domingo, 22 de junho de 2008

Você tem desejado mesmo a volta de Cristo?

O mundo em que vivemos é bastante convidativo. A vida por si só é atrativa. Não é difícil encontrarmos pessoas que já freqüentaram igrejas e de lá saíram. Ás vezes por motivos bastante tolos, como por “ter achado coisa melhor para fazer domingo à noite” ou porque “trabalham demais”. Já vi várias pessoas gritando, chorando, tendo visões na igreja e meses depois se afastando de Deus e nunca mais voltaram. Prova do que está escrito na Bíblia, de que Deus chamou a muitos, mas poucos são os escolhidos (Mateus 22:14).

Mas é claro que o fato da pessoa estar freqüentando uma igreja todo domingo não lhe carimba o passaporte para a vida eterna. Muitas igrejas liberais defendem isso, com o qual não concordo (vejam Mateus 7:22-23). Para eles, aceitando a Jesus uma só vez implica a salvação e essa é imperdível. Afinal, se assim o fosse, até mesmos vários maçons seriam perfeitamente salvos, o que por si só seria contraditório.

Mas, quem são os verdadeiros vencedores? Quem são aqueles que de fato serão salvos e que reinarão com Cristo na Nova Jerusalém? Vejamos o que Paulo fala sobre isso:

“Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Timóteo 4:8)

A palavra de Deus aqui se faz clara! A coroa que aguada os servos fiéis de Cristo é reservada aqueles que amam a vinda d’Ele! Mas o que é amar a sua vinda?

Quando amamos alguém ou alguma coisa, não nos contentamos com nada diferente dela. Onde quer que estejamos, nos sentiremos incomodados com a falta dela. Por isso, maridos que amam suas esposas não conseguem ficar muito tempo longe dela, por exemplo. Simplesmente porque sua vida não é a mesma se ela não estiver por perto. Assim deveria ser na cabeça dos servos de Cristo: amar a vinda d’Ele e viver “incomodado” até encontrar com Ele nas alturas.

Mas amar a vinda de Cristo traz consigo um conseqüência: não amar esse mundo! É claro que você que está lendo esse texto agora está pensando consigo mesmo: “Eu não amo esse mundo!”. Contudo, é preciso lembrar que amor se demonstra com ações.

Já vi na História vários exemplos de pessoas que amaram a vinda de Cristo mais do que sua própria vida. Nos tempos medievais, milhões de pessoas foram levadas à fogueira por amarem somente a Jesus Cristo e não se submeterem a padrões de vida ou a tradições religiosas do mundo. Esses sim são reais exemplos de pessoas que amaram a vinda do reino de Cristo para as suas próprias vidas!

No mundo de hoje, cada vez mais conformado com a apressada vida em que levamos, onde o dinheiro é a prioridade e quase não sobra tempo livre para passarmos com as coisas de Deus e com a nossa própria família, esse amor pelo evangelho de Jesus Cristo e pela sua vinda têm se esvaído do coração de muitos (Mateus 24:12), sem que muitos de nós sequer percebamos.

O sonho de muitos cristãos deixou de ser “buscar os melhores dons” e passou a ser “buscar os melhores bens”. Nos tempos dos meus avós, você conhecia um servo de Deus de longe! Você via uma irmã de vestido longo e cabelo grande ou um irmão de terno com a Bíblia debaixo do braço e geralmente andando de bicicleta e logo sabia que ela servia a Deus. Para muitos, eram como “bichos-do-mato”, tamanha era a diferença dos demais! Não estou aqui defendendo doutrina (pois a meu ver, seguir parâmetros estabelecidos por igrejas não salva ninguém), mas algo muito maior do que isso: o desejo em que as pessoas antigamente tinham de ser diferentes do mundo! Tais pessoas sabiam que não deveriam ser iguais aos outros, pois se assim fossem, acabariam se tornando parte desse mundo e dificilmente retornariam aos preceitos bíblicos, já tão difíceis de serem seguidos pela nossa natureza pecaminosa.

Mas hoje a coisa mudou. Os cristãos de hoje em dia querem ser notados, não por sua fé, mas pela posição em que ocupam, pela roupa que vestem, pelas palavras que falam. Muito me entristece ver políticos se dizendo ser pastores e vice-versa, cometendo o mesmo pecado de Saul, que quis ser rei e sacerdote (I Samuel 13). Outros, usam de um “evangelho de conveniência”. Dentro da igreja são crentes fervorosos, mas fora dela negam sequer que estão freqüentando uma igreja. Querem estar dentro da igreja e dentro do mundo, como se isso fosse possível.

As próprias pregações, que outrora priorizavam o pecado e o arrependimento, hoje teimam em repetir somente dinheiro e prosperidade. Tenho ouvido nas igrejas de hoje mais o “Deus te dará a cem por um” do que o “Arrependei-vos!”. Isso tem feito com que muitos servos de Deus sejam submetidos à vergonha de se afastarem da presença de Deus por causa do dinheiro (1 Timóteo 6:10).

Podemos analisar, a título de exemplo, mais algumas passagens:

“E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por ele na sua vinda.” (1 João 2:28)

“Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?” (1 Tessalonicenses 2:19)

“Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hebreus 13:5)

“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mateus 6:21)

João, um dos maiores conhecedores do amor de Deus de toda a história, já dizia sobre a necessidade de estarmos firmes em Cristo e afastados do mundo, pois aqueles que não fizerem isso, correrão o risco de serem enganados na vinda de Cristo. Vejam a gravidade disso. O que é perfeitamente compreensível, já que, não há como julgarmos o mundo se d’Ele fizermos parte (1 Coríntios 6:2). A Bíblia condenou a ganância, pois aqueles que são tomados por ela ou seduzidos pelos desejos de poder entre os homens, têm sua atenção e sua vida tomada por isso e acabam se esquecendo das coisas de Deus.

A plenitude da verdadeira prosperidade de Deus será por nós alcançada quando dermos prioridade ao que de fato nos fará ser prósperos. Os tesouros que devem ser cultivados não são bens terrenos, mas aqueles que nos farão amontoar “brasas vivas sobre nossas cabeças” (Romanos 12:20). E esses não vêm segundo aquilo que recebemos, mas de acordo com o que damos. Precisamos ter nossa esperança em Jesus Cristo, pois só n”Ele teremos o tesouro eterno, que a traça não corrói e que não é perdido quando o nosso fôlego se esvair.

Paulo amava a vinda de Cristo justamente porque ele conhecia e entendia isso. Ele deve ser o exemplo a ser por nós perseguido: o de um homem que correu a carreira que foi proposta, deixou a vida tranqüila de seus bens para sair pregando a verdade de Deus (até morrer, inclusive como mártir) e de um homem que via sua própria morte como lucro (Filipenses 1:21), pois sabia que estar com Cristo seria muito melhor! Esse foi o exemplo de homem que amou a vinda de Deus! Será que você tem amado o reino de Deus a esse ponto?

Para encerrar esse artigo, gostaria de lhe convidar a uma última reflexão: Como tem sido as suas orações diárias? Você tem pedido a Deus que lhe dê aquele carro importado que você sempre sonhou? Você tem orado por aquele apartamento-cobertura para você ser “bem visto” por seus amigos ou amigas? Ou você tem todo dia clamado a Jesus Cristo por Sua vinda pois não agüenta mais viver na iniqüidade desse mundo? Não estou aqui condenando o desejo de crescer na vida, de ter uma vida regalada, mas sim a posição de importância que isso possa ocupar em nossa vida e em nossas orações. Se pedimos mais tais coisas do que as próprias coisas de Deus, estamos trocando o incorruptível pelo corruptível (1 Coríntios 9:25).

Pense sobre isso e sobre o que você tem feito para Deus; se você tem ansiado mais pela volta d’Ele ou pelos sonhos materiais que o mundo oferece. Talvez seja a hora de mudar um pouco os nossos conceitos e atitudes em nome do amor de Deus em nossas vidas e da nossa própria salvação.

"Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2:15)

domingo, 15 de junho de 2008

Existe hoje uma conspiração mundial?

A maioria dos cristãos da atualidade têm reservas quanto ao Apocalipse e às profecias para os últimos dias. Contudo, a própria Bíblia deixa claro que os tempos do fim surpreenderão a maioria das pessoas, que acreditarão estar em paz, vivendo despreocupadamente (1 Tessalonicenses 5:3). Logo, é fato inegável que o Dia do Senhor vai pegar muitos cristãos “conservadores” de surpresa.

Menor ainda é o número de pessoas que acreditam que estamos vivendo em meio a uma conspiração mundial. Quem fala isso é visto até como fanático, paranóico, e são pessoas com as quais muitos de nós nem gostamos de conversar. Mas, quem realmente está falando a verdade? Essa conspiração mundial, guiada pelo ocultismo, está acontecendo mesmo ou isso é história de cristão enlouquecido? É isso que esse artigo vai se dedicar a analisar: a existência ou não de uma conspiração mundial à luz da Bíblia.

Analisemos primeiro o que está escrito em Salmos 2:

Por que se amotinam as nações, e os povos tramam em vão? Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.” (Salmos 2:1-3)

Aqui a Bíblia se faz bastante clara. O salmista dá a entender que já naquela época as nações se reuniam e seus príncipes conspiravam contra o Senhor e o seu Ungido. Quem seria esse “Ungido”?

A palavra "Cristo" na Bíblia traduz o grego Christos — que literalmente significa "O Ungido" – e também traduz o hebraico Masiah. Temos a palavra "Messias" dessa palavra hebraica para "O Ungido". O único indivíduo que pode legitimamente ocupar o ofício definido nas Escrituras para o Messias é Jesus de Nazaré.

Se antes mesmo de seu nascimento o Filho de Deus já era alvo das conspirações dos líderes do mundo, quanto mais depois de seu nascimento! Uma das provas disso é a forma arbitrária em que providenciaram a sua morte, em que Sofreu por nós “um crime que não cometeu”.

Mas no livro de Salmos o verbo “conspirar” dá a idéia de continuidade, e não só de passado. Esses “príncipes” então estão até hoje tramando contra Jesus Cristo. E a Bíblia é quem diz isso. Vejamos mais algumas passagens, para que isso fique um pouco mais claro:

Pois eis que teus inimigos se alvoroçam, e os que te odeiam levantam a cabeça. Astutamente formam conselho contra o teu povo, e conspiram contra os teus protegidos.“ (Salmos 83:2-3)

Disse-me mais o Senhor: Uma conspiração se achou entre os homens de Judá, e entre os habitantes de Jerusalém. Tornaram às iniqüidades de seus primeiros pais, que recusaram ouvir as minhas palavras; até se foram após outros deuses para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá quebrantaram o meu pacto, que fiz com seus pais. Portanto assim diz o Senhor: Eis que estou trazendo sobre eles uma calamidade de que não poderão escapar; clamarão a mim, mas eu não os ouvirei.” (Jeremias 11:9)

Pois o mistério da iniqüidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda” (2 Tessalonicenses 2:7-8)

Em Salmos 83, mais uma vez a Bíblia fala na conspiração que o mundo têm feito contra o povo protegido de Deus. A história do Cristianismo, a título de exemplo, é recheada de sangue. Desde a morte de Jesus Cristo, em meio ao impiedoso Império Romano, até os dias do hoje, ao analisarmos a atual situação de perseguição político-religiosa em países como a China, percebemos que sempre em algum lugar do mundo algum cristão foi perseguido ou martirizado! A conspiração contra os escolhidos de Deus prova estar até hoje acesa e contando com a conivência dos grandes líderes mundiais, que de forma totalmente negligente permitem que o maior evento do esporte mundial se realize nesse país que tanto tem perseguido o povo de Deus!

Na passagem seguinte parece haver uma profecia alusiva aos tempos do fim! De tanto os homens ignorarem a Deus e por seus líderes o profanarem, servindo outros deuses, Deus anuncia a vindoura calamidade sobre a terra.

A terceira passagem faz-se ainda mais atual. No Novo Testamento, Paulo já dispara a “bomba-relógio” para o final dos tempos. Em pouco tempo após a morte de Cristo, ele já contava que “o mistério da iniqüidade já opera”, somente aguardando o tempo de Deus para revelar o “iníquo” ou o Anticristo.

Muito antes do véu do templo ser rasgado há 2.000 anos atrás, o diabo já sabia quem era Jesus Cristo e já perseguia o seu povo através de conspirações. Procure saber um pouco mais sobre a história de Ninrode e do paganismo da Babilônia antiga também a título de exemplo. Mas se a Bíblia e a história antiga parecem distantes ou confusas, podemos citar outros que também viram que o mundo está há muito tempo submetido à conspirações ocultas. Veja o que declararam dois ex-presidentes norte-americanos:

"Alguns dos homens mais importantes nos EUA nos ramos do comércio e da indústria estão temerosos de alguém, de alguma coisa. Eles sabem que existe em algum lugar um poder tão organizado, tão sutil, tão atento, tão interligado, tão completo, tão disseminado, que é melhor sempre abaixar muito bem a voz ao dizer qualquer coisa em condenação a ele." (Woodrow Wilson, presidente entre 1912 e 1921)

"A verdade real da matéria é, como você e eu sabemos, que um elemento financeiro nos grandes centros tomou posse do governo desde os dias de Andrew Jackson..." (Franklin Roosevelt, presidente durante a 2ª guerra mundial)

Que “elemento financeiro” seria esse apontado por Roosevelt, que tomou conta até mesmo da economia mundial? Ou que poder tão organizado e ao mesmo tempo tão temido é esse que Wilson se referia? Com certeza, não é o poder do amor de Deus, pois esse há muito tempo foi ignorado pelos homens. Trata-se de um outro poder, de espíritos malignos que têm conduzido as ações de muitos dos governantes. Um poder que fez Hitler matar milhões de judeus, cristãos e outras minorias. Um poder que no início do século passado providenciou que a economia americana, a maior do mundo, fosse “legalmente” roubada das mãos do governo federal através da chamada “Reserva Federal” (recomendo ler sobre isso), controlando a economia mundial a partir de então e fazendo a fome se disseminar ainda mais pelo mundo. Um poder que tem semeado a guerra em todos os cantos do mundo desde o final da 2ª Guerra Mundial. Um poder que já invadiu os meios de comunicação em massa e tem feito manipulações cada vez mais sujas de seus expectadores, para aceitarem a “Nova Ordem Mundial” (que nada mais é do que uma mudança de comportamento mundialmente planejada que abrirá o caminho para a aceitação do Anticristo). Um poder que têm, dia após dia, feito aumentar o ódio entre os homens e estabelecido o domínio dos poderes malignos sobre o mundo (1 João 5:19) a partir do poder estabelecido.

Mas qual é a posição que nós cristãos, sabendo disso, devemos ter frente à tais acontecimentos? A resposta é se armar! Não se armar com pistolas ou bombas, mas com armas muito bem explicadas no livro de Efésios:

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo; pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes. (Efésios 6:11-12)

Eis aí a armadura de Deus! E a espada que nos trará a vitória é a palavra de Deus (Efésios 6:17). Essa arma só pode ser usada se a conhecermos bem! Portanto, é tempo de nos dedicarmos à leitura da palavra de Deus. Vejo hoje a maioria dos cristãos, em tempos tão tenebrosos quanto os nossos, gastando mais tempo vendo novelas do que orando e meditando na palavra. Num momento em que o final dos tempos se aproxima, a igreja de Deus parece estar combalida com o conformismo e passível aceitação de tudo o que lhe oferecem, dentro e fora da igreja. Assistimos e aplaudimos falsos modelos de igrejas orientadas por (humanos) propósitos de crescimento em número de pessoas e estratégias de marketing de cunho emocional que sorrateiramente têm tomado o lugar da sã doutrina da palavra de Deus pregada por seus apóstolos (2 Timóteo 4:3), abrindo, de dentro da igreja, a porta para o Anticristo!

O profeta Daniel nos conta que no final dos tempos apenas os sábios entenderão o que realmente se passa no mundo (Daniel 12:10). Entretanto, muitos cristãos acreditam mais nos jornais da grande imprensa do que nos pregadores de Deus! Julgamos mais a veracidade da palavra que ouvimos na igreja no que da notícia que assistimos na TV, quando deveria ser o contrário! Prova disso é que muitos de nós se assentam na “roda dos escarnecedores” com não-cristãos para falar mal de cristãos que a imprensa diz ser bandido. Outro dia, vi no telejornal diário mais respeitado do Brasil uma grande reportagem falando que um dos pastores evangélicos mais famosos do Brasil estava sendo acusado de formação de quadrilha. Contudo, fui procurar na internet mais notícias sobre o assunto e numa pequena nota em um site perguntaram à Polícia Federal porque esse pastor não está preso. A resposta é que não havia nenhuma prova contra ele! Assim, nos apressamos a julgar os servos de Deus porque acreditamos mais nos telejornais do que neles.

É preciso que tomemos muito cuidado com aquilo que acreditamos, lemos e com o que falamos. Os estudiosos bíblicos divergem sobre se os eleitos de Deus conhecerão ou não o Anticristo. Assim, não sabemos se veremos ou não ele aparecer na Terra. E se tivermos que vê-lo? Num tempo em que a minoria dos cristãos está firmada na palavra, se Anticristo hoje aparecesse operando sinais e prodígios – coisa que a própria Bíblia diz que ele fará (2 Tessalonicenses 2:9) - muitos deixarão o verdadeiro evangelho para seguí-lo. Não o seguirão aqueles que conhecem a palavra de Deus, que por ela se preparam e se tornam sábios. A conspiração mundial existe e seu intuito é nos levar, de forma progressiva e imperceptível, pra longe de Deus e pra perto do marasmo e da aceitação, para que assim sejamos mais manipuláveis. O apóstolo Tiago nos conta que a palavra de Deus é poderosa para salvar nossas almas. Mas para isso essa palavra precisa ser recebida por nós (Tiago 1:21), não apenas ser ouvida! Só recebendo dia-a-dia a palavra de Deus em nossos corações poderemos ser capazes de discernir entre a verdade, a mentira e reconhecer as conspirações reais do no nosso tempo!

Mais do que qualquer outra coisa, devemos amar e desejar vinda do Senhor (Lucas 19:38). O fato da conspiração ocultada sob os panos da Nova Ordem Mundial ser cada vez mais clara não deve nos deixar abatidos, mas nos servir de ânimo, pois é sinal de que próximo está o Dia do Senhor e a ocasião em que encontraremos com Ele nas regiões celestiais! Quanto menos nos apegarmos às coisas deste mundo e quanto mais desejarmos sair dele para encontrarmos com Deus, maior é o sinal de que estamos preparados para encontrar com Deus com nossas vestes lavadas no Sangue do Cordeiro (Apocalipse 22:14)!

Por isso, Maranata! Ora vem Senhor Jesus!

domingo, 8 de junho de 2008

Vivendo em dias como os de Noé

A Bíblia está repleta de comparações. Boa parte delas mostrando o que é mal dos vossos antepassados para que não seja repetido. Outras, mostrando que a história às vezes se repete. Vejamos a passagem abaixo:

“Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem. (Mateus 24:37-39)

A mesma passagem é repetida no evangelho de Lucas (Lucas 17:26, 27 e 30). Como toda grande obra escrita, a Bíblia tem um início (Gênesis) e um fim (Apocalipse), que apresentam ligação causa-consequência entre si. Os dias de Noé quando comparados com os últimos dias são um claro exemplo disso.

Nos tempos de Noé, a iniqüidade era tamanha que Deus tomou até então a mais drástica de suas decisões: destruir a terra! A Bíblia dá a entender que naquela época as pessoas viviam sem preocupações, comendo, bebendo, se casando. A despreocupação era tanta que nem sequer perceberam quando Noé fechou a Arca com todos aqueles animais. Lembro-me das aulas de criança da escola dominical, onde a professora exemplificava que as pessoas da época provavelmente zombavam de Noé, riam da cara dele, dizendo “Noé, você está louco, caduco! Como pode cair água dos céus e nós vamos ser destruídos! Isso nunca aconteceu! Isso é loucura! Nós não seremos mortos!”. Acredito que Noé tenha ouvido palavras assim. Mas da mesma forma, ele conhecia o Deus que servia e assim como Paulo (Romanos 1:16), mesmo quando era chamado de louco, ele não se envergonhava do Deus que servia.

Mas um dia a porta da Arca se fechou e caiu águas dos céus! O povo daquela época foi destruído! Imagino aqui milhares de pessoas sendo afogadas, desesperadas, batendo na porta da arca gritando “Noé, abra a porta! Não podemos morrer!” ou “Noé, eu te conheço, fui teu amigo, me deixe entrar!”. Mas o tempo da misericórdia já havia passado e era chegado então o tempo do juízo.

Na passagem bíblica mostrada no início deste artigo, há uma comparação entre os tempos de Noé e os últimos dias, nos quais acredito que estamos vivendo. Contudo, penso que estamos vivendo em dias bem piores que os de Noé! Por que?

Naquele tempo as pessoas não viviam na era da informação. Hoje qualquer pessoa com acesso à internet pode saber de Jesus Cristo, conhecer dele (por exemplo, em http://www.espada.eti.br/salvacao.asp, e até mesmo fazer uma oração o aceitando e ser salvo pela internet. No Brasil, o evangelho de Cristo é pregado em quase toda esquina, se multiplicando a olhos vistos e em todos os países o nome de Jesus Cristo foi anunciado! Ouve-se falar em muitas curas e milagres pelo mundo. Só não acredita em Jesus Cristo quem não quiser. Além disso, não estamos mais sob o jugo da lei, o que significa que a salvação não depende mais de obras, mas da graça (Efésios 2:8-9)!

Em caminho oposto ao crescimento do evangelho, a iniqüidade parece crescer mais ainda! Cresce tanto, que a Bíblia dá a entender que se nossos dias se prolongassem e o dia do Senhor tardasse para além do que está marcado, ninguém seria salvo (Mateus 24:22). Hoje em dia, os homens ignoram a Deus e zombam dele por todos os lados. Nas músicas, no falar, no proceder e até nas leis. Nos Estados Unidos, a leitura da Bíblia nas escolas foi até proibida, num claro cumprimento de 2 Pedro 3:3! É o homem querendo andar sozinho, esquecendo-se de Deus. Os crimes têm sido cada vez mais bárbaros, pai jogando filha do alto de prédios, filha matando os pais enquanto eles dormem, numa prova que o amor se esfriou ou desapareceu do coração de muitos, até pelos seus parentes mais próximos (Lucas 12:53; Mateus 24:12). O pecado na nossa sociedade ganha a aceitação e até o amparo das leis, que se levantam contra os valores cristãos em nome dos pecaminosos e muitas vezes abomináveis prazeres dos homens (2 Timóteo 3:4). Ao contrário daquela época, hoje o mundo gira em torno do dinheiro, que tem sido culpado por muitos dos crimes mais bárbaros na nossa sociedade, por ser o principal elemento da desigualdade social num mundo em que uma minoria o tem em sobra e a grande maioria se alimenta mal ou passa fome, bem diferente do que foi ensinado por Jesus Cristo (Mateus 25:44). A própria Bíblia o chama sabiamente de “raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10).

Mas da mesma forma que o julgamento de Deus foi proporcional à iniqüidade daquele tempo, assim o será para o nosso tempo. Se a iniqüidade tomou proporções bem maiores do que no tempo de Noé, o sofrimento reservado aos que proclamam a iniqüidade no nosso tempo é também bem maior. Vejamos na Bíblia:

“Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da face da terra todas as criaturas que fiz. (...) Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu. Assim foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram exterminados da terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.” (Gênesis 7:4,22-23)

Nos tempos de Noé, após quarenta dias de águas descendo dos céus, toda criatura viva já estava morta. Afogados, de fome ou seja por qual motivo for, 40 dias depois de ter descido o primeiro pingo de água do céu, não havia mais nenhuma criatura que tivesse fôlego em toda a terra. Depois disso, o mundo foi reconstruído a partir da família de Noé.

Já a desolação dos últimos dias, não se reduzirá apenas a quarenta dias. Vejamos:

“Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses. E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias.(...) Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra. Abriu-se o santuário de Deus que está no céu, e no seu santuário foi vista a arca do seu pacto; e houve relâmpagos, vozes e trovões, e terremoto e grande saraivada.” (Apocalipse 11:2-3,18-19)

“E desde o tempo em que o holocausto contínuo for tirado, e estabelecida a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.” (Daniel 12:11)

Se somarmos o 1.290 dias preditos por Daniel e os 1.260 dias preditos por João, temos 2.550 dias (apenas 5 dias a menos do que 7 anos não-bissextos). Ao que tudo indica, a Bíblia parece apontar que o sofrimento da grande tribulação se estenderá à 1.290 dias (ou 42 meses), aproximadamente à metade dos sete anos em que está “programado” o governo do Anticristo. Um marco que dividirá tal governo parece ser a morte das duas testemunhas, aparentemente destruídas pela besta, dando início a um tempo de tribulação sem precedentes (Marcos 13:19), que é detalhada a partir de Apocalipse 11 até o capítulo 18, onde a Grande Babilônia é destruída, determinando o fim do mundo como nós conhecemos (Apocalipse 18:2).

O sofrimento dessa época será tamanho que as pessoas procurarão a morte e não a encontrarão (Apocalipse 9:6)! Comparando com os tempos de Noé, onde as pessoas queriam ser salvas à vida, na tribulação vindoura nem isso bastará a elas, pois só a mote parecerá ser a saída, tamanha será a dor, o sofrimento e a desesperança! Sem encontrar a morte, as pessoas desejarão até que os montes caiam sobre suas cabeças, em busca de um livramento para seu sofrimento (Lucas 23:30)! Nada disso adiantará.

Eis aí o outro lado da justiça de Deus (Hebreus 10:30; Romanos 12:19)! Muitos ateus defendem que o Deus bíblico não existe, pois, se assim o fosse, não haveriam fomes e tantas calamidades por todo o mundo. Mas se esquecem que se há fome e desigualdade é porque os homens se esqueceram aquilo em que se resume toda a lei de Deus: o amor ao próximo (Gálatas 5:14). Nas escolas, nas ruas, na televisão e nos governos se propagam cada vez mais valores que vão contra o que está escrito na Bíblia. Vivemos numa sociedade que é fruto de homens que há muito abandonaram a fé em Deus (1 Timóteo 4:1). A mesma guerra contra o cristianismo que se iniciou em Roma há cerca de 2.000 anos atrás, quando se perseguia os cristãos vigora até hoje com armas cada vez mais injustas. Somos induzidos a acreditar que os nossos governantes são bons e que as pessoas do poder querem o melhor para o povo. Aqueles que defendem a existência de uma conspiração mundial são vistos como loucos, se esquecendo de que a própria Bíblia diz que “os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor” (Salmos 2:1-3). Da mesma forma que o juízo de Deus veio sobre a terra de Noé, não adianta tentarmos esconder uma realidade, por mais dura que ela pareça ser: a de que as calamidades descritas em Apocalipse vão sim acontecer e de as suas palavras não são só simbólicas.

Cabe a nós como cristãos, levar a palavra de Deus adiante, a todos quantos forem possíveis, para que se cumpra o propósito divino da salvação no maior número de vidas (1 Timóteo 2:4). Não há outro papel para nós que não seja esse, o de anunciar o evangelho da salvação de Cristo para todos quantos conhecemos (1 Coríntios 9:16).

É claro que num mundo como o de hoje, repleto de iniqüidade, dizer que somos servos de Deus, e ao pregarmos a palavra dele, correremos o risco de, assim como Noé, sermos rotulados como loucos. Mas há de se escolher um só caminho: ou continuamos a levar a nossa vida despreocupada, numa falsa segurança (Daniel 8:25), ou assumimos os rótulos de loucos, fanáticos, e colocamos a cruz de Cristo nos ombros e seguimos a Ele incondicionalmente.

Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem. (...) nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos,(...) mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. (...) Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; (...) para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus.” (1 Coríntios 1:21, 23, 24, 27 e 29)

“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.” (Mateus 5:11 e 12)

domingo, 1 de junho de 2008

Teologia da Prosperidade e crise da igreja moderna

Começo esse artigo contando um fato que aconteceu comigo na última 5ª feira. Um professor meu de Direito contou em sala o seguinte fato real, que tentarei descrever resumidamente:

“Havia um advogado que tinha como cliente assíduo um homem responsável por jogos ilegais (do tipo “jogo do bicho”). Assim, sempre que esse homem tinha problemas com as leis, o que não era raro, ele chamava esse advogado para resolver tais querelas perante à justiça. Só que chegou um dia em que esse homem, inexplicavelmente, não apareceu mais em seu escritório. Tempos depois, esse advogado encontrou o filho desse homem, e o questionou sobre o porquê do pai dele ter sumido há tanto tempo. O advogado havia pensado que poderia ele ter ficado insatisfeito com o seus serviços ou algo do tipo. Mas o filho daquele homem respondeu que não. E explicou o porquê: eles haviam mudado de “ramo de negócio”. Cansado de ter problemas na justiça, eles resolveram trabalhar com algo legal. Como na América Central os jogos de azar são legais, esse homem enviou parte de seus funcionários para um curso de espanhol, e após isso, abriu dois cassinos nesse continente e os mandou para lá. Só que restou uma parte dos funcionários, que não era tão estudada a ponto de aprender um novo idioma e enfrentar novos desafios. E surgiu uma idéia no mínimo “diferente”. Enviou esses menos letrados para o sul do país, onde abriu algumas (pasmem!) igrejas evangélicas – que como sabemos, é imune de impostos - e deixou esses “profissionais” como pastores e recolhedores dos dízimos e das ofertas. O que é de admirar é que esse negócio das igrejas tem dado mais lucro àquele homem do que os cassinos, e a “igreja” só tem crescido e aberto novas unidades.”

Assim que o professor terminou de contar tal fato, boa parte dos colegas riu. Eu preferi refletir por alguns minutos no que havia ouvido. Em casa, pensei: Seria isso possível? Será possível que pessoas sejam enganadas tão facilmente, a ponto de não saber reconhecer um ministro do evangelho de Cristo e separá-lo de um impostor, um falsário? É possível que o povo seja enganado tão ardilosamente? A resposta que cheguei, biblicamente, é SIM (2 Timóteo 3:13; Mateus 7:15; 2 Pedro 2:1)!

Hoje em dia não se precisa de nada para se dizer ser ministro do evangelho. Basta abrir uma igreja e ter estratégias para atrair fiéis em potencial. Vivemos num tempo onde a apostasia se manifestou (2 Tessalonicenses 2:3), e atingiu inclusive as igrejas. É provável que boa parte dos cristãos do Brasil esteja, nesse exato momento que você lê esse artigo, sendo enganado por doutrinas que nada tem a ver com Cristo (Hebreus 13:9)! Existem várias igrejas em nosso país, como essa que mostrei anteriormente, onde líderes abusam de uma ilusão religiosa de um povo para se enriquecer, trazendo para si condenação. Milhares de igrejas têm se transformado em grandes supermercados, os crentes suas mercadorias e a palavra de Deus tem se tornado um simples acessório. Irmãos são rejeitados, ignorados e perseguidos dentro da igreja local se não adotarem determinado método questionável que a liderança implantou. Surgem até modas, camisetas, divulgando os nomes das estratégias, dos grupos a qual a pessoa diz pertencer. Talvez se Cristo vivesse nos nossos dias, ele teria que, literalmente lançar muitos “marqueteiros cristãos” pra fora do templo e virar muitas mesas de ponta à cabeça (João 2:14-16)!

A título de exemplo, freqüentei por algumas semanas uma filial de uma das maiores igrejas da minha cidade. Diga-se de passagem, é uma igreja que já chegou a vários países, logo poderíamos dizer seria uma igreja boa, abençoada, “de Deus”? Não sei. O que sei é que o culto de nada parecia com as ministrações simples dos apóstolos (Atos dos Apóstolos 3:6)!

Antes da pregação, todo domingo, repito, todo domingo, há uma ministração sobre prosperidade e as mesmas palavras e perguntas motivacionais são repetidas, do tipo: “Quem crê que essa semana vai ser uma semana de realizações?” ou “Quem crê que amanhã de manhã já vai ter uma bênção te esperando?”. Tais perguntas sempre seguidas de expressões que fazem um cidadão menos informado não saber se está num leilão, numa palestra do Lair Ribeiro ou numa igreja evangélica mesmo. Expressões como: “Se você quer ser abençoado, tem que abençoar também.” Ou “Quem aqui quer ser rico? Quem aqui quer dizimar um salário mínimo? Então tem que ofertar!”. Após as fervorosas ministrações dos dízimos e ofertas (sempre feitas logo depois do período de louvor, aproveitando a “atmosfera”), sempre pregações curtas (média de 20 minutos), baseadas em experiências pessoais, e pouco fundadas na Bíblia. Chega ao final do culto, e você tem a sensação de que saiu faltando algo, como se você tivesse ficado há dois dias sem comer e ter que se contentar com apenas 200 gramas de comida.

Ora, eu não fui à igreja porque eu queria prosperar, mas porque eu queria ouvir algo novo de Deus! Mas, será que isso importa? Para muitos, não. E assim, saí de um culto da mesma forma de que entrei, pois ouvi muito mais de dízimos, ofertas, de como crescer financeiramente e como ser abençoado, e praticamente nada daquilo que realmente eu precisava ouvir: do pecado, da justiça e do juízo de Deus (João 16:8).

Se você também anda se sentindo assim a cada noite de domingo, bem-vindo! Você está em mais uma das modernas igrejas brasileiras que se vendeu à Teologia da Prosperidade. Lamentavelmente, é essa a realidade em que muitas (e quase sempre grandes) igrejas do nosso país têm entrado. Um caminho de decadência espiritual tão profundo, que os crentes que já estão na igreja a algum tempo e já são um pouco cultos no conhecimento da Bíblia e que por isso desejam escutar boas mensagens, não estão mais agüentando a mediocridade e o vazio do que está sendo pregado nos púlpitos.

Provavelmente a maioria dos pregadores renomados que você conhece na sua cidade há muito tem deixado de pregar sobre o inferno, sobre a ira vindoura de Deus (muitos novos cristãos nem sabem o que é isso), sobre os pecados da humanidade e sobre santificação de vida. Afinal, isso já não atrai ninguém. As igrejas que pregam isso estão vazias. E se os líderes cristãos viraram reféns das estratégias emocionais e psicológicas e da “igreja orientada por propósitos” e do crescimento a qualquer preço, é muito melhor falar de prosperidade e, sobretudo, de dinheiro. Assim, muitos pastores se transformaram em doutores na arte de pedir durante os cultos. Quem convence melhor, quem enche mais o gazofilácio. Esse sim é o melhor “pregador”!

A tal busca pela prosperidade chegou e estacionou nas igrejas evangélicas. Assim, os pastores prometem mundos e fundos a quem der mais dinheiro para a obra de Deus. Baseando-se nisso, às vezes se ouvem mentiras desenfreadas, que beiram o ridículo, no ato hipócrita de ofertar.

Mas o que a Bíblia diz? Será que Deus quer mesmo que eu dê tudo que eu tenho para a igreja e assim seja abençoado? Será que Deus quer que eu faça isso, pra eu poder “ficar rico de forma justa”? Deus me quer mesmo próspero e ser próspero que dizer ser rico? Vejamos primeiro 1 Coríntios 16:2 e 2 Coríntios 9:7, quando Paulo fala de como deverão ser feitas as ofertas:

“No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o(...)”.

“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.”

Aqui vemos dois pontos interessantes: cada um contribui de acordo quanto tiver prosperado e de acordo com o que Deus colocou em seu coração, sem constrangimento. Mas nas tais igrejas da prosperidade, não é bem assim que as coisas funcionam não. Muitos pastores malaquianos chegam a chamar de “adoradores de Mamom” aqueles que não contribuem com os valores que eles propõem. Com discursos ardentes, exigem que seus fiéis ofertem valores que muitas vezes não podem dar, para que sejam abençoados, como se Deus estivesse fazendo alguma espécie de permuta. Poucos são aqueles que contribuem com alegria, e não porque o pastor diz que a Bíblia manda que seja assim. Ao contrário, me ensinaram que eu tenho que limpar meus bolsos para assim Deus os enchê-los. Isso traz a tona, a seguinte questão: a quem seguimos? Veja:

Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mateus 6:24b)

Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. (1 Timóteo 6:10)

Cristo nunca viu os ricos com bons olhos os ricos. Até a salvação destes Cristo dizia ser no mínimo, difícil (Marcos 10:25). Cristo não veio pregar bênçãos financeiras nem tampouco as colocou em patamar tão importante para que a prosperidade financeira seja tão repetida domingo a domingo nas igrejas com a mesma intensidade que a própria ministração da palavra! O próprio desejo de ficar rico não deveria sequer passar pelo coração de um cristão (Lucas 12:34), já que a nossa fé e as nossas esperanças não são de vida regalada para esse mundo, mas para o vindouro. Não é aqui na terra que devemos fazer os nossos negócios dar lucro, mas nos céus é que devemos fazer nosso galardão crescer.

Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. 2 Timóteo 2:4

Se queremos aproveitar tudo que o mundo nos oferece, talvez seja porque a nossa fé seja falha ou não cremos naquilo que Deus tem reservado para nós quando daqui partimos (1 Coríntios 2:9). Em crenças tão fúteis de riqueza, muitos dos crentes têm deixado filhos passar necessidades, distribuído cheques sem fundo a torto e a direito, tudo na idéia de que tem que dar o que o pastor diz que tenho que dar porque senão eu serei ladrão! Desconhecem um sério ensinamento de Cristo lá de Romanos 13:8a, que “A ninguém devais coisa alguma”. Tem gente que acha que está agradando a Deus dando boas ofertas, mas com o nome sujo nos serviços de proteção ao crédito ou deixando faltar comida em casa (1 Timóteo 5:8). Isso sim é engano! Muitos cristãos estão seguindo um falso evangelho da prosperidade, que não implica em mudança de vida, mas gera conformismo, crise espiritual e inquestionável submissão à liderança, principalmente quando o assunto é dar ofertas! Quando o seu pastor falar que está tendo revelações de Deus que os membros que derem determinada quantia (digamos, mil reais por exemplo) serão abençoados, ou que Deus revelou que você deve vender seu carro e dar pra igreja, abra a Bíblia e mostre para ele 2 Coríntios 9:7 (“Cada um contribua segundo propôs no seu coração”) e veja o que ele te responde. Pergunte a ele se Cristo mudou (Hebreus 13:8) ou se a Bíblia está mentindo! Se a resposta não for embasada biblicamente, aconselho-lhe a continuar contribuindo da forma que Deus tiver colocado em seu coração. Afinal, “onde termina a doutrina bíblica, começa a heresia”.

Não tenho dúvidas que já está mais do que na hora dos pastores de muitas dessas “igrejas de fachada” se voltarem às verdadeiras escrituras e perceberem o real significado da palavra prosperidade, passando a pregar de fato o que realmente é o bastante para sermos prósperos (2 Coríntios 12:9) e aqueles que são os verdadeiros preceitos religiosos que Deus quer que sigamos:

“A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.” Tiago 1:27