domingo, 18 de maio de 2008

Em resposta ao vídeo "Zeitgeist - A maior história de Todas"

Inaugurando o blog, publico um artigo de opinião sobre um vídeo que se tornou bastante popular na internet, intitulado "Zeitgeist" (palavra do idioma alemão, que significa "espírito do tempo" ou "espírito guardião do século"), que combate de forma grotesca e infundada as crenças do povo cristão e até mesmo a existência de Jesus Cristo. Analisemos então alguns argumentos desse "documentário".

Gostaria de fazer algumas considerações sobre esse vídeo "Zeitgeist". Ao assistir o vídeo, percebi que aquele que o idealizou possui profundo conhecimento bíblico e histórico. Afinal, sem conhecer a Bíblia ele não poderia ter elaborado um trabalho tão bem engendrado no falar contra ela. A ligação que o autor faz da Bíblia com a astrologia e a negação da existência de Cristo, é de uma fórmula já usada por Dan Brown em "O Código da Vinci": partindo de preceitos da fé cristã e demonstrando suas mentiras a partir de uma mistura muito bem arquitetada de várias verdades e poucas mentiras, mas que pervertem totalmente a verdade. A lógica que o autor do vídeo faz é muito interessante, mas o estudo da lógica nos diz que se temos premissas ligadas de forma consequencial entre si, logo chegamos a conclusão. Mas se uma ou mais dessas premissas for falaciosa, ainda sim se chega a conclusão. Assim, o autor do vídeo usa de premissas verdadeiras e falsas para montar a conclusão que ele deseja: a de que a Bíblia é mentirosa e de que Cristo não existiu.

Pelo modesto conhecimento que tenho da Bíblia e da História, passo a apontar algumas premissas falsas que o autor usou. A primeira é a de que "aquilo que é seguido pelos judeus e cristãos é um mito, montado a partir da mítica religião egípcia". Isso é uma falácia. A própria História nos conta que milhares de anos antes de Jesus Cristo, existiram os Semitas e posteriormente, Hebreus (que deram origem aos judeus). E a própria História diz que eles foram a primeira religião monoteísta da História (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Hebreus). A própria Bíblia conta (Gênesis 12:10) que o criador da religião semita, Abrão, peregrinou pelo Egito, e posteriormente, José, seu bisneto, chegou a ser o homem mais poderoso do Egito abaixo do Faraó (Gênesis 41:41). Era promessa do Deus deles, que enviaria um homem, à Terra, nascido de uma virgem, que não pecasse e que tivesse o seu sangue derramado numa cruz e seria o Salvador da humanidade. Esse salvador seria o Filho de Deus. Os valores semitas chegaram aos egípcios, tanto que a Bíblia conta que os semitas foram tornados escravos pelos egípcios, e dali só saiu após Deus os terem libertado, via Mar Vermelho (Levítico 25:42).

Nessa "estadia" do povo semita, evidentemente que parte de sua cultura foi incorporada pelos egípcios. Inclusive em sua mitologia, que, como o próprio nome diz, não era propriamente uma religião, mas uma série de mitos (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_eg%C3%ADpcia). Um desses mitos, e mostrado no vídeo, é o do Deus egípcio que teria nascido de uma virgem (teria, como eu disse, se não fosse um MITO), que foi copiado grotescamente da promessa que o povo semita, seus escravos, carregavam. Como esses escravos semitas tinham sinais miraculosos no seu meio (Números 14:22), suas crenças serviram de prato cheio à mitologia egípcia. E aqui está o equívoco: quem integrou características religiosas de outros grupos em sua mitologia, não foram os semitas, mas os egípcios! Afinal, monoteístas eram os semitas e não os egípcios, que "adequaram" as promessas de Messias do semitas para criar mais um de seus mitos.

Fora isso, o autor do vídeo faz uma série de analogias nebulosas ou, no mínimo, pouco fundamentadas. Exemplo é quando ele diz que a Bíblia faz "inúmeras referências a Eras", mas não diz quais e onde elas estão. Ele aponta para fatos que a Bíblia narra (como o de Lucas 22:10, que narra a realização da Ceia de Páscoa) e faz analogia com os conhecimentos astrológicos, como se ambos tivessem o mesmo significado ou fossem associados.

Ele faz analogias furadas também com as histórias de Noé e Moisés, como se elas tivessem sido copiadas respectivamente da Epopéia de Gilgamesh (2600 a.C.) e do Mito de Sargão (2250 a.C.), mitos que foram criados bem depois dos tempos de Noé e Moisés.

Outra consideração mais falaciosa ainda é a de que Jesus Cristo não existiu. Segundo o autor, não há fatos históricos que comprovem sua existência e isso quer dizer que Jesus não existiu. Agora você me pergunta, como Jesus pode ter arrebanhado tantos seguidores, dividido a História e ao mesmo tempo esta se negar a falar d'Ele? Isso é simples. Jesus Cristo habitou nas proximidades de Jerusalém e não saiu daquela região. Quem estuda História sabe que por volta de 70 d.C., menos de 40 anos depois da morte de Cristo, Jerusalém foi devastada! Tudo que lá existia foi destruído pelos romanos (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Destrui%C3%A7%C3%A3o_de_Jerusal%C3%A9m).

Agora imaginemos o mundo há dois mil anos atrás, sem jornais, sem internet, os povos viviam a centenas de quilômetros um do outro, sem sequer se conhecerem, pois não haviam pacotes turísticos. Imagine que tenha existido um tal Jesus numa região chamada Judéia (o próprio Imperador romano Tito afirmou, na destruição de Jerusalém que no Império Romano, aquela região tinha "suas próprias leis e sua própria religião" – já que devido a grande distância de Roma até a Judéia era impossível monitorá-la, apenas prover meios de receber seus impostos) há milhares de quilômetros do centro do mundo. Poucos anos depois, esses romanos, que eram o centro da cultura do mundo, invadem essa terra e a destroem completamente, inclusive centro de seus registros – o Templo de Jerusalém. O que restaria desse povo? Nada! A não ser aquilo que os romanos, donos da História quisessem escrever. Mas lembremos que os romanos odiavam os seguidores de Cristo, pois o crescimento do cristianismo prejudicava a popularidade do império, no que muitos morriam em nome de Cristo, e não mais tinham a mesma devoção a figura do imperador. Por isso, o interesse mor do império romano era ocultar ou eliminar o cristianismo, e não registrá-lo na História. Isso é fato! Assim, os únicos registros que falariam de Cristo, provavelmente foram queimados junto com o Templo. A história da Judéia, de Jesus e seus familiares foi queimada junto com Jerusalém! Naquela época (lembremos que não haviam meios de comunicação eficientes), nenhum historiador romano (que teriam seus documentos validados pela história atual) sairia de um rico império para andar milhares de quilômetros só para falar em seus registros sobre a população da Judéia. Não há registros de Cristo, mas há registros de tantos cristãos, que foram perseguidos e mortos pelo Império Romano por seguirem a esse Jesus Cristo e se opunham ao domínio romano. E qual historiador romanos seria louco de registrar a heróica história de um povo "inimigo do imperador" de Roma. Só se for pra ele pedir pra ser morto e ter seus registros queimados! Afinal, a história sempre é contada pelos vencedores! Ora, se há registro de cristãos, mas não há de seu "Cristo", é fácil para os ateus de ofício falar que eles seguiam um mito, e não um homem que existiu! Baseando-se nisso, eles dizem que "o Cristianismo sustenta a submissão cega à autoridade", de um Cristo que eles não conhecem. Sabemos que, as causas da ascensão e da queda do Império Romano do Ocidente foram diretamente ligadas ao cristianismo.

A História é tendenciosa. Hitler dizia que "A arte dos grandes líderes verdadeiramente populares de todas as eras consiste em não distrair a atenção dos povos, mas sempre concentrá-la em um único adversário... É parte do gênio de um grande líder fazer com que até adversários amplamente distintos pareçam pertencer a uma mesma categoria." Se Cristo foi o maior líder da história, e sua ideologia permanece até hoje, compará-lo ao mito e ao ridículo parece ser a única ferramenta capaz de diminuir, ainda hoje, seu crescente número de adeptos. Na opinião dos adeptos da Nova Era ou Nova Ordem Mundial, o crescimento da humanidade, em conhecimento e em evolução de sua liberdade de pensar depende do desligamento do homem de toda e qualquer estrutura religiosa, que teoricamente o limita. Por isso, tamanha é a ânsia de tantos estudiosos, mesmo que a preço de engano, negar a existência de Jesus Cristo e fazer 1/3 da humanidade abrir seus olhos para a evolução de suas mentes. Um novo modelo de pensamento, de ordem, de sentimentos e crenças na era humana não pode, na visão deles, ser construído sem desligar-se da fé (para eles, ainda Medieval) em Jesus Cristo.

Os estudiosos sabem formular muitas teorias, tecer muitos mitos, mas existem coisas que eles não conseguem explicar. Como e por que a Bíblia previu e se concretizou a profecia do exato dia do aparecimento do filho de Deus em Jerusalém (escrita em Daniel 9:24-26 e analisada em http://www.espada.eti.br/n1342.asp)? Como esse mesmo Jesus previu exatamente a forma que Jerusalém seria destruída anos após sua morte (Lucas 19:43 e 44)? Por que todas as demais profecias bíblicas até hoje se cumpriram? São coisas que os estudiosos não explicam, preferem dizer que são frutos de mitos! Quem estuda a Bíblia, logo deduz que a situação está andando para o fim dos tempos e para o aparecimento do Anticristo (2 Tessalonicenses 2:3). Mas algo que nenhum estudioso consegue provar com argumentos convincentes é que não existiu um homem que trouxe uma mensagem nova de paz e justiça, que dividiu a história em antes e depois dele e que foi o único capaz de prever e acertar fatos que aconteceriam depois de sua morte. Por isso, por esse exemplo de fé, de conduta e de homem que foi Jesus Cristo, as minhas convicções a respeito d'Ele e da veracidade da Bíblia continuam sendo as mesmas.

Assim, vivemos em um tempo onde a apostasia parece firmar os seus pilares para se impor como ordem e chegar ao alvo que se propõe: o de enganar aqueles que negaram a Cristo (2 Tessalonicenses 2:11). Resta a nós, seguidores de Jesus Cristo, estar atentos aos fatos que nos rodeiam, estarmos firmados em Cristo, e sempre "desconfiando" daquilo que nos é pregado até mesmo em reuniões em igrejas (1 João 4:1), pois as estratégias que o Maligno têm lançado para tentar derrubar a nossa fé têm sido cada vez mais assustadoras.

Enfim, aos que se dizem sábios e crêem em documentários escarnecedores como esse, lhes digo que prefiro crer na Bíblia. "E não vos conformeis a este mundo*, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2)

* em outras traduções: século

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