É indiscutível a importância de Jerusalém dentro do contexto bíblico. Algumas passagens da Bíblia evidenciam isso, ao citar Jerusalém como a Cidade do Grande Rei (Mateus 5:35) e ao recomendar para que se ore pela paz naquela cidade (Salmos 122:6). Além disso, a própria cidade santa preparada por Deus para o seu povo, leva também o nome de Jerusalém (Apocalipse 21:2).
Cumprindo a profecia bíblica (Zacarias 9:9), Jesus Cristo entrou em Jerusalém no lombo de um jumentinho. Mesmo isso estando expressamente escrito nas Escrituras Antigas, os judeus não o reconheceram como Rei e Messias. Por isso, a vinda de Jesus Cristo em carne e osso serviu muito mais como meio de salvação para os gentios do que para o Seu povo (Atos dos Apóstolos 28:28 e Lucas 19:10).
A Bíblia relata que após ter visitado o Templo de Jerusalém, Jesus Cristo previu sua destruição:
“E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mateus 24:1-3)
Menos de meio século após Jesus Cristo ter proferido estas palavras, no ano 70 d.C., a cidade de Jerusalém (e o seu Templo) foi tomada pelo Império Romano e destruída quase que por completo. A partir de então os judeus perderam o domínio sobre o território que para eles era sagrado, se espalhando ao redor do mundo. Situação que se arrastaria por quase 1.900 anos.
Em 1948 e em 1967 aconteceram dois fatos que mudaram um pouco o curso da história. No primeiro, Israel voltou a existir como nação independente na região da antiga Judéia, onde os judeus habitavam no tempo que Cristo veio á terra. No segundo, a cidade de Jerusalém voltou ao domínio do povo de Israel. Contudo, nenhum desses dois processos aconteceu como fruto de acordos de paz. Muito pelo contrário. Desde então, o território de Israel passou a ser palco de conflitos constantes entre invasores (judeus) e expropriados (palestinos).
Acreditam os judeus que o Seu Messias – descendente do rei Davi (1 Reis 9:5) – se apresentará para eles em Jerusalém, trazendo a paz predita pelo próprio Davi (1 Crônicas 23:25). Por isso, a partir do século passado se desenvolveu o entres os judeus uma “certeza”: a de que quanto mais cedo eles se estabelecerem na Cidade Sagrada, mais rápido virá o Messias, enviado de Deus para a paz que eles acreditam agora estar próxima.
Aí você deve estar se perguntando: O que eu como cristão tenho a ver com isso? Se é um confronto entre judeus e muçulmanos, logo nós cristãos não temos nenhuma relação com essa briga, pois não estamos interessados em habitar em Jerusalém, mas sim na Nova Jerusalém. A lógica parece ser essa, mas não é por aí.
Repare nos 3 primeiros versículos de Mateus 24, acima transcritos. Os apóstolos, admirados com a beleza das estruturas do Templo de Jerusalém, mostravam-o a Jesus, esperando que Ele também se admirasse daquilo que o povo judeu havia construído séculos antes para oferecer sacrifícios à Deus. Mas se decepcionaram ao ouvir de Cristo que tudo aquilo seria simplesmente derrubado! Eles então entenderam que Jesus não estava falando de uma reforma ou da simples derrubada de um templo antigo para se construir um novo. Fica claro pelo versículo 3 que eles entenderam que Jesus Cristo se referia ao tempo da sua 2ª Vinda e do fim do mundo como nós o conhecemos. O tema fica ainda mais claro também para nós ao analisarmos o livro de Ezequiel:
“Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém. E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra.” (Zacarias 12:2-3)
Eu acredito que no momento
Portanto, há de se fazer aqui duas conclusões: a primeira, de Mateus, é a de que o templo de Jerusalém será destruído e a segunda, de Ezequiel, de que haverá uma Guerra Mundial, de proporções jamais vistas, no fim dos tempos.
Aí você deve estar questionando? O templo de Jerusalém não foi destruído há mais de 1.900 anos? È verdade, foi sim. Mas muitos estudiosos das profecias bíblicas, ao meu ver com razão, acreditam que, como eu disse antes, Jesus Cristo não estava falando da destruição operada pelos romanos, mas da destruição do templo reconstruído nos últimos dias. E isso não é uma hipótese, mas algo evidenciado na Bíblia:
“O qual [conf. versículo anterior, o “homem do pecado” ou “filho da perdição”] se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.” (2 Tessalonicenses 2:4)
Ou seja, o Anticristo ordenará que o Templo seja reconstruído! Não para que sejam oferecidos sacrifícios a Deus como de costume dos antigos (Êxodo 29:42), mas para que o Anticristo substitua o sacrifício contínuo pela abominação, chamando a adoração de todos os povos a si (Daniel 11:31).
Outro dia soube que em Israel, existem hoje técnicas tão avançadas de construção civil que os judeus garantem ser possível reconstruir o grandioso templo de Salomão novamente em apenas um mês, bastando que haja desejo para tanto, pois preparados eles já estão.
Mas como eu disse anteriormente, a construção desse templo não pode ser iniciada de imediato, pois o território de Jerusalém ainda é motivo de confrontos político-religiosos. No Monte do Templo, local onde os judeus acreditam que o Templo de Salomão foi construído, está edificado hoje o Domo da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa, que são construções sagradas dos muçulmanos. Nisso mora o problema. Não haverá reconstrução de templo algum sem a destruição dessas estruturas muçulmanas ou sem acordos de paz que permitam isso.
A paz, como você deve estar acompanhando nos telejornais, é impossível porque o território é sagrado para ambos os lados e todos nós sabemos que os muçulmanos não têm amor algum a suas próprias vidas quando o assunto é defender aquilo que eles consideram como sagrado. Por isso é que a guerra é inevitável para o templo seja novamente reconstruído!
Agora ficou fácil entender porque Jerusalém é, como acertadamente previu Ezequiel, “copo de tremor” e “pedra de tropeço” para os povos da terra! O mais interessante é que Ezequiel afirma que todas as nações da terra se ajuntarão contra Jerusalém. E no cenário internacional atual, isso não está muito longe de acontecer. Á exceção dos Estados Unidos, nenhum dos demais países da comunidade internacional vêem com bons olhos as ações militares empreendidas pelos judeus na região de Israel nas últimas décadas. O lado palestino parece ser nitidamente “o mais fraco”, já que eles é que estão dia após dia sofrendo esbulho de um território que pertenceu a eles nos últimos séculos. Por isso, quando os embates se intensificarem a um ponto de se tornar um estado de guerra constante (e acredite, não estamos longe disso), a tendência é que os Estados Unidos se alinhe à Israel e todos os demais países se coloquem do lado palestino, dando origem a uma 3ª Guerra Mundial. Uma guerra de proporção jamais vista, que certamente matará bem mais do que os 45 milhões da 2ª Guerra Mundial!
E é exatamente esse cenário de guerra que fará com que surja o Messias que os judeus esperam, ou o Anticristo. Esse homem trará uma paz temporária, efêmera (1 Tessalonicenses 5:3), mas que enganará quase toda a Terra. Fará com que o mundo se “conscientize” de que as religiões só trazem a Guerra, de que todas elas são falsas, apenas mitos, sustentados em ilusões, criadas como estratégias de dominação e que só geram fanatismo, guerras e mortes. Substituirá então todas as religiões pelo culto filosófico e “racional” do homem ao próprio homem como deus, e facilmente convencerá os homens disso, pois estes estarão aterrorizados com as conseqüências brutais que a diversidade e intolerância religiosa trouxe (Lucas 21:26). Assim, não haverão então muitas dificuldades para o Anticristo enganar o mundo (2 Tessalonicenses 2:11) e fazer com que os povos o cultuem em lugar de Jesus Cristo!
Agora, se todo esse processo de acontecimentos é inevitável, cabe a nós cristãos vigiarmos (1 Pedro 4:7). A recomendação que sempre deixo é a de que continuemos servindo a Deus cada dia mais e melhor, procurando não nos desviar dos caminhos da justiça divina (Apocalipse 22:11). Mas recomendo também atenção aos fatos e notícias do que tem acontecido no mundo, pois é nele que se cumprem as profecias escritas na Bíblia. Profecias essas que nos dão a exata noção da proximidade do fim dos tempos, do momento em que seremos justificados e da hora em que este mundo experimentará da justiça do Deus Verdadeiro e que os homens negaram. Comparando as Sagradas Escrituras com o mundo de hoje, está claro que estamos entrando nos tempos do fim. Com os olhos em Deus e na sua palavra e atentos aos acontecimentos do mundo, veremos então, respectivamente, as profecias e o seu cumprimento. E assim seremos sábios e não correremos o risco de sermos enganados nem pegos de surpresa com a Sua Vinda.
“Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.” (Daniel 12:10)