domingo, 1 de fevereiro de 2009

Não desprezeis as profecias

O título deste artigo é a transcrição do que está escrito em 1 Tessalonicenses 5:20. Entendo eu que Paulo está fazendo um alerta, não só aos seus contemporâneos, mas a todos os cristãos que porventura viessem a ler suas cartas. O apóstolo recomenda a diligência, atenção. Nós como cristãos, apesar de vivermos num tempo onde o mundo parece desintegrar seus valores morais, que eram aceitáveis como padrão por vários séculos, precisamos ser diligentes em nossas vidas, não sendo levados pela conduta aparentemente normal da maioria. Devemos nos inquietar, e termos atenção em tudo aquilo que fazemos, para que não sejamos condenados por fazer a obra do Senhor de forma “relaxada” (Jeremias 48:10).

O interessante é a recomendação que Paulo faz no versículo seguinte ao transcrito no título: “Examinai tudo. Retende o bem”. É engano pensar que a nossa interpretação dos acontecimentos e profecias deve partir somente daquilo que lemos na Bíblia. Pelo contrário, nosso “exame” deve passar por tudo, por aquilo que lemos no texto bíblico e pelos acontecimentos que ocorrem no mundo.

Apesar da Bíblia deixar claro que o dia do Senhor será algo surpreendente, que vai pegar muitos desprevenidos, assim como os que têm sua casa invadida por ladrões em dias em que não se espera (2 Pedro 3:10), o curso dos acontecimentos pode também servir de sinal para o final dos tempos.

Em muitas igrejas já se tem como hábito falar que estamos nos últimos dias justamente por isso. Porque as pessoas estão olhando para o mundo e vendo que os sinais estão se cumprindo exatamente como está escrito na Bíblia. Alguns exemplos disso é o rápido avanço da ciência nas últimas décadas e do avanço nos transportes e meios de comunicação (Daniel 12:4), a prática de pecados cada vez mais abomináveis e blasfemadores pelos homens (Mateus 24:12) e a falência moral dos homens, que tão amantes de si e de seus prazerem, matam e morrem simplesmente para satisfazê-los (2 Timóteo 3:1-5). Outro forte sinal tem sido o agravamento do estado de instabilidade em Jerusalém, que favorecerá o aparecimento do Anticristo com sua falsa paz (1 Tessalonicenses 5:3) e a sua proposta de substituição do sacrifício judaico pela adoração a ele mesmo (Daniel 11:31 e Daniel 9:26).

Assim, há duas coisas que podemos concluir. A primeira é lógica: todas as profecias bíblicas são verdadeiras. Tudo que ali está escrito, cedo ou tarde, no nosso ou nos tempos seguintes, haverá de se cumprir (Marcos 13:31). A Bíblia é absoluta, não existindo nenhum tipo de tradição ou escrito humano em nível superior ou sequer igual a ela em se tratando de profecias. Profecias que estão em toda a Bíblia, não só em Apocalipse ou no Novo Testamento, mas também em livros do Velho Testamento, como em Daniel, Zacarias (Zacarias 9:9) e Isaías (Isaías 42:1), profetas que anunciaram que o Messias e rei de Israel, Jesus Cristo, viria à Terra como homem.

A segunda é que podem existir profecias feitas por homens que se cumpram, quando estes estão inspirados por Deus. Como saber se uma profecia de fato foi inspirada por Deus? Simplesmente confrontando-a com a verdade bíblica. Se não se contradizer a Bíblia e seus princípios, tal profecia PODERÁ ser verdadeira. Este é o primeiro teste de veracidade de uma profecia. O segundo será o teste do tempo. Até porque existem profecias que até parecer ser boas e não ferem princípios bíblicos, mas não se cumprem simplesmente porque foram palavras humanas, não reveladas por Deus a um profeta por Ele inspirado.

Um exemplo de profecia que PODE ser verdadeira ainda hoje, e que atravessou os séculos sem ser comprovado erro, é a chamada “profecia de São Malaquias”.

Malaquias foi um bispo que viveu no século XII, e que teria tido uma visão na qual a ele apareciam frases ou expressões em latim que referenciavam individualmente cada um dos 112 papas que viriam depois daquele tempo. Muitos estudiosos afirmam que a profecia dele apresenta um alto grau muito alto de exatidão para ser de pronto ignorada.

As evidências ficam mais claras quando se analisam os últimos papas. Ele identifica o papa no 107, como “Pastor et Nauta”, ou “Pastor e Navegante”. Antes de ser papa, o mesmo foi cardeal de Veneza, uma cidade marítima.

O de número 108, correspondente à Paulo VI, foi “Flos Florum” ou “Flor entre Flores”. O brasão deste era composto de 3 flores, com uma delas ao centro.

O de número 109 foi João Paulo I, o qual ele nomeou “De Medietate Lunae” ou “Da Meia-Lua”. Este papa nasceu na diocese de Belluno (que significa Lua Bela) e quando nasceu recebeu o nome de Albino Luciani (Luz Branca). Assumiu o papado em 26 de agosto de 1978, quando a lua aparecia exatamente pela metade (Quarto Minguante), e morreu 33 dias depois, após um eclipse lunar.

O número 110 é o que chama mais atenção. João Paulo II foi chamado por Malaquias de “De Labore Solis” ou “Do Trabalho do Sol”. O fato marcante é que João Paulo II nasceu e foi sepultado em dias em que aconteceram eclipses solares. O segundo, um relativamente raro eclipse anular total.

À Bento XVI, ele associou o nome “Gloria Olivae ou “A Glória da Oliveira”. Na Bíblia, oliveira aponta para Israel e o povo judeu (Romanos 11:16-18). Tal expressão aparece claramente na Bíblia, indicando justamente à glória futura do povo judeu (Oséias 14:6). Outros ainda acreditam que a oliveira estaria apontando para paz, e que Bento XVI governaria em um tempo de paz relativa se comparado ao seu sucessor e aos seus precedentes.

O último papa, a quem chamou de “Pedro, o romano”, ele descreveu de forma mais detalhada, da seguinte maneira:

Em extrema perseguição, o trono da Santa Igreja Romana será ocupado por Pedro, o Romano, que alimentará as ovelhas em meio a muitas tribulações, no fim dos quais a cidade das sete colinas será destruída e o formidável Juiz julgará o povo. Fim."

Como este seria o último papa da profecia, nesse tempo então aconteceria a Grande Tribulação bíblica. Além disso, as palavras associadas a esse papa estão de acordo com Apocalipse 17, ao relatar que de fato, nos tempos da Tribulação, a cidade das sete colinas, Roma, será destruída!

Mais que isso. Malaquias retrata com “precisão bíblica” até o tempo da destruição: “...em meio a muitas tribulações, no fim dos quais a cidade das sete colinas será destruída”. Ou seja, assim como em Apocalipse (que nos capítulos 17 e 18 relata a destruição final e que em seguida - no 19 – já retrata a glória de Deus, colocando então essa destruição no fim da Grande Tribulação), na profecia dele Roma também será destruída apenas no final da Tribulação!

Tamanha coerência com a realidade e com as profecias bíblicas só deixa clara a POSSIBILIDADE que tal profecia, mesmo não estando escrita na Bíblia, pode se cumprir. Toda profecia que não está escrita na Bíblia passa pela prova do tempo, que vem dizer se ela está certa ou errada, para que então fique provada ou não sua legitimidade.

Mas, como procurei enfatizar em letras maiúsculas aqui, o cumprimento dos fatos apresentados não quer dizer que tal profecia está correta ou que deve ser juntada à Bíblia como verdade indiscutível. Mas o cumprimento desta e de outras profecias, ainda que não escritas na Bíblia serve de alerta para estarmos atentos a todos os acontecimento do mundo em nosso tempo e para os compararmos com as profecias que nos são contadas e vendo seu cumprimento, até como forma de edificar a nossa fé e a nossa esperança (Gálatas 5:5).

Reitero que só as profecias da Bíblia são verdadeiras e absolutas. E em todas as que estão ali escritas não devemos duvidar. Às demais, inclusive essa, devemos sempre analisar se são ou não coerentes com as palavras bíblicas, para aí sim acreditarmos ou não nelas como verdade.

Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” (Efésios 4:14)

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