domingo, 15 de fevereiro de 2009

Jerusalém, o "relógio" do fim dos tempos

É indiscutível a importância de Jerusalém dentro do contexto bíblico. Algumas passagens da Bíblia evidenciam isso, ao citar Jerusalém como a Cidade do Grande Rei (Mateus 5:35) e ao recomendar para que se ore pela paz naquela cidade (Salmos 122:6). Além disso, a própria cidade santa preparada por Deus para o seu povo, leva também o nome de Jerusalém (Apocalipse 21:2).

Cumprindo a profecia bíblica (Zacarias 9:9), Jesus Cristo entrou em Jerusalém no lombo de um jumentinho. Mesmo isso estando expressamente escrito nas Escrituras Antigas, os judeus não o reconheceram como Rei e Messias. Por isso, a vinda de Jesus Cristo em carne e osso serviu muito mais como meio de salvação para os gentios do que para o Seu povo (Atos dos Apóstolos 28:28 e Lucas 19:10).

A Bíblia relata que após ter visitado o Templo de Jerusalém, Jesus Cristo previu sua destruição:

E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mateus 24:1-3)

Menos de meio século após Jesus Cristo ter proferido estas palavras, no ano 70 d.C., a cidade de Jerusalém (e o seu Templo) foi tomada pelo Império Romano e destruída quase que por completo. A partir de então os judeus perderam o domínio sobre o território que para eles era sagrado, se espalhando ao redor do mundo. Situação que se arrastaria por quase 1.900 anos.

Em 1948 e em 1967 aconteceram dois fatos que mudaram um pouco o curso da história. No primeiro, Israel voltou a existir como nação independente na região da antiga Judéia, onde os judeus habitavam no tempo que Cristo veio á terra. No segundo, a cidade de Jerusalém voltou ao domínio do povo de Israel. Contudo, nenhum desses dois processos aconteceu como fruto de acordos de paz. Muito pelo contrário. Desde então, o território de Israel passou a ser palco de conflitos constantes entre invasores (judeus) e expropriados (palestinos).

Acreditam os judeus que o Seu Messias – descendente do rei Davi (1 Reis 9:5) – se apresentará para eles em Jerusalém, trazendo a paz predita pelo próprio Davi (1 Crônicas 23:25). Por isso, a partir do século passado se desenvolveu o entres os judeus uma “certeza”: a de que quanto mais cedo eles se estabelecerem na Cidade Sagrada, mais rápido virá o Messias, enviado de Deus para a paz que eles acreditam agora estar próxima.

Aí você deve estar se perguntando: O que eu como cristão tenho a ver com isso? Se é um confronto entre judeus e muçulmanos, logo nós cristãos não temos nenhuma relação com essa briga, pois não estamos interessados em habitar em Jerusalém, mas sim na Nova Jerusalém. A lógica parece ser essa, mas não é por aí.

Repare nos 3 primeiros versículos de Mateus 24, acima transcritos. Os apóstolos, admirados com a beleza das estruturas do Templo de Jerusalém, mostravam-o a Jesus, esperando que Ele também se admirasse daquilo que o povo judeu havia construído séculos antes para oferecer sacrifícios à Deus. Mas se decepcionaram ao ouvir de Cristo que tudo aquilo seria simplesmente derrubado! Eles então entenderam que Jesus não estava falando de uma reforma ou da simples derrubada de um templo antigo para se construir um novo. Fica claro pelo versículo 3 que eles entenderam que Jesus Cristo se referia ao tempo da sua 2ª Vinda e do fim do mundo como nós o conhecemos. O tema fica ainda mais claro também para nós ao analisarmos o livro de Ezequiel:

Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém. E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra.” (Zacarias 12:2-3)

Eu acredito que no momento em que Jesus Cristo disse que ali em Jerusalém não restaria pedra sobre pedra, alguns apóstolos devem ter se lembrado dessa passagem de Ezequiel. Analisando essa passagem e o questionamento dos apóstolos no Monte das Oliveira, depreende-se que a Bíblia não está se referindo exclusivamente à destruição do ano 70 d.C., empreendida pelo Império Romano, mas de um confronto muito maior, que envolveria todos os povos da terra!

Portanto, há de se fazer aqui duas conclusões: a primeira, de Mateus, é a de que o templo de Jerusalém será destruído e a segunda, de Ezequiel, de que haverá uma Guerra Mundial, de proporções jamais vistas, no fim dos tempos.

Aí você deve estar questionando? O templo de Jerusalém não foi destruído há mais de 1.900 anos? È verdade, foi sim. Mas muitos estudiosos das profecias bíblicas, ao meu ver com razão, acreditam que, como eu disse antes, Jesus Cristo não estava falando da destruição operada pelos romanos, mas da destruição do templo reconstruído nos últimos dias. E isso não é uma hipótese, mas algo evidenciado na Bíblia:

“O qual [conf. versículo anterior, o “homem do pecado” ou “filho da perdição”] se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.” (2 Tessalonicenses 2:4)

Ou seja, o Anticristo ordenará que o Templo seja reconstruído! Não para que sejam oferecidos sacrifícios a Deus como de costume dos antigos (Êxodo 29:42), mas para que o Anticristo substitua o sacrifício contínuo pela abominação, chamando a adoração de todos os povos a si (Daniel 11:31).

Outro dia soube que em Israel, existem hoje técnicas tão avançadas de construção civil que os judeus garantem ser possível reconstruir o grandioso templo de Salomão novamente em apenas um mês, bastando que haja desejo para tanto, pois preparados eles já estão.

Mas como eu disse anteriormente, a construção desse templo não pode ser iniciada de imediato, pois o território de Jerusalém ainda é motivo de confrontos político-religiosos. No Monte do Templo, local onde os judeus acreditam que o Templo de Salomão foi construído, está edificado hoje o Domo da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa, que são construções sagradas dos muçulmanos. Nisso mora o problema. Não haverá reconstrução de templo algum sem a destruição dessas estruturas muçulmanas ou sem acordos de paz que permitam isso.

A paz, como você deve estar acompanhando nos telejornais, é impossível porque o território é sagrado para ambos os lados e todos nós sabemos que os muçulmanos não têm amor algum a suas próprias vidas quando o assunto é defender aquilo que eles consideram como sagrado. Por isso é que a guerra é inevitável para o templo seja novamente reconstruído!

Agora ficou fácil entender porque Jerusalém é, como acertadamente previu Ezequiel, “copo de tremor” e “pedra de tropeço” para os povos da terra! O mais interessante é que Ezequiel afirma que todas as nações da terra se ajuntarão contra Jerusalém. E no cenário internacional atual, isso não está muito longe de acontecer. Á exceção dos Estados Unidos, nenhum dos demais países da comunidade internacional vêem com bons olhos as ações militares empreendidas pelos judeus na região de Israel nas últimas décadas. O lado palestino parece ser nitidamente “o mais fraco”, já que eles é que estão dia após dia sofrendo esbulho de um território que pertenceu a eles nos últimos séculos. Por isso, quando os embates se intensificarem a um ponto de se tornar um estado de guerra constante (e acredite, não estamos longe disso), a tendência é que os Estados Unidos se alinhe à Israel e todos os demais países se coloquem do lado palestino, dando origem a uma 3ª Guerra Mundial. Uma guerra de proporção jamais vista, que certamente matará bem mais do que os 45 milhões da 2ª Guerra Mundial!

E é exatamente esse cenário de guerra que fará com que surja o Messias que os judeus esperam, ou o Anticristo. Esse homem trará uma paz temporária, efêmera (1 Tessalonicenses 5:3), mas que enganará quase toda a Terra. Fará com que o mundo se “conscientize” de que as religiões só trazem a Guerra, de que todas elas são falsas, apenas mitos, sustentados em ilusões, criadas como estratégias de dominação e que só geram fanatismo, guerras e mortes. Substituirá então todas as religiões pelo culto filosófico e “racional” do homem ao próprio homem como deus, e facilmente convencerá os homens disso, pois estes estarão aterrorizados com as conseqüências brutais que a diversidade e intolerância religiosa trouxe (Lucas 21:26). Assim, não haverão então muitas dificuldades para o Anticristo enganar o mundo (2 Tessalonicenses 2:11) e fazer com que os povos o cultuem em lugar de Jesus Cristo!

Agora, se todo esse processo de acontecimentos é inevitável, cabe a nós cristãos vigiarmos (1 Pedro 4:7). A recomendação que sempre deixo é a de que continuemos servindo a Deus cada dia mais e melhor, procurando não nos desviar dos caminhos da justiça divina (Apocalipse 22:11). Mas recomendo também atenção aos fatos e notícias do que tem acontecido no mundo, pois é nele que se cumprem as profecias escritas na Bíblia. Profecias essas que nos dão a exata noção da proximidade do fim dos tempos, do momento em que seremos justificados e da hora em que este mundo experimentará da justiça do Deus Verdadeiro e que os homens negaram. Comparando as Sagradas Escrituras com o mundo de hoje, está claro que estamos entrando nos tempos do fim. Com os olhos em Deus e na sua palavra e atentos aos acontecimentos do mundo, veremos então, respectivamente, as profecias e o seu cumprimento. E assim seremos sábios e não correremos o risco de sermos enganados nem pegos de surpresa com a Sua Vinda.

“Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.” (Daniel 12:10)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Não desprezeis as profecias

O título deste artigo é a transcrição do que está escrito em 1 Tessalonicenses 5:20. Entendo eu que Paulo está fazendo um alerta, não só aos seus contemporâneos, mas a todos os cristãos que porventura viessem a ler suas cartas. O apóstolo recomenda a diligência, atenção. Nós como cristãos, apesar de vivermos num tempo onde o mundo parece desintegrar seus valores morais, que eram aceitáveis como padrão por vários séculos, precisamos ser diligentes em nossas vidas, não sendo levados pela conduta aparentemente normal da maioria. Devemos nos inquietar, e termos atenção em tudo aquilo que fazemos, para que não sejamos condenados por fazer a obra do Senhor de forma “relaxada” (Jeremias 48:10).

O interessante é a recomendação que Paulo faz no versículo seguinte ao transcrito no título: “Examinai tudo. Retende o bem”. É engano pensar que a nossa interpretação dos acontecimentos e profecias deve partir somente daquilo que lemos na Bíblia. Pelo contrário, nosso “exame” deve passar por tudo, por aquilo que lemos no texto bíblico e pelos acontecimentos que ocorrem no mundo.

Apesar da Bíblia deixar claro que o dia do Senhor será algo surpreendente, que vai pegar muitos desprevenidos, assim como os que têm sua casa invadida por ladrões em dias em que não se espera (2 Pedro 3:10), o curso dos acontecimentos pode também servir de sinal para o final dos tempos.

Em muitas igrejas já se tem como hábito falar que estamos nos últimos dias justamente por isso. Porque as pessoas estão olhando para o mundo e vendo que os sinais estão se cumprindo exatamente como está escrito na Bíblia. Alguns exemplos disso é o rápido avanço da ciência nas últimas décadas e do avanço nos transportes e meios de comunicação (Daniel 12:4), a prática de pecados cada vez mais abomináveis e blasfemadores pelos homens (Mateus 24:12) e a falência moral dos homens, que tão amantes de si e de seus prazerem, matam e morrem simplesmente para satisfazê-los (2 Timóteo 3:1-5). Outro forte sinal tem sido o agravamento do estado de instabilidade em Jerusalém, que favorecerá o aparecimento do Anticristo com sua falsa paz (1 Tessalonicenses 5:3) e a sua proposta de substituição do sacrifício judaico pela adoração a ele mesmo (Daniel 11:31 e Daniel 9:26).

Assim, há duas coisas que podemos concluir. A primeira é lógica: todas as profecias bíblicas são verdadeiras. Tudo que ali está escrito, cedo ou tarde, no nosso ou nos tempos seguintes, haverá de se cumprir (Marcos 13:31). A Bíblia é absoluta, não existindo nenhum tipo de tradição ou escrito humano em nível superior ou sequer igual a ela em se tratando de profecias. Profecias que estão em toda a Bíblia, não só em Apocalipse ou no Novo Testamento, mas também em livros do Velho Testamento, como em Daniel, Zacarias (Zacarias 9:9) e Isaías (Isaías 42:1), profetas que anunciaram que o Messias e rei de Israel, Jesus Cristo, viria à Terra como homem.

A segunda é que podem existir profecias feitas por homens que se cumpram, quando estes estão inspirados por Deus. Como saber se uma profecia de fato foi inspirada por Deus? Simplesmente confrontando-a com a verdade bíblica. Se não se contradizer a Bíblia e seus princípios, tal profecia PODERÁ ser verdadeira. Este é o primeiro teste de veracidade de uma profecia. O segundo será o teste do tempo. Até porque existem profecias que até parecer ser boas e não ferem princípios bíblicos, mas não se cumprem simplesmente porque foram palavras humanas, não reveladas por Deus a um profeta por Ele inspirado.

Um exemplo de profecia que PODE ser verdadeira ainda hoje, e que atravessou os séculos sem ser comprovado erro, é a chamada “profecia de São Malaquias”.

Malaquias foi um bispo que viveu no século XII, e que teria tido uma visão na qual a ele apareciam frases ou expressões em latim que referenciavam individualmente cada um dos 112 papas que viriam depois daquele tempo. Muitos estudiosos afirmam que a profecia dele apresenta um alto grau muito alto de exatidão para ser de pronto ignorada.

As evidências ficam mais claras quando se analisam os últimos papas. Ele identifica o papa no 107, como “Pastor et Nauta”, ou “Pastor e Navegante”. Antes de ser papa, o mesmo foi cardeal de Veneza, uma cidade marítima.

O de número 108, correspondente à Paulo VI, foi “Flos Florum” ou “Flor entre Flores”. O brasão deste era composto de 3 flores, com uma delas ao centro.

O de número 109 foi João Paulo I, o qual ele nomeou “De Medietate Lunae” ou “Da Meia-Lua”. Este papa nasceu na diocese de Belluno (que significa Lua Bela) e quando nasceu recebeu o nome de Albino Luciani (Luz Branca). Assumiu o papado em 26 de agosto de 1978, quando a lua aparecia exatamente pela metade (Quarto Minguante), e morreu 33 dias depois, após um eclipse lunar.

O número 110 é o que chama mais atenção. João Paulo II foi chamado por Malaquias de “De Labore Solis” ou “Do Trabalho do Sol”. O fato marcante é que João Paulo II nasceu e foi sepultado em dias em que aconteceram eclipses solares. O segundo, um relativamente raro eclipse anular total.

À Bento XVI, ele associou o nome “Gloria Olivae ou “A Glória da Oliveira”. Na Bíblia, oliveira aponta para Israel e o povo judeu (Romanos 11:16-18). Tal expressão aparece claramente na Bíblia, indicando justamente à glória futura do povo judeu (Oséias 14:6). Outros ainda acreditam que a oliveira estaria apontando para paz, e que Bento XVI governaria em um tempo de paz relativa se comparado ao seu sucessor e aos seus precedentes.

O último papa, a quem chamou de “Pedro, o romano”, ele descreveu de forma mais detalhada, da seguinte maneira:

Em extrema perseguição, o trono da Santa Igreja Romana será ocupado por Pedro, o Romano, que alimentará as ovelhas em meio a muitas tribulações, no fim dos quais a cidade das sete colinas será destruída e o formidável Juiz julgará o povo. Fim."

Como este seria o último papa da profecia, nesse tempo então aconteceria a Grande Tribulação bíblica. Além disso, as palavras associadas a esse papa estão de acordo com Apocalipse 17, ao relatar que de fato, nos tempos da Tribulação, a cidade das sete colinas, Roma, será destruída!

Mais que isso. Malaquias retrata com “precisão bíblica” até o tempo da destruição: “...em meio a muitas tribulações, no fim dos quais a cidade das sete colinas será destruída”. Ou seja, assim como em Apocalipse (que nos capítulos 17 e 18 relata a destruição final e que em seguida - no 19 – já retrata a glória de Deus, colocando então essa destruição no fim da Grande Tribulação), na profecia dele Roma também será destruída apenas no final da Tribulação!

Tamanha coerência com a realidade e com as profecias bíblicas só deixa clara a POSSIBILIDADE que tal profecia, mesmo não estando escrita na Bíblia, pode se cumprir. Toda profecia que não está escrita na Bíblia passa pela prova do tempo, que vem dizer se ela está certa ou errada, para que então fique provada ou não sua legitimidade.

Mas, como procurei enfatizar em letras maiúsculas aqui, o cumprimento dos fatos apresentados não quer dizer que tal profecia está correta ou que deve ser juntada à Bíblia como verdade indiscutível. Mas o cumprimento desta e de outras profecias, ainda que não escritas na Bíblia serve de alerta para estarmos atentos a todos os acontecimento do mundo em nosso tempo e para os compararmos com as profecias que nos são contadas e vendo seu cumprimento, até como forma de edificar a nossa fé e a nossa esperança (Gálatas 5:5).

Reitero que só as profecias da Bíblia são verdadeiras e absolutas. E em todas as que estão ali escritas não devemos duvidar. Às demais, inclusive essa, devemos sempre analisar se são ou não coerentes com as palavras bíblicas, para aí sim acreditarmos ou não nelas como verdade.

Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” (Efésios 4:14)