O mundo em que vivemos é bastante convidativo. A vida por si só é atrativa. Não é difícil encontrarmos pessoas que já freqüentaram igrejas e de lá saíram. Ás vezes por motivos bastante tolos, como por “ter achado coisa melhor para fazer domingo à noite” ou porque “trabalham demais”. Já vi várias pessoas gritando, chorando, tendo visões na igreja e meses depois se afastando de Deus e nunca mais voltaram. Prova do que está escrito na Bíblia, de que Deus chamou a muitos, mas poucos são os escolhidos (Mateus 22:14).
Mas é claro que o fato da pessoa estar freqüentando uma igreja todo domingo não lhe carimba o passaporte para a vida eterna. Muitas igrejas liberais defendem isso, com o qual não concordo (vejam Mateus 7:22-23). Para eles, aceitando a Jesus uma só vez implica a salvação e essa é imperdível. Afinal, se assim o fosse, até mesmos vários maçons seriam perfeitamente salvos, o que por si só seria contraditório.
Mas, quem são os verdadeiros vencedores? Quem são aqueles que de fato serão salvos e que reinarão com Cristo na Nova Jerusalém? Vejamos o que Paulo fala sobre isso:
“Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Timóteo 4:8)
A palavra de Deus aqui se faz clara! A coroa que aguada os servos fiéis de Cristo é reservada aqueles que amam a vinda d’Ele! Mas o que é amar a sua vinda?
Quando amamos alguém ou alguma coisa, não nos contentamos com nada diferente dela. Onde quer que estejamos, nos sentiremos incomodados com a falta dela. Por isso, maridos que amam suas esposas não conseguem ficar muito tempo longe dela, por exemplo. Simplesmente porque sua vida não é a mesma se ela não estiver por perto. Assim deveria ser na cabeça dos servos de Cristo: amar a vinda d’Ele e viver “incomodado” até encontrar com Ele nas alturas.
Mas amar a vinda de Cristo traz consigo um conseqüência: não amar esse mundo! É claro que você que está lendo esse texto agora está pensando consigo mesmo: “Eu não amo esse mundo!”. Contudo, é preciso lembrar que amor se demonstra com ações.
Já vi na História vários exemplos de pessoas que amaram a vinda de Cristo mais do que sua própria vida. Nos tempos medievais, milhões de pessoas foram levadas à fogueira por amarem somente a Jesus Cristo e não se submeterem a padrões de vida ou a tradições religiosas do mundo. Esses sim são reais exemplos de pessoas que amaram a vinda do reino de Cristo para as suas próprias vidas!
No mundo de hoje, cada vez mais conformado com a apressada vida em que levamos, onde o dinheiro é a prioridade e quase não sobra tempo livre para passarmos com as coisas de Deus e com a nossa própria família, esse amor pelo evangelho de Jesus Cristo e pela sua vinda têm se esvaído do coração de muitos (Mateus 24:12), sem que muitos de nós sequer percebamos.
O sonho de muitos cristãos deixou de ser “buscar os melhores dons” e passou a ser “buscar os melhores bens”. Nos tempos dos meus avós, você conhecia um servo de Deus de longe! Você via uma irmã de vestido longo e cabelo grande ou um irmão de terno com a Bíblia debaixo do braço e geralmente andando de bicicleta e logo sabia que ela servia a Deus. Para muitos, eram como “bichos-do-mato”, tamanha era a diferença dos demais! Não estou aqui defendendo doutrina (pois a meu ver, seguir parâmetros estabelecidos por igrejas não salva ninguém), mas algo muito maior do que isso: o desejo em que as pessoas antigamente tinham de ser diferentes do mundo! Tais pessoas sabiam que não deveriam ser iguais aos outros, pois se assim fossem, acabariam se tornando parte desse mundo e dificilmente retornariam aos preceitos bíblicos, já tão difíceis de serem seguidos pela nossa natureza pecaminosa.
Mas hoje a coisa mudou. Os cristãos de hoje em dia querem ser notados, não por sua fé, mas pela posição em que ocupam, pela roupa que vestem, pelas palavras que falam. Muito me entristece ver políticos se dizendo ser pastores e vice-versa, cometendo o mesmo pecado de Saul, que quis ser rei e sacerdote (I Samuel 13). Outros, usam de um “evangelho de conveniência”. Dentro da igreja são crentes fervorosos, mas fora dela negam sequer que estão freqüentando uma igreja. Querem estar dentro da igreja e dentro do mundo, como se isso fosse possível.
As próprias pregações, que outrora priorizavam o pecado e o arrependimento, hoje teimam em repetir somente dinheiro e prosperidade. Tenho ouvido nas igrejas de hoje mais o “Deus te dará a cem por um” do que o “Arrependei-vos!”. Isso tem feito com que muitos servos de Deus sejam submetidos à vergonha de se afastarem da presença de Deus por causa do dinheiro (1 Timóteo 6:10).
Podemos analisar, a título de exemplo, mais algumas passagens:
“E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por ele na sua vinda.” (1 João 2:28)
“Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?” (1 Tessalonicenses 2:19)
“Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hebreus 13:5)
“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mateus 6:21)
João, um dos maiores conhecedores do amor de Deus de toda a história, já dizia sobre a necessidade de estarmos firmes em Cristo e afastados do mundo, pois aqueles que não fizerem isso, correrão o risco de serem enganados na vinda de Cristo. Vejam a gravidade disso. O que é perfeitamente compreensível, já que, não há como julgarmos o mundo se d’Ele fizermos parte (1 Coríntios 6:2). A Bíblia condenou a ganância, pois aqueles que são tomados por ela ou seduzidos pelos desejos de poder entre os homens, têm sua atenção e sua vida tomada por isso e acabam se esquecendo das coisas de Deus.
A plenitude da verdadeira prosperidade de Deus será por nós alcançada quando dermos prioridade ao que de fato nos fará ser prósperos. Os tesouros que devem ser cultivados não são bens terrenos, mas aqueles que nos farão amontoar “brasas vivas sobre nossas cabeças” (Romanos 12:20). E esses não vêm segundo aquilo que recebemos, mas de acordo com o que damos. Precisamos ter nossa esperança em Jesus Cristo, pois só n”Ele teremos o tesouro eterno, que a traça não corrói e que não é perdido quando o nosso fôlego se esvair.
Paulo amava a vinda de Cristo justamente porque ele conhecia e entendia isso. Ele deve ser o exemplo a ser por nós perseguido: o de um homem que correu a carreira que foi proposta, deixou a vida tranqüila de seus bens para sair pregando a verdade de Deus (até morrer, inclusive como mártir) e de um homem que via sua própria morte como lucro (Filipenses 1:21), pois sabia que estar com Cristo seria muito melhor! Esse foi o exemplo de homem que amou a vinda de Deus! Será que você tem amado o reino de Deus a esse ponto?
Para encerrar esse artigo, gostaria de lhe convidar a uma última reflexão: Como tem sido as suas orações diárias? Você tem pedido a Deus que lhe dê aquele carro importado que você sempre sonhou? Você tem orado por aquele apartamento-cobertura para você ser “bem visto” por seus amigos ou amigas? Ou você tem todo dia clamado a Jesus Cristo por Sua vinda pois não agüenta mais viver na iniqüidade desse mundo? Não estou aqui condenando o desejo de crescer na vida, de ter uma vida regalada, mas sim a posição de importância que isso possa ocupar em nossa vida e em nossas orações. Se pedimos mais tais coisas do que as próprias coisas de Deus, estamos trocando o incorruptível pelo corruptível (1 Coríntios 9:25).
Pense sobre isso e sobre o que você tem feito para Deus; se você tem ansiado mais pela volta d’Ele ou pelos sonhos materiais que o mundo oferece. Talvez seja a hora de mudar um pouco os nossos conceitos e atitudes em nome do amor de Deus em nossas vidas e da nossa própria salvação.
"Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2:15)
Um comentário:
Olá.Outro dia estava ouvindo a Rádio Melodia, mais precisamente o debate melodia, onde naquela oportunidade, a pesquisa era: Você deseja, anseia, ou espera a volta de Jesus? Para o meu espanto e de todos os debatedores, a grande maioria respondeu que NÃO! E olha que a melodia é uma rádio ouvida por "evangélicos." Que coisa não!!
Um forte abraço e tenha um excelente dia na presença do Eterno. Eustaquio Fonseca
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