domingo, 24 de maio de 2009

O engano do movimento ecumênico mundial

Nos últimos anos temos acompanhado o aumento do número de conflitos étnico-religiosos em todo o mundo. Podemos dizer que em todos os continentes da Terra existe ao menos um conflito desse tipo. Ao longo dos séculos, a Babilônia religiosa se multiplicou em diferentes tipos de crenças e práticas religiosas das mais estranhas possíveis. Estátuas, imagens de escultura, astros e até mesmo animais são adorados por diversos povos no mundo.

Mas nenhum conflito chama tanto a atenção do mundo como o dos palestinos contra os israelenses. Um conflito recente, que só surgiu a partir de maio de 1948, época da formação do Estado de Israel, o que, no entender de muitos estudiosos bíblicos, cumpriu a profecia de Ezequiel 37.

Desde o ano 70 d.C até o século passado, os judeus se espalharam pelo mundo, já que não tinham um território pertencente a eles e que abarcasse a cidade de Jerusalém, seu território sagrado. Mas o retorno desta terra ao domínio judeu não se deu de forma pacífica.

Nesses pouco mais de sessenta anos do Estado de Israel, o que não faltou foi derramamento de sangue. Milhares de civis, principalmente palestinos, são mortos a cada ano. Desde que o Estado de Israel se estabeleceu como governo independente, milhares de famílias palestinas foram expulsas de suas próprias casas sob o argumento de que aquele território, onde eles estavam estabelecidos tranquilamente, não o pertencia a eles.

Mas semanas atrás, um fato estranho aconteceu. O papa Bento XVI visitou Israel para tentar aproximar cristãos, judeus e palestinos. O líder da igreja católica abraçou duas religiões inimigas, e que não sustentam crença semelhante à que ele diz ser líder. Além de defender a paz entre os dois povos, o papa defendeu também a criação de um estado palestino junto ao de Israel. Proposta que não agrada em nada os judeus, que não aceitam ceder um território que hoje pertence a eles. Nem aos palestinos, que certamente querem ter o direito de voltar às suas casas, sem restrições.

Mas qual o problema do papa pedir a paz em Jerusalém? Não haveria nenhum se não houvesse interesses escusos por trás disso.

O ponto-chave que comprova a “estranheza” da atitude do líder romano não encontra nenhum respaldo bíblico. Veja a recomendação de Cristo, feita há quase dois mil anos atrás:

"Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa." (João 15:19-20)

Repare que Deus escolheu os seus servos do mundo para serem separados deste. E exatamente por essa “doutrina da separação” que o mundo odiaria aqueles que servem a Deus. Fica claro então que Jesus Cristo recomendava a separação dos seus, e não a união de cristãos com os demais que estão no mundo.

E é aí que está o problema da ação que vemos hoje nos telejornais. Como o papa pode defender a união dos cristãos com judeus e palestinos se o próprio Cristo recomendou que isso jamais acontecesse. Qual o motivo que leva o papa a defender que os cristãos se unam aos demais religiosos do mundo, sendo que Jesus disse que nós seríamos odiados? A resposta a essa questão não é outra, senão a de que o líder da religião católica, ao defender a existência de um movimento ecumênico mundial, está se levantando contra o evangelho pregado pelos apóstolos e seguido por vários séculos, o que é uma verdadeira afronta à própria Bíblia. Comete o mesmo erro de muitos de seus antecessores, que negociavam poder com reis da terra. A verdade do evangelho bíblico e defendido pelos apóstolos é tão segura, a ponto de levar o apóstolo Paulo a defendê-la de qualquer interferência:

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gálatas 1:8)

Ou seja, Paulo está dizendo que qualquer recomendação que vá de encontro daquilo que os apóstolos pregavam seja anátema (o mesmo que amaldiçoada). Os cristãos que seguem essa linha do ecumenismo estão simplesmente abandonando uma verdade bíblica e seguindo uma prática totalmente anti-cristã.

Uma outra pergunta que surge é: qual o interesse do ecumenismo? Fica claro que é tentar colocar fim às separações e discórdias religiosas. Procuram assim trazer uma falsa paz no mundo acompanhada de uma “liberdade religiosa”, que no fim das contas só vai dar a impressão de que a culpa das guerras no mundo são culpa das religiões. E claro, colocariam a culpa principalmente na religião cristã. O que seria apenas um motivo para perseguirem todos os dissidentes, que num futuro próximo teimarão em ficar firmes nas escrituras bíblicas e se recusarão a se alinhar a qualquer doutrina de união com o mundo. O que o chefe da religião romana parece não entender (ou fingir assim) é que havendo um movimento ecumênico mundial, a sua igreja só cometerá um erro maior do que cometeu há dezesseis séculos atrás, quando começou a infiltrar práticas das religiões pagãs de Roma em sua liturgia para atrair fiéis entre os romanos através da construção de uma religião "cristã" com coincidências com as religiões que eles estavam acostumados. Mais uma vez, setores do cristianismo, sob os panos de uma pretensa paz, tem aberto a porta de seus templos para abominações, que só contribuirão para o abandono de práticas genuinamente cristãs gradativamente e de forma quase que imperceptível.

Me entristeço quando vejo as pessoas orando pela paz no mundo. Para este mundo a verdadeira paz jamais virá, senão uma paz falsa e temporária. Sobre a possibilidade de “paz mundial”, a Bíblia assim diz:

“Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobre-virá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.” (1 Tessalonicenses 5:3)

Ora, se cremos em Deus e na sua justiça, não podemos sequer acreditar que poderá algum dia haver paz nesse mundo senão quando for estabelecido o reino milenar. Deus jamais se faria subserviente à justiça humana, permitindo que a justiça de homens soberbos e avarentos como os desse mundo tivessem o poder de estabelecerem uma paz mundial conforme sua própria justiça.

Em resumo, creditar ao movimento ecumênico mundial o poder de ser a solução para o mundo é negar 3 pontos básicos do cristianismo pregado pelos apóstolos.

- O princípio de que a justiça de Deus é superior à justiça humana;

- O princípio de que fomos separados do mundo por Deus e não deve haver comunhão alguma entre os que estão no mundo e os que foram separados por Deus e;

- O princípio de que a verdadeira paz de Deus está acima de todo conhecimento humano e por este ela é inconcebível (Filipenses 4:7).

Não resta então outra conclusão, senão a de que esse mundo e suas instituições tem caminhado cada dia mais para longe dos verdadeiros princípios da palavra de Deus e se entregado a caminhos enganosos. Caminhos que ameaçam gravemente os valores cristãos e que podem ser responsáveis pelo afastamento involuntário de milhões pessoas de Cristo.

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2:15)

“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.” (João 18:36)

domingo, 10 de maio de 2009

Projetos do homem e planos de Deus

Uma das coisas que mais intriga o ser humano é a vontade de Deus e se as atitudes que o homem toma está de acordo com ela. As pessoas cristãs que conhecemos vivem buscando palavras bíblicas reveladoras, visões, profecias. Usam de todos os recursos disponíveis e indisponíveis para tentar descobrir o que Deus quer para suas vidas.

A pergunta que surge então é: como sabermos se estamos agindo segundo aquilo que Deus planejou para nós? É possível obter de Deus uma “indicação” em nossas vidas, se aquilo que estamos fazendo no momento é algo que nos edificará no futuro?

Sobre isso, Salomão tinha sábias palavras a dizer:

“Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR a resposta da língua. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o SENHOR pesa o espírito. (...) O coração do homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos.” (Provérbios 16:1-2 e 9)

Aqui Salomão nos dá algumas lições sobre a vontade de Deus. A primeira delas é a de que nem sempre os sonhos que nascem em nosso coração são frutos também do desejo de Deus para nossas vidas.

Existem situações em nossas vidas em que nos comportamos de forma ansiosa e acabamos agindo de forma precipitada. Quando queremos escolher um(a) companheiro(a), somos levados a pensar que o(a) primeiro(a) que aparecer em nossa frente é o(a) escolhido(a) de Deus para nossas vidas. Quando procuramos um emprego, achamos que a primeira porta que se abre em nossa frente é a oportunidade que Deus enviou. Quando queremos comprar ou vender um bem, tendemos também a achar que a primeira oportunidade de negócio que nos chega é a melhor. E assim acontece também em várias outras áreas de nossas vidas.

O ser humano, por não ter o atributo divino de conhecer o seu próprio futuro e as conseqüências dos atos que pratica, não consegue conceber em seu coração a resposta exata para os seus problemas. Até dentro da própria igreja, há um grande número de pessoas que se acham suficientemente capazes de saber o que é melhor para suas vidas. Assim, não procuram saber de Deus se aquilo que pretendem fazer é vontade ou não de Deus em suas vidas. Entretanto, no momento em que percebem que fizeram escolhas erradas, pensam que Deus estará sempre pronto a resolver todos os nossos problemas que vieram de suas erradas escolhas. Pessoas que apesar de ter vários anos de fé, ainda não entenderam que por mais que nosso coração possua anseios de virtude para o futuro, somente Deus sabe se o que estamos fazendo será bom ou ruim em nossas vidas no futuro.

A segunda lição é a de que só Deus conhece o melhor caminho e a melhor decisão a ser tomada para o nosso futuro.

Desde o Éden, o homem provou e diariamente volta a provar a Deus que não sabe tomar decisões importantes sozinho. Após a criação, a única ordenança deixada por Deus ao homem foi por ele transgredida, numa mostra de que até quando temos uma direção de Deus, de como agir, ainda assim agimos de forma errada por precipitação.

Mas nem por isso Adão pode ser condenado. Assim como ele, nós como homens, desconhecemos a essência daquilo que fazemos. Como humanos, somos limitados e só entendemos aquilo que nossos olhos vêem. Como Salomão disse, o homem quando se depara com um caminho desconhecido, ele não tem o poder de saber previamente se aquele caminho é tão puro e trará boas conseqüências futuras como possa parecer.

E nisso reside boa parte do sofrimento humano, o de deixar ser levado pelos seus olhos. Em muitas de nossas opções que fazemos na vida, demoramos demais a perceber algo que deveria estar claro já no inicio: o fato de que aquela escolha não era a melhor a ser tomada, seja por não ser boa ou por não ter agimos, desde o início, respeitando os padrões da palavra de Deus.

Por não conhecer o que está por trás daquilo que escolhemos e nem consultarmos a Deus antes de nossas escolhas, pagamos caro com sofrimento futuro. Ás vezes é preciso que nós mesmos paguemos o preço de uma escolha errada que fazemos para sermos ensinados por Deus. Há homens que tem dificuldade em aprender com os erros de outros, por isso precisam passar por diversos problemas que poderiam ser evitados com um pouco mais de sabedoria dada por Deus.

O próprio Paulo também concordaria séculos depois com Salomão. Para aquele, todas as coisas parecem puras para os puros (Tito 1:15a). Da mesma forma em que vemos facilmente o erro das escolhas que os outros à nossa volta fazem, dificilmente conseguimos perceber que uma escolha, ainda que lícita, pode nos trazer problemas sérios no futuro.

A terceira e última lição deixada por Salomão nos versículos transcritos no início é a de que no nosso futuro, as coisas não costumarão sair como nós planejamos.

Um dos maiores defeitos do homem é não saber confiar em Deus da forma que deveríamos. Não conhecendo verdades bíblicas, acabamos tendo medo daquilo que venha a suceder conosco no futuro, num tipo de incerteza reiteradamente contestada por Cristo:

“Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?” (Mateus 6:30)

Por não ter o tipo de fé que deveria e por não saber confiar em Deus, o homem passa o tempo todo se precavendo e tentando agir de forma programada. Muitas vezes cego à vontade de Deus, o homem quer traçar o seu caminho. Tenta estabelecer prazos, metas e analisar os riscos pela lógica humana, sem saber que a sabedoria de Deus é muito maior e mais acertada que a nossa. Quantos de nós não temos um sonho de comprar um carro melhor, uma casa, encontrar pessoas especiais. E geralmente o próprio Deus tem planos bons a esse respeito em nossas vidas. Mas Deus não tem o costume de seguir receitas prontas. Você pode ter bons projetos e eles até serem vontade de Deus para sua vida. Mas na maioria das vezes Deus não irá agir da forma que você quer ou respeitar o tempo que você estabeleceu para ele agir.

O próprio Salomão retoma o assunto em Provérbios 19:21, dizendo que por mais que tracemos metas para nosso futuro e que essas metas sejam lícitas e aparentemente agradáveis, apenas o conselho do Senhor permanecerá em nossas vidas. Deus nos deu o direito de escolha de nossas atitudes no presente, de forma que só colheremos o fruto daquilo que plantamos e teremos o fim que nossas próprias atitudes resultaram. Por isso, nada é mais recomendado em nossas decisões do que buscar a vontade de Deus antes de nossas próprias intenções. Quando entendermos isso, sofreremos menos as pesadas conseqüências de nossos atos, pois teremos aprendido a conhecer a vontade de Deus e entenderemos que, por mais que pareça incompreensível ou fora da lógica humana, tudo o que o Pai requerer de nós que seja feito, será somente para um único fim: dar a nós o presente que é o melhor da vontade d’Ele em nossas vidas. Ainda que pareça doloroso ou difícil de entender no início, cedo ou tarde perceberemos que só Deus sabe o que é melhor para nós e só Ele sabe como agir em nós, nos preparando para os problemas que possamos ter no futuro.

“Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas” (Eclesiastes 7:8)

Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” (Jeremias 29:11)

domingo, 26 de abril de 2009

Televisão, o mal do século

No artigo anterior analisamos o poder que possui o dinheiro de perverter a cabeça de homens que se deixam levar por ele. Séculos e séculos se passaram na história da humanidade e em todos eles, a necessidade de acumulação, de ser ter em sobra enquanto outros nada têm, fez com que a maioria dos homens se prendessem ao egoísmo, ‘a avareza e deixassem de lado o amor ao próximo.

Mas o tempo passa, a tecnologia evolui, o conhecimento se multiplica – como é biblicamente profético (Daniel 12:4) - e surgem novas formas do homem manifestar-se contra Deus. Desde a falha tentativa de construção da torre de babel, quando os homens foram confundidos em suas línguas (Gênesis 11:9), os homens jamais cessariam suas tentativas de ser iguais a Deus.

A criação da televisão foi um desses intentos. Por ela, o homem tentou atrair para si o atributo da onipresença, que só Deus possui. Por ela é possível saber de um acontecimento do outro lado do mundo em questão de minutos ou até segundos. Por ela e possível também coisas inimagináveis ao homem de um século atrás, como um homem proferir um discurso e ser ouvido no mundo todo ao mesmo tempo.

Como quase toda criação humana, a televisão também tem um lado ruim. E esse lado ruim é muito maior do que as vantagens que ela possa oferecer. Essa invenção tão recente, tem sido a progenitora de muito do que há de mais sujo e imoral na sociedade do nosso tempo. Não tenho dúvidas que se Jesus tivesse optado por descer à terra no nosso tempo, ele combateria de forma veemente o poder de influência negativa e a corrupção moral trazida pela televisão. E há indícios na Bíblia que nos permitem afirmar isso.

O primeiro deles: a televisão manipula o pensamento de seus telespectadores. Paulo, por exemplo, assim recomendava aos cristãos pensarem:

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4:8)

A maioria do que se propaga na televisão semeia pensamentos totalmente contrários às recomendações paulinas. Outro dia assistia a um documentário secular e um dos temas tratados foi a televisão e de como ela controla o comportamento das pessoas que a assistem. Em uma parte da obra, dizia o narrador:

“As noticias da televisão são um ótimo exemplo de como a programação mental, o controle mental funcionam. A televisão é a arma mais poderosa da guerra psicológica de todos os tempos. No entanto, a televisão, para muitas pessoas, é um membro da família. (...) Muitas pessoas, especialmente jovens, aceitam sem questionamento a realidade que é apresentada pela mídia. Cultura popular, filmes, televisão, música. Todos carregam mensagens sobre como a sociedade funciona e como as pessoas devem se comportar. O controle total é controlar as pessoas sem a sua percepção consciente.”

É impressionante a forma que as pessoas, inclusive cristãos, recebem aquilo que vêem na televisão. Impressiona também a forma até que as pessoas a assistem, como que hipnotizadas. Muitos pedem para que seus pais ou filhos se calem durante um programa ou novela porque preferem ouvir a televisão, provando que a TV em muitos lares já ocupa o espaço de um membro privilegiado da família com mais direitos à voz que alguns dos próprios membros dela. E nisso, muitos pais que não dão a devida atenção a seus filhos no tempo oportuno ou que não se importam com o tipo de programação que seus filhos assistem, acabam não entendendo as razões que levaram seus filhos a caminhos de vícios e pecados, que eles aparentemente não teriam aprendido em casa.

Mesmo promovendo tanta corrupção, a televisão ocupa um alto posto de credibilidade frente à população em geral. A maioria das pessoas de nosso país acreditam que todas as notícias que vêem num telejornal de nível nacional são totalmente verdadeiras. Outras, acreditam que o que há de mais bonito e adequado para se vestir é o que as modelos e personagens de novela usam. Outros ainda, acreditam que a censura do conteúdo televisivo é suficientemente capaz de garantir que seus filhos só verão desenhos infantis que não contribuirão para a depreciação na formação de seu caráter, escolhas e vontades.

Aqui entro no segundo indício: o de que a televisão é o maior agente propagador de valores do mundo. Valores esses que entram em nossas casas de forma muito mais fácil do que os princípios cristãos. Você certamente conhecerá mais cristãos que gastam mais tempo em frente à televisão em preterimento de atividades ligadas à igreja do que o contrário. E isso é assustador, já que o que mais vemos na TV não é aquilo de boa fama, amável, puro e verdadeiro – como Paulo recomendou - mas o ridículo, o irreverente, o infiel, o lascivo e o de cunho violento.

Isso se comprova ao olharmos os números de audiência. Curiosamente, os programas de maior audiência consistem em entretenimento inútil, protagonizados por pessoas de mente tola e valores invertidos. Somos ensinados a achar graça na injustiça, porque a maioria das pessoas acham isso ao ver um programa de humor. Somos incentivados a ver diversos comportamentos apresentados na televisão, propositalmente retratada de forma dramática, como normais, como se fossem simples fruto de escolhas e de amores, mas que a Bíblia conceitua de forma veemente como pecado.

E aqui entra um terceiro indício: o de que a televisão é a maior propagadora de pensamentos e opiniões totalmente contrárias à palavra de Deus. Nos últimos anos, de tanto vermos nas novelas, nos filmes e nos telejornais, muitos de nós passou a achar normal coisas que nossos avós e o evangelho cristão tem como repugnantes, abomináveis. Alguns exemplos são a plena aceitação do homossexualismo como uma opção sexual comum e normal em muitas igrejas, a abordagem do divórcio como um fim natural para qualquer casamento (inclusive cristão) e sua aceitação no meio cristão, e até a possibilidade do aborto quando a mãe ou o pai não acha conveniente gerar o bebê, pois a nossa sociedade tem nos ensinado que a vida se inicia no nascimento, não na fecundação do óvulo, como se Deus já não cuidasse pela vida do homem antes dele nascer.

“Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. (...) Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.” (Salmos 139:13 e 16)

Tanta repetição desses valores acaba fazendo também com que os aceitemos como normais até dentro das nossas próprias famílias.

Entretanto, muitos contestam isso, dizem que a televisão pode ser transformada, que há muitos programas cristãos, que quem deu a televisão para o diabo foi nós mesmos, e que é possível “filtrar” a programação dela em nossas casas e assistir somente o que convém. Mas o que vemos é o contrário. Mesmo aqueles que gostam de programas cristãos, acabam gastando mais tempo assistindo programas seculares do que programas que falam da palavra de Deus. Há sim programas cristãos, mas as pessoas, mesmo cristãs, não tem a disposição de ficar horas e horas seguidas assistindo-os com o mesmo entusiasmo que assistem horas seguidas alternadas de novelas e jornais. É impossível “transformar” a televisão, pelo mesmo motivo que não é possível transformar o mundo, porque ambos jazem no maligno. Os homens que controlam os sistemas de governo e a economia mundial, são os mesmos que detém a maioria das ações nas maiores empresas de comunicação do mundo. A televisão é irremediável. Como Salomão, no auge da sabedoria de sua velhice dizia:

“Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não se pode calcular.” (Eclesiastes 1:15)

A verdade é que a televisão não pode se endireitar porque nasceu para fins corruptíveis. Não estou combatendo a televisão como uma praga que só traz destruição. O problema são os valores que ela tem propagado na nossa sociedade. Valores esses que estão sendo absorvidos em nossas famílias sem que percebamos. Acredito que cada um de nós cristãos seria muito mais dedicado às coisas edificantes se não tivéssemos a televisão em casa. Nossos pais e avós não tinham acesso á TV tão pleno como temos hoje, e tinham muito mais tempo para falar e ouvir os filhos, que eram criados de forma muito mais amorosa e recebendo um nível muito maior de atenção.

Não que a internet ou os jornais também não propaguem maus exemplos. Mas é interessante notar que na internet, o direito de escolha daquilo que você quer ler ou ver é maior, e a informação que vemos é marcada pela diversidade. Uma diversidade ilimitada, seguramente menos manipulada que a televisão, o que permite a formação de uma opinião por parte do leitor, não uma manipulação sórdida como a da televisão, onde todos (ou quase todos) os canais são iguais, com os mesmos programas, mesmas linhas de opinião controladas por patrocinadores e igualmente manipuladoras e tipos de pessoas e baixo nível de cultura.

Para muitos de nós pode ser fanatismo ou fundamentalismo demais querer viver sem a televisão, pois não fomos educados socialmente para buscar a informação de forma autônoma. A maioria de nós ainda que quisesse nem teria tempo para isso. Mas vale um último conselho. Que procuremos ser mais seletivos naquilo que assistimos e principalmente com aquilo que deixamos nossos filhos assistirem. Existem bons canais alternativos (até na TV aberta), não só cristãos, mas de documentários, culturais, mais voltados para o lado social e menos voltada para números de audiência. Na internet também existe muita informação alternativa, independente. Passe a escolher o que assistir, ao invés de sentar no sofá para ver o que a maioria assiste só para ter assunto no outro dia com os colegas de trabalho.

A questão é séria. Aquilo que vemos e aqueles que deixamos entrar em nossas salas e quartos através daquela tela retangular podem mudar nosso futuro, as nossas vidas e as vidas de nossos filhos de forma tão sorrateira, ao ponto de nos levar a um estágio tão profundo de conformismo, que pode nos levar até mesmo a abandonar aquilo que cremos e até a certeza de nossa salvação.

“Os pensamentos dos justos são retos, mas os conselhos dos ímpios, engano.” (Provérbios 12:5)

“Examinai tudo. Retende o bem.” (1 Tessalonicenses 5:21)