igreja de nosso tempo: perseverar na palavra, vigiar constantemente nossa conduta para não sermos pegos de surpresa, e a disposição em nos submeter aos propósitos e à disciplina de Deus. Pois quem não for disciplinado, terá que passar pelo juízo de Deus, e nesse último as conseqüências são duras e eternas.

O tempo em que vivemos é penoso demais (2 Timóteo 3:1) para buscarmos alegrias e satisfações terrenas. A igreja de hoje não deve se alegrar tanto, mas se ajoelhar e chorar pois a situação do mundo que vivemos é a pior de todos os tempos. Nunca se pecou tanto, se profanou tanto o nome de Deus, nunca houveram tantas famílias desestruturadas e nunca o evangelho de Deus foi tão criticado como agora. Daí a importância de conhecermos o que se passa no mundo, e que pensam e como agem os nossos governantes, para que não sejamos enganados ou levados com a multidão à plena aceitação de tudo que nos é oferecido.

Lembremos que a verdadeira igreja de Deus não é aquela que se reúne nos templos aos domingos e que diz ser cristã. Como bem disse o Pr. Cesino, do meio desses muitos que se reúnem nas igrejas é que serão retirados aqueles que de fato são a noiva do Cordeiro (Mateus 7:21), que clamam pela sua vinda, pois estes sim são chamados de verdadeira igreja de Cristo (2 Timóteo 4:8). Uma igreja que não ama a vinda de Cristo, que não clama por seu retorno dia após dia, dificilmente será completamente salva. É como uma noiva que diz que ama o seu noivo, mas não sofre de saudades enquanto ele não chega. A mensagem que deixo aqui é a mesma do pastor que citei no primeiro parágrafo. Que não nos cansemos de falar sobre os últimos dias. Que alertemos a todos quantos conhecemos de que o tempo da ira de Deus está próximo. Que olhemos para o mundo em que vivemos para ver o cumprimento das profecias e que nós, como povo escolhido de Deus, não sejamos enganados pelo conformismo e pela apostasia do mundo em que vivemos.

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)

“Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.” (Hebreus 6:1-2)

domingo, 3 de agosto de 2008

O que há por trás das Olimpíadas na China?

A partir da próxima sexta-feira, os olhos do mundo estarão sobre a China. No próximo dia 8 começam os Jogos Olímpicos de 2008, aquele que é sem dúvida o evento mais importante do esporte mundial. Por algumas semanas, o mundo fica “unido”. Atletas de quase todos os países do mundo tentam levar o nome de seu país ao conhecimento do mundo e escreverem seus nomes nas páginas da História do esporte mundial. De fato, num mundo tão cheio de problemas, um evento como esse leva muitos amantes do esporte a esquecerem os seus problemas e a vibrarem por seu país.

Tudo isso parece ser muito bonito. O mundo unido por uma causa nobre: o esporte. Mas existe um lado obscuro por trás desse evento, que precisa ser de conhecimento de nós cristãos.

A origem dos Jogos Olímpicos, como é sabido por muitos, se deu na Grécia Antiga. Há quase três milênios atrás, os gregos usavam esse evento como forma de homenagem aos “deuses do Olimpo”, principalmente Zeus, o centro do mitológico paganismo grego. Buscava-se através do evento a harmonia e a pacificação da civilização grega, além do culto à força humana e da premiação aos mais fortes. Era também uma forma de união do povo no culto à deuses pagãos.

Os Jogos Olímpicos subsistiriam até o ano de 393 d.C., ocasião em que o imperador romano Teodósio I, após ter se convertido ao cristianismo, impediu a continuação dos Jogos e do culto que se fazia ao politeísmo grego.

Apenas em 1896 os Jogos voltariam a ser realizados, quase nos mesmos modelos e na mesma periodicidade de antes - de 4 em 4 anos.

Que as Olimpíadas são um movimento que partiu de um ideal pagão e foi restaurado há “poucos” anos atrás todos nós já sabemos. A Bíblia também nos alerta a respeito disso como sinal do aproximar do fim dos tempos. Em paralelo, veja o que a Bíblia fala sobre o Anticristo:

E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas em seu lugar honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis.” (Daniel 11:37-38)

A analogia é evidente. O Anticristo em seu governo vindouro, restaurará o culto aos deuses antigos, em detrimento do cristianismo, que será perseguido. Repare que a palavra “Deus” no versículo 37 está com letra maiúscula, o que deixa claro que o Deus que a Bíblia diz que ele confrontará, será o Deus de Israel, o qual nós cremos. Pelo contrário, levará o mundo a exaltar o “deus das forças”, numa clara semelhança com a origem dos Jogos Olímpicos, onde se homenageava Zeus – deus da mitologia grega que representava “a ordem e a vitória da humanidade sobre as forças selvagens da natureza”. Esse deus mais forte da mitologia estaria então através das Olimpíadas “premiando” aqueles que assim como ele fossem mais forte que os outros em suas modalidades. A exemplo dos jogos atuais, já naquela época os dois melhores em cada esporte eram premiados com ouro e prata (o que novamente nos traz a Daniel 11:38).

Se o fervor olímpico traz imbuído consigo elementos bem distantes do cristianismo, a realização deste evento num país como a China confirma ainda mais as tristes intenções de seus organizadores.

A China é hoje a economia que mais cresce no mundo! Cresce anualmente mais que qualquer outro país do globo e de forma tão assustadora que há poucos anos foi reconhecida pelos Estados Unidos como competidora de peso e adversária em potencial.

Seu crescimento tem se dado às custas de exploração impiedosa de seus trabalhadores (extremamente mal remunerados), redução populacional (à custa de incontáveis abortos e inclusive de infanticídios, já que o próprio governo só permite 1 único filho por casal) e de dura e injusta perseguição a opositores político-religiosos, exemplificada pela PROIBIÇÃO Á LEITURA E COMERCIALIZAÇÃO DA BÍBLIA.

Como opositores político-religiosos, entenda como qualquer um que se oponha ao governo do Partido Comunista Chinês e que apregoe ideais diferentes. Isso inclui perseguição sistemática ao cristianismo, da forma mais sangrenta que você possa imaginar.

“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (2 Timóteo 3:12)

Para quem acha que perseguição aos que professam o nome de Cristo é coisa exclusiva dos tempos do livro de Atos e do período medieval, recomendo que leiam também o livro “O Homem do Céu”. O livro conta a história real e atual de um chinês que foi duramente perseguido em seu país a partir do momento em que resolveu pregar o nome do Senhor. Por várias vezes esse homem foi levado à prisão, à tortura em várias de suas formas, apanhou de autoridades policiais, enfim, sofreu inúmeros tipos de tribulações, mas em momento nenhum deixou de pregar o evangelho e assim como Paulo, conseguiu sair da prisão de forma milagrosa (Atos dos Apóstolos 16:26).

Contudo, a realidade desse homem não é a mesma de muitos chineses. Vítimas da igreja perseguida na China, milhares de pessoas são diariamente perseguidas, torturadas, presas e por vezes até mortas por atrapalharem a “ordem social”, ao pregarem o evangelho de Cristo.

E aí, você pode estar se perguntando, por que as autoridades do mundo permitem que um país tão injusto e intolerante como a China tenha o privilégio de ser sede do evento mais importante do esporte mundial? A reposta parece simples: é que no mundo em que vivemos, opera o mistério da injustiça (2 Tessalonicenses 2:7). O poder que anos atrás proibiu nos Estados Unidos a leitura da Bíblia nas escolas é o mesmo que está instalado no mundo de hoje. Um mundo dominado pelo Maligno, onde a iniqüidade é aceita como normal, a injustiça às vezes passa até despercebida. Talvez você que lê esse artigo nem tenha notado que nesse mesmo país onde o esporte mundial se reunirá nos próximos dias, milhares de cristãos vêm sendo mortos sem direito algum a defesa.

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Efésios 6:12)

O livro de Efésios nos conta que as reais forças que comandam o mundo não são a vontade de homens, como o presidente americano ou o primeiro-ministro britânico, mas sim a vontade maligna, que têm feito os seus desígnios se concretizarem no nosso tempo.

Essa Olimpíada nesse país tem um significado muito maior e mais sujo do que o que parece. É manifestação real da conivência de um mundo a um país que se orgulha de perseguir e matar seus opositores, a exemplo do futuro e maligno governo que há de vir sobre a Terra.

Não se engane. Os Jogos Olímpicos modernos são tão (ou mais) ocultistas e pagãos como os jogos idealizados na Grécia Antiga. Mais do que isso, é uma verdade que as Olimpíadas estão sendo utilizadas de forma explícita como um veículo para superar o obstáculo das diferentes culturas e idiomas, que tem que ser rompido para que o caminho para a “Nova Ordem Mundial” se abra e traga consigo o governo do Anticristo.

Entretanto, quero dizer que não entendo como pecado assistir os Jogos Olímpicos e em torcer para que nossos atletas tenham bom desempenho nos esportes. Mas vejo problema sim ao ver milhões de cristãos que hoje estão tão desatentos, que muitas vezes preferem não enxergar que o mundo está, ainda que não percebamos, caminhando para rumos cada vez mais distantes dos padrões designados por Jesus Cristo. Realidades como essas, que se escondem por trás da realização dessa Olimpíada, precisam ser de nosso conhecimento para que nossa fé seja fortalecida em Cristo, e para que entendamos que, dia após dia, o cenário para que o Anticristo suba ao poder está praticamente pronto e que muitos daqueles que se negarem a entender isso agora, só se aperceberão disso quando já for tarde demais.

“Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. (...) Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.” (1 Tessalonicenses 5:3 e 6)