Quando abrimos as nossas Bíblias na primeira página, nos damos de cara com a mais bela obra-prima da história: a criação da terra e daquilo que nela foi estabelecido. Uma terra que, mesmo sob as tentativas incessantes da ciência de provar o contrário, não deixa dúvidas de que foi criada por uma inteligência superior, por um Deus que detém forças muito maiores do qualquer ser humano. Um Deus que é Senhor sobre todo tipo de ser vivente e sobre tudo aquilo que por estes é manejado (Salmos 150:6).
Lavoisier, criador da Química Moderna, é também autor de uma conhecida frase: "Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." Ou seja, o ser humano não tem poder de criar nada! Todas as coisas que existem no mundo foram criadas por Deus. O que os “gênios” da humanidade fizeram e que nós, talvez em diferente proporção, fazemos também, é transformar algo que já foi criado por Deus em algum tipo de bem que pode ser melhor utilizado em nosso conforto. Mas em tudo isso, somos reféns da criação de Deus e dos recursos que Ele permite que sejam a nós disponibilizados.
No mundo de hoje não faltam pessoas que falem que Deus não existe, ou que aqueles que nisso acreditam são loucos e estão presos em mitos e falam até que o próprio Jesus Cristo não existiu. Os homens de hoje fazem um silogismo errôneo, ao deduzirem que como Deus nunca se manifestou de forma visível, identificando-se, por conseqüência ele não existe.
A partir disso, a ciência admite uma série de hipóteses para explicar a criação do mundo. Fugindo do reconhecimento da verdade de que fomos criados por um Deus com inteligência superior à nossa, preferem levantar hipóteses, que por vezes soam até absurdas. Acreditam estes que os mais belos mares e as paisagens que são visitados pelos turistas, as aves, os animais, plantas e todos os demais seres viventes foram criados de forma espontânea, a partir de uma explosão de matéria bruta, sem vida. Defendem outros tantos, que o próprio ser humano evoluiu desses modelos de vida que apareceram a partir da matéria morta. Da matéria morta, surgiu seres primitivos que foram evoluindo, evoluindo, chegando ao macaco – o mais “evoluído” dos animais – e que alguns destes macacos, seres irracionais, evoluíram mais ainda e deram origem aos seres humanos, dotados de inteligência e raciocínio.
Assim, as provas lógicas que os homens desejam, e como eles querem, da existência de Deus não existem. Mesmo porque Deus não é explicado pela lógica e sabedoria humanas (1 Coríntios 3:19). Se assim o fosse, as pessoas não seguiriam a Deus por fé nem por amor, mas por medo ou por mera falta de opção. Contudo, as evidências da existência desse Deus é invisível é manifesta a partir daquilo que é visível e foi por Ele criado.
“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” (Romanos 8:20-21)
Por estarem sujeitos à escravidão do pecado e da vaidade – sentimento que atingiu Lúcifer antes de ser lançado para fora dos céus – os homens teimam em não reconhecer a existência desse Deus Criador. Para um homem que ao longo da história se corrompeu, se entregou às vaidades e ao serviço apenas de seus próprios interesses e paixões, fica mais difícil enxergar a existência de um Deus superior a ele, que vê tudo o que ele faz e que tem controle sobre as conseqüencias de seus atos.
Com o passar dos anos e séculos, só tem aumentado o número dos homens que aceitam as mais variadas hipóteses para a criação do mundo. Aumenta dia após dia o número daqueles que se encontram na “servidão da corrupção”, que pregam a auto-suficiência do homem, que os homens são deuses de si e que negam que há uma assinatura de um Deus Criador por trás de tudo o que vemos. Outros até aceitam que possa existir um Deus Criador, mas o chamam de impiedoso, por permitir que pessoas no mundo morram ou sofram por motivos aparentemente injustos. Mas aqui, cabe uma consideração.
Nós seres humanos vivemos na Terra, num mundo onde habitam todos os homens. Mas terra e mundo, são evidenciados pela Geografia como conceitos diferentes. A terra em sentido estrito é constituída dos aspectos físicos – mares, montanhas, vales, plantas, paisagens e outros elementos palpáveis, visíveis. Já o mundo é um sistema de poder, de dominação, onde há países, governantes e conflitos de interesses que se excedidos, geram guerras e cismas.
A Terra foi criada por Deus desde o princípio (2 Pedro 3:4) e assim permanece na sua essência, já que o homem nada cria, apenas transforma. Mas o mundo e seu sistema político não foram criados por Deus. A Bíblia faz distinção também entre esses conceitos:
“Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” (Salmos 24:1)
“O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra.” (Salmos 121:2)
“Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.” (1 João 5:19)
Assim, Deus criou a Terra e esta a Ele pertence, bem como pertence a Ele o poder de decidir o futuro daqueles que habitam no mundo. Mas esse mundo, governado por homens tomados pela vaidade e pelo egoísmo, seduzidos pelos diversos tipos de estruturas de poder por eles criados, fizeram com que este mundo se tornasse habitação do maligno, território da inveja e da busca por coisas vãs.
Acusar Deus da fome que existe no mundo, das doenças, das guerras, é também uma vã tentativa de ignorar o curso da história. Tanta fome não teria aparecido no mundo se os homens tivessem entendido o sentido de “amar o próximo como a si mesmo”, ou se séculos atrás os homens não tivessem se aventurado a sair de seus continentes e se imporem a força, escravizando e se apropriando das riquezas de outros homens. A maioria das doenças também não teriam aparecido se os homens não tivessem se deixado levar pela sua ganância e buscado formas abomináveis de satisfazer seus desejos. Não haveria também nenhum tipo de guerra no mundo se os homens tivessem aprendido a respeitar as diferenças, de que um homem pode sim viver em paz e que não faz sentido algum expandirmos nossas propriedades, esbulhando o próximo de sua casa e de seus bens, sendo que as riquezas que conseguimos aqui não serão por nós levadas com a morte e que as nossas vidas são tão breves. Se fosse diferente, se Deus resolvesse a todo tempo o problema das injustiças sociais e da fome, ele poderia até prolongar a vida de alguns ou lhes darem um nível de vida mais digno. Mas se Ele fizesse isso ele estaria fomentando o pecado e a exploração de alguns poucos homens sobre outros milhões. Por isso, para que usemos nosso livre-arbítrio e para que vejamos a conseqüência de nossos pecados, e que vemos as injustiças sociais. E por elas, muitos homens serão julgados e condenados diante de Deus (Mateus 25:41-46).
Assim como Deus criou a terra e aqueles que habitam, e na terra deixou sua “assinatura”, não há parte nenhuma entre Deus e este sistema chamado mundo, injusto e tomado pela desigualdade que o homem tem estabelecido. O apóstolo João fala a respeito disso:
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2:15)
Amar o mundo e buscar o poder entre os homens não deve ser o objetivo de nenhum cristão verdadeiro, já que não há relação alguma entre as estruturas de poder humanas e o poder de Deus. Tal troca, é como negociar o incorruptível pelo corruptível! Por isso a Bíblia assegura que aqueles que amam o mundo, não podem também amar a Deus. Não se pode servir a um Deus justo e ao mesmo tempo amar o “prêmio da injustiça” (2 Pedro 2:15).
Deus se manifesta sim na Terra, na sua criação. Olhar aquilo que Deus criou e louvá-lo é como identificar nas obras de um famoso arquiteto o estilo de construção, que lhe é peculiar, e elogiá-lo. Há arquitetos que possuem obras tão particulares, que basta olharmos a sua obra que saberemos que foi ele quem as construiu. Assim é a Terra. Não há ninguém, que desprovido de poderes divinos, seria capaz de criar o mundo e as paisagens que conhecemos. Apenas o excesso de vaidade, egoísmo e corrupção humanos, podem fazer com que o homem continue acreditando em teorias absurdas que ele mesmo cria. Mas a criação, como evidência tão clara da existência de Deus, traz consigo uma exigência séria aos homens:
“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1:20)
A Bíblia assevera sobre a clareza que temos da existência de Deus e de seu poder através daquilo que foi por Ele criado. Assim, não haverá desculpas no futuro para aqueles que teimam em negar isso hoje. As demonstrações que Deus deixou na terra e em tudo que Ele criou são provas suficientes de Sua Existência! Negar o poder criador de Deus é ser egoísta. É acreditar que o homem é auto-suficiente. Negar a Deus e submeter-se à condenação eterna.
É Deus quem define os rumos da terra e do mundo. Por isso, Deus projeta um novo céu e uma nova terra que será construída como habitação somente para aqueles que desejam fazer plenamente a Sua Vontade. Mais que isso, um novo céu e uma nova terra para aqueles que souberam louvá-lo por aquilo que Ele criou, reconhecendo isso, e, não se entregaram à vaidade e ao engano em que muitos se atolaram por conta de suas iniqüidades (Isaías 59:2).
No livro de Romanos, Paulo resume a atitude destes homens que ao longo da história têm negado o poder do Deus Criador. Homens que mesmo a vista de tantas provas da “assinatura” de Deus nas coisas que Ele criou, tornaram-se homens de coração duro e presos em louca sabedoria. Mas que serão inescusáveis diante de Deus por terem negado fé no Deus vivo, bendito, único, e criador do Universo.
“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Romanos 1:21-25)