domingo, 23 de novembro de 2008

Crise econômica e cumprimento de profecias bíblicas

Não há tema mais atual no meio jornalístico do que a crise econômica iniciada nas principais bolsas de valores do mundo nos últimos meses. Mesmo os mais “desantenados” dos jornais e revistas semanais sabe que em algum lugar do mundo se anuncia uma crise que parece que ainda vai durar. Milhões de pessoas no mundo todo possuem boa parte de seu patrimônio financeiro vagando pelo mercando financeiro, e frente a essa crise, ficam com suas cabeças cada vez mais preocupadas cada vez que ligam a TV nos jornais diários e não assistem a nenhum sinal de melhora.

Muitos devem se lembrar que em 1929 aconteceu algo semelhante. O consumismo e a produção industrial aumentaram demais, até que o consumo se estagnou, e a produção não parou. Resultado: quebra da bolsa de Nova Iorque e crise econômica, com falências e desemprego em massa nos principais países do mundo. O mundo naquela época só se recuperou por conta de um incentivo: a guerra. Dez anos depois nasceu uma guerra que matou mais do que todas as outras guerras da história da humanidade antes ocorridas.

A situação de recessão e queda no consumismo desenfreado que precedeu a crise de 1929 está se repetindo. E isso é que está deixando os investidores e consumidores comuns de cabelos em pé. Nos Estados Unidos, as pessoas já não consomem tanto quanto antes. Nas reuniões dos G-7, G-20, enfim, entre os líderes políticos dos países capitalistas, discutem-se soluções para a crise, que não aparecem. Mesmo com os governos abrindo os cofres para injetar dinheiro nos mercados, a quebra definitiva das bolsas só é adiada, não solucionada. A verdade é que a nossa economia virou refém irresgatável da especulação financeira, e o dinheiro se transformou em títulos, que se multiplicaram, sem que o dinheiro os acompanhasse. Por isso, a economia mundial como hoje nós a conhecemos, por mais que analistas financeiros queiram dizer o contrário, vai ruir em poucos anos, ou até em meses – a não ser que haja um “milagre”, que explicarei posteriormente que não é muito conveniente que aconteça. Assim como aconteceu em 1929, deverá ser inevitável que em pouco tempo, milhões de pessoas perderão suas fortunas que acreditam ter “flutuando” no sistema financeiro mundial.

Antes que você possa pensar o contrário, esse não é um artigo de um economista, ou de alguém que entende alguma coisa de mercados e aplicações. É sim, um artigo que visa analisar os efeitos que essa crise econômica poderá ter no mundo e o que a aproxima das profecias bíblicas. Mas você pode aí estar pensando: o que eu como cristão tenho a ver com isso. Ainda que você seja como Paulo, que vivia pela fé e não tinha a sua própria vida na terra como lucro algum (Filipenses 1:21), os efeitos dessa crise chegarão até nós de uma forma bem importante. Vamos analisar então algum outros pontos históricos do século passado que tem muito a ver com as profecias bíblicas, para que você entenda melhor o que eu estou querendo dizer.

Desde 1967, quando se cumpriu a profecia bíblica de que o povo de Deus, os judeus, teriam de volta Jerusalém e Israel novamente, passou a se entender no meio cristão que se realizou um dos sinais mais indicadores que o arrebatamento estaria próximo, descrito no livro de Daniel:

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.” (Daniel 9:25-27)

Em apenas três versículos narra a visão que lhe foi passada por Deus de coisas que aconteceriam desde o seu tempo, chegada de Cristo como Messias, e a chegada do Anticristo. Um dos sinais dessa última, é a tomada do diabo, na pessoa no Anticristo, da cidade de Jerusalém, a qual ele destruirá. E o diabo, sabendo desse sinal e da recriação de Israel como país, passou também a cumprir o seu papel: armando o cenário para “acelerar” esse tempo que ele tanto espera, onde ele será senhor sobre a Terra por sete anos.

Muitos ramos do ocultismo começaram a ligar o fim da dispensação da graça no ano 2000. Durante muito tempo se acreditou que por volta do ano 2000 aconteceria o arrebatamento, mas não aconteceu. Baseado nessa crença, em 1991, após a queda do socialismo russo, o então presidente norte-americano George Bush (pai do atual presidente, George W. Bush), anunciou uma “Nova Ordem Mundial”, um novo mundo, unido pela paz e por um único sistema de governo – o capitalismo, prenunciando a vontade que consta na Bíblia como profecia – de que no governo do Anticristo o mundo estaria unido, num único mercado, submetido a ele e as regras que ele irá ditar (Apocalipse 13:17).

Bom lembrar também o que aconteceu na Alemanha depois da crise de 1929. Naquele tempo, o país foi, entre os europeus, o que se restabeleceu mais rápido. O país cresceu através da centralização, de um governo forte no campo dos investimentos, mas que tinha uma face obscura: dura perseguição religiosa, matando milhões de judeus e outras minorias. Mas naquele tempo, poucos reclamaram, pois o restante da população, depois de um tempo de grave crise e ao ser manipulada pela propaganda nazista e ao ver uma realidade financeira diferente, não estava muito preocupada se isso custasse a vida de alguns. Alguns esses, que o próprio governo, usando de propaganda odiosa, responsabilizou-os por ter dado origem a crise. O governo alemão daquele tempo matava a olhos vistos, se fortaleceu militarmente, e só não se expandiu a ponto de tomar todo o mundo porque seu território não favorecia. Ou, caso queira acreditar, porque não era o tempo ainda da perseguição aos judeus se disseminar no mundo. Era tempo sim, do mundo entender que a perseguição relatada na Bíblia é plenamente possível de acontecer no restante do mundo, bastando apenas que fosse mais “organizado” e se iniciasse nos lugares e tempo correto. Como dito em outro artigo, o sucesso temporário do governo de Hitler na perseguição judaica por sete anos (1938-1945), prova ser plenamente possível que no mundo de hoje haja uma perseguição semelhante, em proporções globais.

Chamo atenção ainda a um outro ponto, já provado por diversos documentários independentes: as guerras do mundo são fabricadas. Assim como a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais foram financiadas, ambos os lados, pelo mesmo governo norte-americano, o mesmo se aplica a quase todas as guerras do mundo. Basta se lembrar das últimas guerras que ocorreram no mundo (Afeganistão, Iraque, Israel-Palestina, Vietnã) e de que todas elas os Estados Unidos estão apoiando claramente um dos lados e enviando armas e até soldados combatentes. Assim, se tivessem interesse – entendam aqui, se a guerra não desse lucro – esses mesmos financiadores da guerra teriam totais poderes para colocar fim em todas as guerras internacionais.

Nesse mundo das guerras, há uma questão frágil, que será determinante no nosso futuro: Israel e Palestina. Ali em Jerusalém há uma disputa de religiões – cristã, muçulmana e judaica – que têm para si que aquela cidade é sagrada para suas religiões. A única solução não é o prevalecimento de um dos lados, mas a internacionalização de Jerusalém. Mas os líderes dos principais países da Terra, que trabalham para as forças dominadoras deste mundo (Efésios 6:12), não tem interesse, não agora, que essa guerra acabe. A união ocorrerá, um novo templo/mesquita/igreja será construído, profanando o nome do Senhor, mas apenas sob o governo do Anticristo. Até lá, esteja certo que essa região passará por uma guerra talvez de proporções maiores que a própria 2ª Guerra Mundial. Enquanto a hora não chega, os Estados Unidos abastecem os judeus com armas e recursos financeiros para que eles fiquem ali se defendendo dos ataques dos palestinos, que estavam naquelas terras antes de serem “despejados” pelos judeus.

Agora, após ler tanta coisa sobre geopolítica e economia, você deve estar novamente se perguntando, o que isso tem a ver com nós, cristãos? Primeiro, vamos à Bíblia:

“Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.” (1 Tessalonicenses 5:3)

A crise, tanto política quanto econômica, deixam as pessoas vulneráveis a aceitar coisas impensáveis. Num cenário de instabilidade e insegurança, as pessoas são levadas a aceitar novas práticas, novas soluções em nome de uma promessa de volta à tranqüilidade. Nós, como seres humanos, temos o hábito de só buscar ou de aceitar todo tipo de ajuda quando estamos em problemas. E os homens, antes do aparecimento do anti-cristo estarão bastante vulneráveis. Veja:

“Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas.” (Lucas 21:26)

Muitos de nós cristãos acabamos sendo ingênuos e não entendemos como a humanidade estará pronta a aceitar o Anticristo quando ele aparecer. Simples: da mesma forma como os alemães aceitaram o regime de Hitler, as pessoas aceitarão o Anticristo porque ele trará consigo paz. Mas não a paz verdadeira, mas a paz anunciada no versículo acima, a paz falsa, que precederá a repentina destruição. Avancemos no tempo e imaginemos como estará o mundo em meio a uma nova quebra da bolsa de Nova Iorque, que trará uma crise de proporções muito maiores do que a de 1929, pelo fato da economia mundial estar num nível muito maior de complexidade do que naquela época. Imagine também que os países mais influentes do mundo estejam envolvidas numa nova guerra mundial, entre Israel e Palestina, que mate aos milhões. Imaginem esse cenário e que surja um diplomata com novas idéias de paz, que tome as rédeas do mundo, finalize os financiamentos às guerras, acabando com elas, e ainda centralize a economia, resolvendo a crise. Some-se a isso, um processo de “deusificação” deste homem nos meios de comunicação de massa de todo o mundo. Quem não o verá com bons olhos? Quem não aceitará suas determinações? A grande maioria das pessoas acreditará nele – pois a religião, causa de conflitos, já terá entrado em descrédito no mundo, por ter sido causa de guerras. Da mesma forma que a Alemanha aceitou Hitler de braços abertos, mesmo com ele ordenando a morte daqueles que não se enquadravam no seu sistema, a humanidade vai aceitar o Anticristo, mesmo com ele perseguindo os “fanáticos” judeus e cristãos que não quiserem entrar no seu sistema pacificador do mundo, simplesmente por não aceitarem um simples chip na mão, que só trará segurança e praticidade. Logicamente, a morte desses “revoltados” não assustará as pessoas, já que serão aparentemente eles que estarão se opondo ao governo, pela insubmissão, e não o governo os matando injustamente.

Esse “Messias” enganará os habitantes da Terra, e os levará a um falso acordo de paz de 7 anos, que será quebrada por ele na metade do prazo, trazendo a “repentina destruição” predita na Bíblia, fazendo com que tardiamente, os homens percebam o engano em que entraram ao negarem a Deus (2 Tessalonicenses 2:11).

Por mais que muitos de nós não queira acreditar, os efeitos da crise que se anuncia tem tudo para trazer consigo exatamente as conseqüências descritas nesse artigo. Aumento das guerras e da instabilidade econômica, até o ponto que os homens se desesperarão tanto a ponto de se tornarem vulneráveis a ponto de não saberem discernir a verdadeira paz de uma paz enganosa, como o engano que os alemães caíram a acreditar no governo de sucesso econômico do nazismo.

O recado que deixo é para que fiquemos com os olhos abertos. Para que nós não sejamos levados pelo engano.

Não sabemos quando será o arrebatamento, portanto todo cuidado é pouco para que não sejamos levados pela opinião do senso comum, movido pela vulnerabilidade de acreditar em qualquer sinal de tranqüilidade em meio à crise. Se não sabemos quando será o arrebatamento, há estudiosos que identificaram como um grande sinal que precederá o aparecimento do Anticristo: a eclosão de uma Terceira Guerra Mundial (Israel-Palestina). Tal guerra, por gerar incontáveis mortes, gerará uma aversão por religiões em muitos e que de suas cinzas fará aparecer um homem, o Anticristo, que trará, com aparente sucesso, a paz mundial, mas que perseguirá o remanescente do povo de Deus que estiver na Terra (Apocalipse 12:17).

A Bíblia não mente nem exagera quando diz que o mundo “jaz no maligno” nem quando diz que desde muito tempo atrás que os reis da terra “conspiram contra o Senhor do mundo” (Salmos 2:1). Cabe a nós cristãos entendermos que o mundo está sendo movido por forças que sequer imaginamos, controlando os governos à sua vontade, para gradativamente levar o mundo à ruína. Ruína que levará junto todos aqueles que não tiverem em si o amor de Deus, que traz a revelação da Verdade (2 Tessalonicenses 2:10). A situação de guerras, fomes e exclusão social, profetizadas na Bíblia e na qual boa parte do mundo está se atolando (Mateus 24:7), é só mais um indicador dos caminhos pelo qual o mundo está indo. Cada vez mais os homens se tornaram escravos do egoísmo, do dinheiro, do consumismo e das guerras. Cabe a nós como cristãos, olhar o mundo aí fora, atento às profecias (1 Tessalonicenses 5:20), para que não sejamos enredados pelas armadilhas do Maligno e estejamos firmes na fé em Cristo Jesus e na certeza de sua volta.

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Efésios 6:11-12)

domingo, 9 de novembro de 2008

Pedindo e recebendo de Deus

Um dos maiores problemas da igreja de nosso tempo é que ela tem perdido o foco daquilo que é o mais importante. Num tempo onde o ensino da sã doutrina da palavra de Deus deixou de ser ensinada com excelência em muitas igrejas, criou-se um grande número de pessoas que estão na igreja, mas seus anseios e projetos são os mesmos das pessoas comuns não-cristãs. O cristão hoje mudou de cara, e se misturou na sociedade, a ponto de ser difícil saber quem serve e quem não serve a Deus no meio da multidão.

Com tais mudanças, veio também um hábito mundano para dentro da igreja. A maioria dos cristãos tem fugido do compromisso com a palavra e com a igreja e tem tão somente procurado aproveitar somente das situações em benefício próprio.

Fruto ou causa disso é a tão conhecida “Teologia da Prosperidade”, que tem feito muitos templos ficarem lotados, com orações prometem ser “poderosas”, campanhas milagrosas, para trazer uma vida regalada para aqueles que são herdeiros de Cristo. Criou-se uma mentalidade errônea, baseada em distorcidas interpretações bíblicas, de que aqueles que servem a Deus tem o direito de serem abastados. Assim, basta a fé e a perseverança em campanhas que o milagre financeiro chegará na vida de todos os que crêem. Estes dizem que se o seu milagre não chegou é porque você ainda não teve fé suficiente.

Ao mesmo tempo, na proporção em que aumenta o número daqueles que vêm requerer de Deus sua fatia no bolo da prosperidade financeira, diminui o número daqueles que buscam, a exemplo dos apóstolos, aquilo que de fato é incorruptível (1 Coríntios 9:25).

Nas igrejas de hoje, uma das poucas pregações que atrai as pessoas aos cultos é a promessa de um Deus que multiplica o dinheiro dos seus filhos. Poucas das grandes igrejas conseguem crescer sem “apelar” ao discurso da prosperidade, como se fizesse parte do plano de Deus para nossas vidas nos tornar ricos.

Em paralelo à busca por bens, há um outro tipo de cristão, não menos oportunista: aquele que só vai atrás de Deus, ou só lembra que Ele existe, quando estão passando por algum tipo de problema.

Lembro-me de quando eu liderava uma reunião semanal de oração e ali, mesmo num grupo de 20 a 25 pessoas, era possível identificar dois grupos de pessoas. Haviam aqueles que tinham um compromisso com aquela reunião e com Deus, e que semanalmente estavam presentes ali. Mas havia um outro grupo, não menor, de pessoas que não tinham o mesmo compromisso semanal, mas sempre que compareciam à reunião vinham com um problema diferente a contar e pedindo oração.

É claro que esse segundo grupo de pessoas tinha fé, pois se não tivessem, nem ali compareceriam. Mas na fé deles havia um problema: “limitavam” Deus à sua necessidade. Só acreditavam no Deus como um Pai zeloso, que sempre está de plantão para abençoar. Mas não tinham um compromisso efetivo com esse Deus no qual criam. Não se preocupavam em ter uma convivência com Deus, tendo o louvor e o estudo da palavra como hábito em suas vidas, nem tampouco em buscar os frutos do Espírito para suas vidas. Por isso, por não ter obra alguma diante de Deus, a fé destes, ainda que seja “exercida” no momento da adversidade, é morta (Tiago 2:26).

A palavra de Deus traz também um exemplo semelhante desse tipo de comportamento nos tempos de Cristo:

“E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia; E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” (Lucas 17:11-19)

Nessa passagem, 10 homens apareceram diante de Jesus, clamando por cura. Cristo então ordenou que eles fizessem um exercício de fé: fossem ao sacerdote, que então seriam curados. Seguindo tal instrução, todos então foram curados. Mas apenas um voltou para glorificar a Deus. Apenas um soube reconhecer que foi curado por Cristo e lembrando d’Ele, voltou para agradecer.

É claro que aqueles 10 homens ouviram falar das curas que Cristo operava naqueles tempo. Todos eles conheciam a fama de um Homem que fazia cegos enxergarem, coxos andarem e surdos ouvirem. Por isso, sabiam que se chegassem a Ele seriam curados. Assim também, muitas pessoas ficam sabendo de cultos e campanhas. As igrejas de hoje fazem pesados trabalhos de divulgação, e um sem número de pessoas carregadas de problemas e pedidos chegam nas igrejas para serem abençoados, assim como aqueles 10 homens se aproximaram de Cristo. Mas a dura verdade é que o final da história também se repete. A maioria dessas pessoas não está interessada em se estabelecer numa igreja e gerar frutos a Deus, mas sim, tem o único e exclusivo interesse de receber a benção que almeja. Como a maioria deles não recebe, e nem tem o devido esclarecimento de como a obra de Deus funciona, cria-se uma multidão de pessoas frustradas, que não conhecem a Deus, e que saem por aí falando mal das igrejas, proferindo as piores acusações contra pastores e obreiros, como se estes tivessem mentido a respeito de Deus, e não eles é que chegaram na igreja com falsas expectativas.

A própria Bíblia diz que Cristo não tem parte com aqueles que só vivem pedindo. Além de afirmar que a fé sem obras é morta, a Bíblia ainda diz que “nem todo aquele que diz Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus”, mas somente aquele que faz a vontade de Deus (Mateus 7:21). E a vontade maior de Deus não é que a sua vida seja sempre repleta de bênçãos ou que você não tenha problemas. Sua vontade é que o maior número de pessoas sejam salvas (João 6:39). Há pregadores que insistem no engano de que Deus quer filhos que saibam pedir, que venham diante de Deus “requerer o que é seu”. Não há parte alguma no Novo Testamento que diz isso. Muito pelo contrario, a garantia que Deus deu aos que desejam viver em Cristo passa bem longe de uma vida regalada (2 Timóteo 3:12). Muitos se esquecem de que aquele que quiser seguir a Deus deve tomar sua cruz, e não exigir um quinhão, como se Deus estivesse disposto a fazer algum tipo de negócio. Senhor não faz negócio com servo.Pelo contrário, servo que confia no seu senhor faz somente sua vontade, sem exigir recompensas imediatas ou futuras.

Numa outra passagem interessante, a Bíblia diz que nós sequer sabemos como orar a Deus (Romanos 8:26). Não sabemos também nem como pedir porque as nossas intenções nem sempre são aprovadas diante de Deus (Tiago 4:3).

Muito mais do que ter fé para pedir, há uma fé que consiste em acreditar em Deus e na Sua Vontande. Temos muita impaciência em ver nossos desejos realizados, sem nem saber se eles serão bons ou ruins para nós, que acabamos nos esquecendo que Deus é o Senhor de nossas vidas e Ele que sabe de nossas necessidades. A Bíblia recomenda que devemos entregar nossas vidas a Ele, e confiar, pois Ele bem sabe o que é melhor para nós e o que fazer para realizar em nós o melhor de Sua Vontade (Salmos 37:5). Ele, e somente Ele, sabe quais de nossos pedidos serão bons ou ruins para nós no futuro, por isso, não deve caber a nós melhor pedido do que o simples cumprimento da vontade de Deus em nossas vidas.

Sou daqueles que não acredita em campanhas de prosperidade. Até porque a motivação da prosperidade que se busca na maioria dos casos é a financeira. E ser prospero financeiramente não significa ser mais próximo de Deus. Pelo contrário, dinheiro nunca foi sinônimo de salvação (Mateus 19:24). O que vejo em campanhas milagrosas, são sempre as mesmas pessoas, que não entenderam que a prosperidade não estar em ser insistente, mas em entender o real significado do que é ser próspero. Deus que ver todos os seus servos prósperos. Não ricos, mas prósperos. Prósperos na fé, na graça, no amor e no conhecimento da verdade de Deus. Bênçãos financeiras seguramente não são parte do melhor de Deus para a vida de seus servos.

Também é verdade que Deus não quer que seus filhos vivam na pobreza, passando por necessidades (Salmos 37:25). Deus deseja também que sejamos fartos, mas que acima de tudo não tenhamos mais do que o bastante, para não corrermos o risco colocar os bens que temos à frente da nossa dependência que devemos ter de Deus. Antes de sermos mestres nas exigências à Deus, precisamos ainda aprender a lição da fidelidade, e aprender a provar que somos fiéis antes de querer pedir que Deus abra as janelas dos céus para nos abençoar (Malaquias 3:10). Fidelidade vem antes de qualquer tipo de exigência.

A Bíblia nos mostra que existem coisas muito mais maravilhosas do que um bom emprego, um carro melhor ou uma casa nova. E essas maravilhosas coisas sim, mereciam estar diariamente em nossas orações e são dignas de fazermos “campanhas” para alcançá-las.

“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” (Apocalipse 3:18)